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Uncharted 4: A Thief’s End – Review

A Naughty Dog sempre foi conhecida pela excelência de seus jogos, desde a época do PlayStation e de Crash Bandicoot. Uncharted foi um dos jogos que iniciaram a volta por cima que o PS3 deu, após um começo complicado com perdas financeiras para a Sony e títulos que não mostravam a que o console vinha. Tida como uma das séries favoritas dos Sonystas e motivo de inveja para quem estava nos lados verde e vermelho da força, Uncharted 4 é o mais novo capítulo de uma franquia que parecia ter acabado, mas que retorna para uma última aventura. Será que ela vale a pena ou Nathan Drake deveria ter continuado aposentado?

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Respondendo de cara, Nathan Drake nunca deveria ter se aposentado, mas foi bom ele ter feito isso. O jogo se passa em basicamente três etapas de narrativa, sendo uma delas antes de Uncharted 1, mas com Drake já adulto, outra na infância de Nathan Drake e a terceira, onde boa parte do jogo se passou e vários anos se passaram após o final de Uncharted 3 e Drake está aposentado, vivendo uma vida pacata e participando de expedições de recuperação de cargas afundadas.

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O game começa com o flashback do passado de Nathan onde ele e Samuel estão numa prisão panamenha tentando conseguir detalhes sobre um tesouro perdido há muito tempo, fruto de um dos maiores roubos da história, protagonizado pelo pirata Avery. As coisas dão errado e Samuel Drake acaba morrendo, ou assim se parece. 15 anos depois, após Uncharted 3, Samuel aparece na porta de Nathan e diz a ele que ele está precisando da ajuda do irmão, e ele parte para uma última aventura.

Inicialmente, o game dá várias alternadas, entre o passado de Nathan (com ele criança novamente) e o tempo presente, cada um sendo um jogo à parte. No passado, você basicamente tem que ser furtivo, já no tempo presente, há o gameplay tradicional que estamos acostumados nos jogos da franquia Uncharted. As principais novidades que o jogo traz são a inclusão do elemento de stealth e uma corda com a qual Nathan pode balançar-se por aí e atingir outros locais.

Começo pelo stealth, ele é extremamente simples, beirando o rudimentar. Para vocês terem uma ideia, boa parte do stealth do jogo revolve em esconder-se em arbustos e atrás de paredes, para matar inimigos sem alertar sua presença aos outros. Isso meio que já existia em Uncharted anteriormente, mas não era uma opção tão explorada assim. Agora, você pode escolher entre alternar a furtividade e o tiroteio, ou pelo menos tentar limpar alguns inimigos na furtividade antes do tiroteio começar. É interessante notar que o stealth de Uncharted 4 é menos bem feita do que a de The Last of Us, que também é um jogo da Naughty Dog e foi desenvolvido pela mesma equipe do jogo, então isso é um pouco desapontador.

Já a corda de Nathan é algo interessante adicionado à jogabilidade de Uncharted 4. É muito divertido se balançar por aí e isso dá uma liberdade maior ainda nas partes onde você tem que escalar e vencer os desafios que o terreno impõe contra você. A minha única reclamação aqui fica na forma como ela é introduzida no jogo, com Samuel ensinando Drake a usar a corda muitos anos antes do tempo presente. Se Drake já sabia usar cordas assim, por que diabos ele nunca carregou uma nos jogos anteriores? A vida dele teria sido bem mais fácil. Enfim, voltando.

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Por falar em The Last of Us, é muito perceptível que Uncharted 4 é, em muitos casos, uma evolução em cima de The Last of Us. Vários pontos da interface e do gameplay desse jogo foram usados em A Thief’s End. É como vermos uma aula de história, de como uma companhia tem se aprimorado cada vez mais, conforme os anos passam.

Mas além dessas duas introduções, vamos à principal introdução do jogo: Samuel Drake. O irmão desaparecido de Nathan é um carismático personagem que está com problemas arranjados na cadeia e agora precisa da ajuda do irmão. Assim como Nathan, ele também faz o clássico tipo canastrão piadista. Nada mais natural, afinal, ambos cresceram juntos. Eu costumo não gostar dessa história de “parente sumido que aparece bilhões de anos depois de uma série começar” porque eles geralmente não se encaixam bem ao enredo, mas a Naughty Dog conseguiu amarrar a história de Samuel direitinho ao enredo de Uncharted 4, exceto pelo detalhezinho da corda levantado acima.

Outra novidade que o jogo ganhou são as cenas de conversas opcionais. Elas funcionam exatamente como em The Last of Us, ou seja, em determinadas partes do jogo, um balão aparece na cabeça dos parceiros de viagem e você pode aperta-lo para uma cena extra. Essas cenas são um colecionável a mais dentro do jogo, que também incluem registros de viagem com desenhos, cartas espalhadas por aí e itens colecionáveis já tradicionais de Uncharted.

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No departamento de enredo, mais uma vez Uncharted mostra-se um jogo acima da média no roteiro. É muito bom ver que mesmo perdendo sua roteirista principal, a série continua com muita qualidade na narrativa, além de uma mescla de história mundial e ficção muito bem executada, fora as tradicionais viagens aos mais diferentes cantos do globo.

No mais, Uncharted 4 é basicamente o que já vimos antes ou na série ou em Tomb Raider, mais recentemente. Você avança pelos cenários em partes do jogo onde tudo o que você faz é basicamente escalar por aí, mas desta vez as partes de escalada estão mais divertidas e requerem mais atenção do jogador, pois tudo aparentemente desmorona. Essas partes se alternam com as partes de tiroteio (que parecem estar mais concentradas dessa vez, ou seja, menos cenas de tiroteio, mas contendo mais inimigos). Sobre os tiroteios ainda, vale ressaltar que Nathan Drake está menos resistente a balas nesse jogo. Ele parece não durar quase nada na dificuldade normal, pra falar a verdade.

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Para completar os elementos do gameplay, algo que eu notei que apareceu bem menos em Uncharted 4 do que nos jogos anteriores da série são os puzzles. Eles aparecem em bem pouca quantidade e, na sua maioria, são bem fáceis. Eu não gostava muito dos puzzles frequentes que o terceiro Uncharted tem, então pra mim isso foi um ponto positivo.

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Além do game principal, ainda temos um modo multiplayer que diverte, mas que está longe de ser memorável e, convenhamos, se você comprou Uncharted 4 por causa do multiplayer, você deve estar maluco.

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No departamento gráfico, Uncharted 4: A Thief’s End rouba a cena completamente. O jogo é simplesmente o mais bonito que já deu as caras no PlayStation 4, e mostra um forte argumento pro fato da Sony não precisar lançar um PlayStation Neo, ou PlayStation 4.5. Tanto os modelos dos personagens quanto os cenários em si, além da física, são muito bonitos e realistas. O jogo me deixou de queixo caído em vários momentos, mesmo nos mais bestas, como numa granada explodindo. Uncharted 4 é simplesmente um espetáculo visual poucas vezes visto antes.

A trilha sonora do game também é muito boa, e a dublagem segue os altíssimos padrões de qualidade estabelecidos pela Naughty Dog na dublagem americana. Já na brasileira, podemos dizer que ela também segue os padrões da dublagem local, pro bem e pro mal. Felizmente, dá para jogar com dublagem americana e legendas em inglês.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PlayStation 4 comprada pelo Critical Hits

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Resumo para os preguiçosos

Uncharted 4 é um dos melhores jogos da franquia e certamente um dos melhores lançamentos do ano. O jogo combina visuais estonteantes com ação intensa e uma história muito bem trabalhada. O game tem basicamente tudo o que precisa para convencer todo mundo no single player, além de um modo multiplayer que diverte, apesar de não ser tão memorável assim. Ainda assim, Uncharted 4 é simplesmente sensacional. Mais do que recomendado

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente história
  • Samuel Drake é uma ótima adição ao elenco do jogo
  • Ação na medida certa, tanto nos tiroteios quanto nas partes de escalada
  • Ótima maneira de incentivar os jogadores a pegarem os colecionáveis
  • Belíssimos gráficos
  • Um easter egg muito legal logo no começo do jogo

Contras

  • Às vezes parece que Nathan Drake dura muito pouco tempo no tiroteio
  • Algumas partes de escalada poderiam ser um pouco mais curtas
  • Alguns puzzles são simplesmente fáceis demais, nenhum se compara aos dos jogos anteriores em dificuldade
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.