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Wanted: Dead vale a pena? Análise – Review

Wanted: Dead é mais um jogo que está tentando resgatar uma época de jogos que eu gosto bastante, que é aquele momento do final da geração do PS2 e começo da geração do PS3 e do Xbox 360 onde os jogos ainda não tentavam ser só aventuras cinematográficas cheias de explosões ou jogos com uma paleta de cores marrom e cinza.

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Com uma proposta de ser um híbrido entre hack and slash e jogo de tiro em terceira pessoa com mecânicas de cobertura, além de uma coleção de minigames e personagens carismáticos, o jogo tem tudo para agradar os fãs. Mas será que ele consegue?

Em Wanted: Dead, você controla a tenente Hannah Stone, uma policial obstinada de Hong Kong, que faz parte de um esquadrão de ex-condenados que agora devem executar as missões mais sujas o possível para a polícia.

Wanted: Dead vale a pena? Análise - Review

O jogo começa com um tutorial que mostra como os dois estilos de jogo funcionam. O modo de combate com espadas é de longe o mais útil dos dois. Nele, você ataca com o botão X ou Quadrado, contra-ataca com o Y ou triângulo, apara ou se defende de ataques com um botão, esquiva com outro e basicamente tem que retalhar seus inimigos e aparar ou contra-atacar os golpes deles quando eles vierem para cima de você.

Inicialmente, você só tem essas habilidades e dois tipos de combo, mas conforme avança, mata inimigos e ganha informações no cenário, você ganha pontos que podem ser gastos em novas habilidades, como um novo combo, carregar mais itens de cura, ficar mais resistente a ataques e assim por diante.

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O outro estilo de combate é tiro em terceira pessoa usando paredes e muretas como cobertura, à la Gears of War. Nele, você vai usar as metralhadoras, sub-metralhadoras, shotguns e outras armas que você encontra por aí para dar cabo dos seus adversários, além de ir desbloqueando novos itens como granadas de mão conforme você avança no jogo.

Wanted: Dead vale a pena? Análise - Review

Logo nos primeiros minutos da primeira missão, você vai descobrir que o estilo de tiro simplesmente não serve para nada. Vale mais a pena correr feito um louco pelos cenários brandindo a katana de Stone e retalhando mesmo os inimigos que estão armados do que ficar trocando tiro com os adversários atrás de uma parede.

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O motivo disso é simples: você tem muito pouca munição durante o tempo todo, e se você for priorizar o tiro, você fica sem balas rapidamente, e tem que partir para a ação com a espada. Durante o jogo, você enfrenta basicamente dois tipos de inimigos, armados com armas de fogo ou com armas brancas.

Os inimigos com armas de fogo são particularmente frágeis, mas mesmo eles consomem uma quantidade impressionante de balas para morrerem, seja porque a precisão da arma é horrível, seja porque balas no corpo quase não tiram dano, só vale mesmo se você acerta os tiros na cabeça. Curiosamente, esses mesmos inimigos caem rapidamente quando você os atinge com a espada, com 3 ou 4 golpes, ou seja, compensa muito mais só usar a espada mesmo.

Wanted: Dead vale a pena? Análise - Review

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Os inimigos com armas brancas logo começam a aparecer nessa primeira fase do jogo e se você ainda não tinha entendido que usar a metralhadora era inútil, agora você vai entender, porque pra derrubar cada inimigo com espada, você gasta no mínimo dois pentes da sua metralhadora principal, e como você só carrega três pentes e meio, não tem muito o que fazer, é partir pro ataque.

Aqui, começamos a encontrar o primeiro grande problema de Wanted: Dead: o jogo é completamente desequilibrado e injusto. O combate com espadas contra esses inimigos inicias até que é bem fácil, mas mesmo neles você leva ataques de surpresa e completamente roubados dos inimigos, e muitas vezes esses ataques tiram 30 ou 40% da sua vida com apenas um acerto.

Quando você passa por esses inimigos iniciais, lá pela metade da primeira fase, você encontra o primeiro grande obstáculo de verdade do jogo: os Ninjas. Esses inimigos são completamente sem noção, te matando com dois ou três ataques na maioria dos momentos, e levando no mínimo 20 para cair, ou seja, mesmo você acertando golpes fortes e contra-atacando a maioria dos ataques do adversário, ele ainda assim é muito mais forte e mortal que você, e do nada você pode acabar beijando a lona porque o jogo simplesmente decidiu.

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Para passar desse inimigo, eu simplesmente tive que combater a apelação dele usando a falta de inteligência artificial do inimigo contra ele, usando granadas incendiárias para prender o inimigo num canto e fazer ele ficar pegando fogo repetidas vezes e enquanto isso acontecia, eu descarregava as balas de metralhadora que eu tinha pra cima dele, ou seja, provavelmente não era a forma como os desenvolvedores imaginaram que o jogador faria para passar, mas foi o que deu para fazer para parar de passar raiva na primeira meia hora de jogo.

Jogar Wanted: Dead infelizmente foi um grande exercício de frustração na maior parte do tempo. O combate do jogo, que era para ser a parte mais divertida dele, acaba sendo completamente quebrado e sem equilíbrio nenhum entre o que você consegue fazer e o objetivo do jogo, que parece ser fazer você passar raiva.

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Um exemplo disso é o esquema de câmera do jogo, como ela não possui um esquema de travar a mira em um adversário como em outros jogos do gênero, há muitas vezes que a câmera acaba criando pontos cegos que são aproveitados pelos inimigos, algo que acontece principalmente da segunda fase pra frente, quando adversários com ataques onde eles voam pra cima de você acabam aparecendo.

Do nada tem dois caras de picareta te acertando sem nem você ver, e aí já é tarde demais pra fazer qualquer coisa e você acaba descobrindo que Wanted: Dead tem uma tela de continue e um sistema de Game Over que eu sinceramente não entendi direito, pois há momentos em que você pode ser salvo pelo doutor para lutar mais uma vez, e há momentos em que você não tem continue, se morrer, morreu, e um desses momentos é na luta contra o segundo chefe do jogo, uma verdadeira esponja de balas que, assim como outros chefes, te aniquila tranquilamente com 2 ou 3 ataques.

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Outros exemplos de momentos em que eu queria atirar um controle na TV ainda aconteceram, como os inimigos que usam lança-granadas. Esses se você não usa o botão de contra-ataque com a pistola no momento em que eles vão atirar em você, te acertam um tiro que não tem como desviar e que tira quase 70% da vida do seu personagem, ou seja, que te mata na maior parte do tempo. O problema é que há diversos momentos em que o inimigo está na outra ponta do cenário, fora da tela, e ele atira e você nem sabe o que te atingiu, só sabe que morreu mais uma vez. Divertido, não é mesmo?

Além das fases e do sistema de combate que foi feito só pra irritar o jogador, Wanted: Dead ainda tem momentos em que você anda pela delegacia de polícia e pode aprender mais sobre o passado de Hannah Stone em filmes que mostram alguns dos casos nos quais ela se envolveu. Fora isso, há minigames como um jogo de garra onde você pega colecionáveis dentro do jogo e ganha pontos, um jogo de tiro ao alvo, um jogo de combate que parece um modo time-attack de jogos de luta e também um minigame de ritmo onde você tem que apertar os botões correspondentes da música enquanto Stone e o time dela comem ramen.

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Todos esses minigames são legais e adicionam ao jogo, mas infelizmente quando o principal do jogo não funciona, eles pouco ajudam para mudar a opinião sobre Wanted: Dead.

Graficamente, Wanted: Dead conta com um belo estilo visual cyberpunk. Os modelos dos personagens não são tão detalhados assim e algumas expressões faciais ficaram bem estranhas, o fato da sua personagem estar completamente suja de sangue e pedaços dos inimigos enquanto conversa casualmente com seus colegas de time ou superiores sinceramente ficou bem estranho. A performance do jogo também não é muito boa, há diversos momentos, principalmente em áreas mais abertas, onde o framerate do jogo cai sensivelmente.

No departamento sono, vale ressaltar que a trilha sonora do jogo ficou legal, e a dublagem em inglês é boa. Uma coisa que eu achei bem legal no jogo é que você tem um companheiro de time que é mudo, e que se comunica por linguagem de sinais, um toque bem interessante num jogo, pois eu sinceramente não consigo me lembrar de outro que tenha feito isso.

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Mas e aí, Wanted: Dead vale a pena?

Wanted: Dead vale a pena? Análise - Review

Wanted: Dead é um verdadeiro exercício de frustração. Eu queria muito que o jogo fosse bom, mas parece até que ao invés de fazerem um jogo clássico de hack and slash usando tudo o que se aprendeu de técnicas de qualidade de vida e balanceamento, a Soleil e fez um jogo com todos os problemas que um mediano jogo de 20 anos atrás teria, mas com gráficos da geração atual de consoles.

No fim das contas, um jogo que era para ser daqueles que você liga, joga uma hora e esquece do mundo acaba sendo um jogo irritante, desbalanceado e mal feito. Não tem como recomendá-lo para ninguém.

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Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox Series X fornecido pela publisher. Jogo disponível para PC, PS5 e Xbox Series S e X.

Resumo para os preguiçosos

Wanted: Dead é um verdadeiro exercício de frustração. Eu queria muito que o jogo fosse bom, mas parece até que ao invés de fazerem um jogo clássico de hack and slash usando tudo o que se aprendeu de técnicas de qualidade de vida e balanceamento, a Soleil e fez com jogo com todos os problemas que um mediano jogo de 20 anos atrás teria, mas com gráficos da geração atual de consoles.

No fim das contas, um jogo que era para ser daqueles que você liga, joga uma hora e esquece do mundo acaba sendo um jogo irritante, desbalanceado e mal feito. Não tem como recomendá-lo para ninguém.

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Nota final

30
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bons minigames

Contras

  • Combate completamente desequilibrado
  • Difícil de uma maneira injusta, com diversas mortes baratas
  • Problemas de desempenho gráfico
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.