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Until Dawn – Review

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O mundo dos jogos de terror teve muitos altos e baixos nos últimos anos, mas após o revival do gênero, com hits indies como Amnesia e Outlast, parece que alguns diretores finalmente encontraram a mão para voltar a fazer jogos assustadores e que não se valiam apenas de jumpscares, mas sim criando um clima que colocava o jogador em xeque e o deixava extremamente tenso com a perspectiva de virar presa a qualquer momento.

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Aproveitando esse revival, a Sony lançou Until Dawn, um jogo que promete ser uma mistura de jogos do gênero com jogos da Quantic Dream e da Telltale, colocando você num adventure de terror onde suas escolhas realmente importam para o desenvolvimento da história. Será que o jogo consegue entregar tudo o que promete? É o que vamos descobrir.

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Em Until Dawn, você controla um grupo de adolescentes que retorna ao local onde ocorreu uma tragédia um ano antes dos eventos principais do jogo. A tragédia em si foi a morte de duas irmãs que desapareceram em circunstâncias misteriosas. Ao chegar na cabana onde aquilo havia acontecido, os jovens começam a passar por experiências estranhas, e logo percebem que não estão tão sozinhos quanto imaginavam.

Um dos pontos mais frisados no começo do jogo também é a possibilidade de você ter acontecimentos diferentes dependendo do que você fizer, o conhecido “efeito borboleta”. Por exemplo: você descobre que alguém está pulando a cerca, o que você faz? Conta para a outra pessoa ou fica na sua? Dependendo do que você fizer, o jogo corre de uma forma ou de outra. Mas nem tanto assim.

Apesar de isso ser tão alardeado no começo do game, o tal efeito borboleta de Until Dawn limita-se a mostrar pequenas variações nos diálogos e nas interações dos personagens mesmo. Não pense que você vai poder fazer o que você quiser, o máximo que acontece é você acabar com a relação pessoal entre alguns personagens ou acabar levando um ou dois à morte. O jogo tem uma história para contar e é isso o que ele faz.

Mas como Until Dawn funciona como jogo de terror? Muito bem, obrigado. O jogo realmente consegue criar de maneira muito bem feita o clima de que você não está sozinho e que pode acabar se dando mal a qualquer momento. Para isso, Until Dawn se vale de ângulos fixos de câmera (tipo Resident Evil original, apesar daqui os cenários serem poligonais e não pré-renderizados) e de uma sonorização extremamente bem feita. Você sabe que o susto está por vir, e muitas vezes ainda assim é pego de surpresa e dando aquele berro.

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Como eu havia dito acima, o jogo é meio que uma mistura de jogos da Quantic Dream e da Telltale, e o modo de controlar o personagem felizmente é muito mais Telltale do que Heavy Rain, por exemplo. Uma novidade no gameplay que eu achei muito interessante foi a “Don’t move”, onde você deve segurar o controle do PS4 sem fazer um movimento sequer, senão o seu perseguidor vê que você está ali e você acaba se dando mal. É realmente tenso ficar dessa forma, ainda mais porque você literalmente tem que ficar parado, qualquer movimento e você perdeu. Para quem tiver dificuldade com isso, faça como eu fiz: é só soltar o controle na mesa e pronto, sem movimentos! Ok, isso é um truque muito sujo, mas funciona. Fora essa novidade, você basicamente caminha pelos cenários e deve coletar pistas de quem é o assassino, além de um esquema bem interessante de totens, que revelam o futuro.

Há vários tipos de totens. Alguns mostram como determinado personagem pode morrer, outros dão dicas do que você deve fazer, já outros mostram um perigo que está por vir. Há diversos deles espalhados por aí. A maioria da “ação” de fato do jogo se desenrola ou via quick time events, ou escolhendo que caminho ou ação tomar.

Esse esquema foi demonstrado durante a E3 desse ano e basicamente funciona assim: você está sendo perseguido pelo psicopata, o que você faz? Se esconde ou corre mais? Isso leva o jogador a ter que tomar diversas decisões rápidas do que fazer e, na maioria das vezes, não chega a fazer tanta diferença assim o resultado, mas em algumas realmente importa com você vai agir, afinal é possível perder personagens dessa forma. Caso algum dos jovens morra, o jogo continua, e você pode termina-lo com bem menos gente do que você começou.

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Apesar desse review não conter spoilers, eu gostaria de comentar um pouco sobre a história do jogo. Ela começa de uma maneira bem interessante te dando escolhas e itens para procurar e é intercalada entre interações suas com um psiquiatra (interpretado, aliás, pelo mesmo ator que faz o diabo em Constantine, como bem lembrado pela minha digníssima). Nessas interações, você tem que revelar alguns medos próprios e o jogo mesmo usa esses medos contra você, colocando espantalhos, aranhas, cobras e outras coisas agoniantes na sua frente.

Até aí tudo bem, e mais ou menos até o sexto ou sétimo capítulo (ao todo são dez) a história realmente consegue guardar o mistério da identidade do psicopata, mas após isso, há uma virada tão grande no enredo que chega até a ficar estranho. Pra mim, ao menos, pareceu que o autor se meteu num buraco e teve que partir para algo completamente diferente para sair dele e dar continuidade ao jogo, só que essa nova fase quase não é explorada dentro do jogo, apenas pelas pistas que você vai conseguindo conforme avança no enredo.

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Eu sinceramente não sei o que levou a história a acabar dessa forma e ter desenvolvido pouco nessa segunda etapa do jogo. Talvez seja até por causa do conceito do jogo, já que os problemas, teoricamente, se resolveriam quando o sol nascesse (daí o nome Until Dawn) mas a impressão que eu fiquei ao fim do jogo foi a mesma que eu fiquei assistindo Prometheus, o jogo cria toda uma expectativa dentro de si e quando chega na hora de mostrar pro que veio mesmo, acaba decepcionando um pouco.

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Graficamente, Until Dawn é um jogo muito bonito e com cenários muito ricos. A Supermassive Games usou atores de verdade para atuar em cada um dos papeis, e tanto a atuação quanto as expressões faciais ficaram excelentes.

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A trilha sonora do jogo também é muito boa e a dublagem americana ficou perfeita. A dublagem brasileira dá aquela cara de filme de Sessão da Tarde ao jogo, o que acaba fazendo ele passar de suspense a comédia. Caso você queira, é possível jogar com a dublagem original e com legendas em português, mas eu só descobri isso depois de terminar o jogo. Para fazer isso, você tem que mudar o idioma do seu PS4 para Português Brasileiro e ir nas opções do jogo. Depois disso, é só marcar “dublagem original” e pronto, seu jogo está dublado em inglês e com legendas em português.

Resumo para os preguiçosos

Until Dawn é um ótimo jogo de suspense com uma história que poderia ser mais explorada e que acaba falhando em entregar aquilo que promete. Ainda assim, o jogo funciona muito bem nos momentos em que ele tem que te colocar no limite e fazer decidir rápido.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente clima de suspense e terror
  • Belíssimos gráficos
  • Boa dublagem
  • Opção de jogar com o áudio original e legendas em pt-br

Contras

  • Dublagem brasileira
  • A história promete muito e não entrega tanto assim
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.