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Ys: Lacrimosa of Dana – Review

Quais as chances de uma série que poucas pessoas ouviram falar, desenvolvida por uma empresa que raramente da as caras por ai acabar dando certo no PS4? Bem baixas, eu diria. Mas eis que fui surpreendido mais uma vez.

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E meus amigos, que grata surpresa.

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Ys é uma série mais velha do que eu, tendo o seu primeiro título lançado lá em 1986. A série já possui oito títulos lançados e passou por várias plataformas diferentes conquistando legiões de fãs pelo mundo todo, mas por alguma ironia do destino não é muito conhecida por essas bandas tupiniquins. E olha que eu trabalho em um site de jogos!

Desenvolvida pela japonesa Nihon, Ys: The Lacrimosa of Dana continua seguindo a história de Adol Christin, um jovem rapaz de cabelos vermelhos com espírito aventureiro e uma vontade louca de descer o sarrafo em animais estranhos espalhados pelo planeta. Adol como sempre, é acompanhado de perto por seu fiel companheiro Dogi, enquanto esta a bordo do Lombardia, um magnifico navio que com sorte, poderá deixar a dupla próxima do arquipélago de Altago, a versão virtual de Cartago nesta obra.

É interessante perceber como Ys usa a realidade como combustível para criar seu próprio enredo, já que usa locações e países reais para nomear reinos e criar situações políticas bastante sólidas dentro da série. Um dos grandes problemas a ser enfrentado por Adol e Dogi é justamente o embargo às ilhas de Altago, causado por – adivinhe só! – uma extensa guerra com o lendário “Romun Empire”.

Até ai tudo bem. Imaginava que ia ser mais um jogo cheio de tretas políticas como vimos recentemente na série Valkyria Chronicles. Mas eis que de repente um monstro gigante ataca a embarcação e você se pega acordando em uma costa deserta de uma ilha cheia de perigos.

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Sim, é exatamente isso que acontece. S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!

Recentemente vimos um verdadeiro boom nos jogos de sobrevivência e com isso o “gênero” acabou dando uma saturada, mas a forma como Ys aborda esse tema é realmente única. É como se misturássemos Don’t Starve com um RPG japonês, mantendo as melhores características de ambos.

Logo após se dar conta de sua situação, Adol começa a explorar a ilha em busca de respostas e acaba se deparando com outros sobreviventes. Conforme o grupo vai crescendo, um pequeno acampamento vai sendo montado e cada um dos náufragos contribuiu de uma forma diferente, conforme suas habilidades. Aos poucos você consegue alguém para cuidar e melhorar suas armas, roupas, armadura e poções.

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As vastas regiões da ilha também tornam a exploração única, com cada região possuindo características distintas e bem diferentes. As criaturas enfrentadas possuem relação direta com o habitat em que vivem e portanto, exigem certas estratégias de combate para serem vencidas.

Outro detalhe interessante é o sistema de loot que lembra vagamente a série Monster Hunter. Conforme você vai avançando no mapa e derrotando inimigos, vai conseguindo materiais únicos que servirão para confeccionar itens úteis e que facilitarão a sua vida ao longo da jornada.

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Apesar de parecer que toda a história do jogo segue somente o enredo de um bando de gente perdida numa ilha deserta e cheia de perigos mágicos – com direito a fumaça preta e tudo, as histórias secundárias que vão se desenvolvendo as vezes são mais interessantes do que a própria trama principal. O relacionamento entre os personagens, seus medos, seus objetivos e até seus segredos são muito bem explorados, de forma que as vezes você pode ficar confuso se esta mesmo jogando um game ou assistindo um anime baseado em Lost.

Por fim, Ys: Lacrimosa of Dana rende horas de divertimento e desafios, mas o combate repetitivo pode fazer com que o jogador perca um pouco da sua empolgação com o passar do tempo. Quem gosta de uma história longa e de investir horas no mesmo jogo vai ter um prato cheio pra degustar. Mas se você prefere desafios mais curtos, talvez esse jogo não seja pra você.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4 fornecida pela NIS America.

Resumo para os preguiçosos

Ys: Lacrimosa of Dana é a sequência de uma longa e antiga franquia que nasceu ainda nos anos 80 e perdura até hoje. Com enredo interessante e mecânicas cativantes, o jogo é capaz de prender o jogador por horas a fio, da mesma forma como pode desagradas os impacientes devido a sua repetitividade. De qualquer forma, querer saber o que acontece com Adol e sua trupe vai com certeza te fazer seguir em frente e pensar duas vezes antes de largar o controle.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ótimo enredo e mecânicas
  • História rica em tramas secundárias
  • Mapa bem construído e repleto de desafios
  • Trilha sonora empolgante

Contras

  • Combate pode parecer repetitivo
  • Qualidade dos gráficos pode não agradar todos os jogadores.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.