Jogo World of Warcraft desde meados de 2007. Lembro de ter começado minha jornada em um server pirata incapaz de manter-se mais do que 30 minutos online só pra ver se conseguia rodar o jogo de forma satisfatória, alguns meses após o lançamento da primeira expansão de todas as que foram lançadas até agora, aquela de nome The Burnig Crusade.
Até hoje, ouço muitos dizendo que aquela época foi a melhor de todos os tempos. Que o jogo era mais equilibrado, que os personagens eram mais complexos e que a habilidade era mais importante que os equipamentos, mas por mais que naquele tempo WoW já tivesse me conquistado, eu sempre senti que faltava algo que coroasse de vez World of Warcraft como o melhor jogo de RPG online de todos os tempos. Mas ainda era muito cedo pra tal ambição.
Muitas outras expansões vieram, e pra ser bem sincero eu mal as aproveitei. Nunca gostei muito do fato de ter um mapa enorme disponível e quase nunca poder aproveitar todas as quests para leveling ou para coleta de equipamentos. Com o tempo, até mesmo as DG’s e as raids foram ficando monótonas, as classes não me atraiam mais, o gameplay foi ficando repetitivo e nem mesmo as novas adições na mecânica do jogo me chamavam mais atenção.
Tudo por que eu sempre achei que a história de WoW não era tratada como deveria. Podem me apedrejar a vontade, dizer que o lore do jogo é perfeito e tudo mais, mas pra mim, somente o Wrath of the Lich King conquistou meu apreço pelo enredo e clima que oferecia, e note que eu não estou falando necessariamente das temperaturas gélidas de Nortúndria. Quando o servidor brasileiro foi disponibilizado eu até me animei a voltar a jogar, já que depois de algumas horas de jogo você não quer mais nem saber de ler o que tá escrito na descrição dos equipamentos, quanto mais na descrição das quests quando tudo estava em inglês, então, o fato de ter tudo traduzido e mastigado talvez me impulsionassem a voltar com tudo para Azeroth. Mas não deu também.
Resumindo, eu estava cada vez mais me decepcionando com um dos meus jogos favoritos, principalmente quando Pandária foi lançado e eu vi que as coisas estavam pendendo para um lado do qual não me interessava. Achava que o jogo estava fadado ao fim e que nunca mais voltaria a jogar com afinco…
…até agora.
A volta as origens
A preocupação de retomar antigas histórias esta impressa na capa da nova expansão de World of Warcraft. Em Warlord of Draenor, somos obrigados a enfrentar uma situação totalmente esquisita, sem nexo, e complicada de explicar para voltar ao passado e enfrentar grandes nomes da mitologia de game. Acredite, tinha tudo pra dar errado. Um passo em falso, uma deslizada e tudo poderia ir por água abaixo, mas ainda bem que não foi isso que aconteceu.
Após os eventos que marcaram o fim da expansão Mists of Pandaria, Garrosh Grito Infernal é condenado a pagar por seus crimes no próprio continente dos Pandaren. Entretanto, um aliado com poder de manipular o tempo consegue ajuda-lo a escapar para o passado, para a época em que seu pai liderava a Horda de Ferro e antes ainda de realizar o pacto demoníaco que deu origem a Burning Legion. Sem o poder da legião, os orcs não possuem tanta força, mas a tecnologia que Garrosh trouxe do futuro faz com que a Horda de Ferro alcance um poder nunca antes imaginado e que por isso, decida não só dominar sua terra natal mas sim todos os mundos que conseguir, a começar por Azeroth. E é ai que começam as tretas.
Pra quem não conhece muito da história do jogo, que vem sendo contada desde o lançamento do primeiro Warcraft, lá em 1995, talvez possa parecer que tudo é muito genérico ou que existem pontas soltas que se levadas a sério tiram toda a amarração da história. Caso você pense assim, pode rever seus conceitos pois a Blizzard fez o dever de casa e deixou tudo tão redondinho quanto os melhores enredos que você vê por ai em filmes, séries, HQ’s e coisas do gênero.
Como falei antes, eu tinha a impressão de que as novas expansões não adicionavam nada de relevante ao jogo, e que só estavam sendo lançadas para prolongar a vida útil de WoW e continuar gerando receita para a Blizzard enquanto o Project Titan não era anunciado de vez. Mas a verdade é que só agora percebi que todas elas estão ligadas de alguma forma, mesmo que superficialmente não se tenha essa impressão. Tudo parece que foi feito para culminar nesse momento, para a volta as origens e para a evolução do game que aconteceu em Warlords of Draenor.
Repaginação e melhora gráfica
Em 2004 quando pisamos pela primeira vez em Azeroth, WoW era considerado um jogo pesado e exigia uma máquina potente pra rodar. Com as expansões que foram lançadas posteriormente, algumas melhoras gráficas foram sendo implementadas aqui e ali para acompanhar a evolução da capacidade do PC’s e também pra tentar deixar o visual mais bonito. Só que tudo era sempre muito sutíl, ainda dava a impressão de ser “um game de 2004 melhorado”, e isso me incomodava pra caramba também. Mesmo com a reformulação dos cenários clássicos do jogo que aconteceu com a expansão “Cataclysm”, eu não sentia aquela vontade de sair explorando tudo de novo, até por que eu já sabia que ao chegar a Terralem eu teria que fazer todas aqueles quests enfadonhas novamente, e que todo o sentimento de coisa nova acabaria por ai, já que não haveria mais nada de novo, então.
A verdade é que os modelos das raças já tinham cansado e mesmo com os equipamentos em alta resolução, ainda existiam algumas coisas que gritavam por mudanças, e eis que finalmente foram ouvidas. Em Warlords of Draenor, todas as raças foram repaginadas, os gráficos foram atualizados, os cenários ganharam mais vida e os efeitos das skills ficaram mais minimalistas e bonitos, sem aqueles brilhos escalafobéticos e frufrus da década passada. Pode parecer bobagem, mas isso da uma sensação totalmente nova durante o gameplay, e não te faz ter vontade de parar de jogar tão cedo.
Novo modo de jogo, velhas manias
A origem da Warcraft está enraizada nos RTS da década de noventa, Coletar recursos, construir edificações, melhorar suas defesas e defender-se de invasores são termos comuns para quem teve a oportunidade de jogar os primeiros títulos, mas a partir de agora também estão presentes nos dias de hoje, já que WoD implementou um sistema muito bacana de gerenciamento de guarnição.
A primeira vista, parece somente que os caras tentaram misturar WoW com um daqueles joguinhos pra celular que te fazem ter de gerenciar uma vila e guerrear com outros jogadores, no estilo de Clash of Clans e etc. Mas a verdade é que o novo sistema implantado pela Blizzard é muito mais profundo que isso e eu vou dizer por que.
O objetivo de qualquer jogo é que você vença todos os desafios que são propostos por ele. Tem gente que pensa que ao chegar no level 100 já fez grande coisa, mas a verdade é que um novo jogo começa depois que você alcança o nível máximo. Você melhorar sua profissão, sair em busca de conquistas, montarias, gold e mais uma série de atividades para te deixar ainda mais forte e te manter entretido por muito mais tempo. Agora, alem disso tudo, você também pode gerenciar sua guarnição em Draenor, mandando seus fiéis seguidores que são encontrados por você durante as suas andanças para missões em busca de recursos e ouro, coletar madeira para melhorar seus prédios, comandar seus artesãos a produzir materiais necessários para você poder aumentar seu nível de profissão e o melhor de tudo, sair patrulhando ou fazendo novas missões que aparecem esporadicamente para resolver as tretas de Draenor.
Tudo ainda esta no começo, mas o potencial do sistema é incrível! Eu fico pensando em todas as possibilidades que a Blizzard pode adicionar de agora em diante e não consigo parar de ficar animado com tudo que esta por vir. Realmente, um dos pontos altos de Warlords.
Novidades
Vamos por tópicos pra facilitar:
- Novas quests que são encontradas no próprio mapa, no melhor estilo Guild Wars 2. Ao chegar em determinado lugar você “aceita” a quest automaticamente e após completa-la recebe uma boa recompensa pelo trabalho. Por mais que você saia para fazer qualquer outra coisa, a partir do momento que voltar àquele lugar o seu progresso continuará do exato lugar onde parou.
- Vovos inimigos com spaw raro e que sempre dropam algum item bacana pra você coletar. Isso já existia anteriormente, mas agora parece que a quantidade de monstros aumentou e alguns até exigem um sistema diferente para serem derrotados, te obrigando a sair do apertar de botões frenético e usar a cabeça, funcionando mais ou menos como um mini-boss escondido pelo mapa.
- O sistema de drop de itens dentro de raids e dungeons foi alterado, fazendo com que não haja mais a tradicional disputa de dados pelo loot. Agora cada um tera chances individuais de drop, e o loot é diferente para cada jogador.
- As bags agora possuem um sistema que permite organizar melhor o seu inventário
- Os stats foram adequados a valores mais baixos, a fim de não ser mais necessário a utilização de valores exorbitantes para a demonstração da quantiadde de vida, dano e etc.
- Classes foram rearranjadas
- Sistema de craft foi totalmente alterado em Draenor, devido as propriedades desconhecidas dos materias
- E muito mais, sério.
Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia comprada pelo autor da postagem.
Resumo para os preguiçosos
Warlords of Draenor é uma expansão voltada a recuperar a estima de World of Warcraft. Se em algum momento WoW perdeu o posto de MMORPG mais completo do mercado, a expansão veio para entregar aos antigos jogadores, novo conteúdo para exploração a fim de reconquistar a paixão de quem já virou o game de cabo a rabo, e para chamar a atenção de quem ainda não teve a oportunidade de jogar para algo novo, conciso, e com muito conteúdo a ser aproveitado. Se você quer diversão enquanto escuta uma boa história, WoD é definitivamente uma boa pedida pra você.
Prós
- Gráficos melhorados
- Mais conteúdo
- Novos sistemas com bastante potencial
Contras
- Aumento dos requisitos mínimos pode tirar jogadores do MMO
Comments are closed.