A franquia Naruto é uma das mais marcantes da história dos animes e mangás, tendo deixado um legado cultural profundo e uma base de fãs mundial. No entanto, mesmo com todo seu sucesso, a série original não está livre de falhas — especialmente em aspectos de desenvolvimento de mundo, personagens femininas e estrutura narrativa. Nesse ponto, Boruto: Naruto Next Generations, apesar de constantemente criticado, consegue corrigir erros do passado e aperfeiçoar o universo criado por Masashi Kishimoto.
A seguir, listamos três melhorias claras que Boruto trouxe ao universo de Naruto — e que até os haters mais teimosos reconhecem.
1. O clã Ōtsutsuki ganhou profundidade e relevância

O maior problema do final de Naruto Shippuden foi a introdução apressada de Kaguya Ōtsutsuki, que enfraqueceu o arco de Madara e deslocou o foco da história. Em Boruto, porém, o clã Ōtsutsuki é desenvolvido de forma orgânica e se torna a base da mitologia da nova era ninja.
Desde o início, a série apresenta os membros do clã como antagonistas centrais, explorando sua origem, poderes e conexão com os eventos que moldaram o mundo shinobi. Com o surgimento das Árvores Divinas em Boruto: Two Blue Vortex, o enredo ganha novas camadas, ampliando a mitologia que antes parecia forçada. Hoje, os Ōtsutsuki são um dos elementos mais fascinantes do universo — uma correção direta de um dos pontos mais fracos do final de Naruto.
2. As personagens femininas finalmente têm desenvolvimento

Enquanto Naruto apresentou figuras femininas marcantes, como Tsunade e Hinata, muitas delas foram mal aproveitadas ou limitadas a papéis secundários, com foco em rivalidades amorosas e falta de protagonismo. Já em Boruto, há um esforço visível em trazer mulheres mais complexas e independentes, com Sarada Uchiha e Sumire Kakei sendo os maiores exemplos.
Sarada, por exemplo, tem motivações que giram em torno de liderança, força e propósito, e não de interesses românticos. Sua rivalidade com Sumire é tratada de forma madura e construtiva, sem o tom cômico e superficial que marcou a relação entre Sakura e Ino. Essa evolução mostra que Boruto aprendeu com os erros do passado e oferece representações femininas mais consistentes e realistas.
3. O mundo de Boruto é tecnologicamente vivo e coerente

Durante mais de 700 episódios de Naruto, quase não há indícios de avanços científicos ou tecnológicos. O universo parece preso em uma era indefinida, sem veículos, máquinas ou referências ao progresso. Boruto, por outro lado, estabelece desde o início uma sociedade moderna, com trens, próteses científicas e armas ninja tecnológicas.
Essa ambientação mais moderna reflete o crescimento natural da Vila da Folha e torna o cenário mais crível e funcional. A integração entre ninjutsu e ciência reforça o contraste entre gerações e dá espaço para novas histórias, desafios e possibilidades — algo que Naruto nunca explorou totalmente.
Mesmo com todas as críticas, Boruto aprimorou a base deixada por Naruto, transformando fraquezas em pontos fortes. O desenvolvimento do clã Ōtsutsuki, o protagonismo das personagens femininas e o avanço tecnológico do mundo ninja mostram que a sequência não é apenas uma continuação, mas uma evolução natural do legado original.
Você pode assistir a Boruto no Crunchyroll ou Netflix.

