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The Chant vale a pena? Análise – Review

Jogos de terror não são muito a minha praia, mas sinto-me muito mais disposto a jogá-los durante os meses de outubro e novembro, graças à época do Dia das Bruxas. Por isso, fui com tudo pra cima de The Chante, da Brass Token, esperando algo que me surpreendesse.

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O jogo de fato surpreende, mas não pelos motivos corretos. The Chant é um game com seus altos e baixos bem definidos, que ao ser terminado deixa a impressão de que poderia ser muito melhor.

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A história é bem simples, mas interessante. Você controla a protagonista Jess, que tem passado por momentos complicados após perder sua irmã. Jess acaba aceitando o convite de Kim, sua melhor amiga, para participar de uma espécie de retiro espiritual em uma ilha remota. A promessa seria de que Kim conseguisse ajuda para lidar com a dor e o luto, mas como você pode imaginar, as coisas saem do controle e viram um verdadeiro pesadelo.

O grupo de Jess e Kim resolve fazer um ritual na ilha e tudo dá errado. Jess não consegue resolver seus problemas e ainda descobre que Kim foi possuída pelo capiroto, decidindo então que vai tentar salvar a amiga, custe o que custar.

Reprodução: The Chant

É aí que o jogo começa a ficar um tanto estranho. No começo, é possível sentir uma vibe meio filme trash dos anos 80, mas a partir do momento em que o ritual dá errado, o clima muda para algo que simplesmente soa esquisito. Mesmo os filmes trash dos anos 80, muitas vezes, conseguiam passar uma ligeira impressão de verossimilhança, algo que particularmente, não consegui ter enquanto jogava The Chant.

Em termos de ambientação, combate e gameplay, em geral, não dá pra falar mal de The Chant. A ambientação é bastante detalhada e passa um clima angustiante, apesar de em alguns momentos parecer que Jess foi para outro planeta, ao invés de uma ilha remota. São desde plantas mutantes até uma mecânica de cores envolvendo cristais, que explicaremos mais pra frente.

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Reprodução: The Chant

Em alguns momentos, The Chant passa uma ligeira impressão de que tenta ser uma espécie de metroidvania mais contido. Digo isso porque os mapas são bem pequenos e com isso você vai precisar ficar indo e voltando algumas vezes até conseguir encontrar o caminho corretor. Outro ponto positivo, é que gradualmente você vai liberando atalhos que facilitam seu deslocamento e tornam suas tarefas mais amigáveis.

Já o combate não é a maior maravilha do mundo, mas até funciona bem! Talvez o ponto mais alto do combate de The Chant sejam a precisão e os hitboxes. Desviar de uma pancada que parecia impossível tem seu charme, assim como acertar precisamente no momento mais crítico da luta, também.

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Reprodução: The Chant

O jogador tem três movimentos à sua disposição durante o combate: bater, jogar alguma coisa ou desviar. Todas as armas podem ser construídas com itens que você vai achando pelo caminho e vão se desgastando conforme você usa.

Apesar de ser um jogo com orçamento reativamente modesto, The Chant impressiona pelos gráficos. O visual geral até que não traz nada de fascinante, mas as expressões faciais dos personagens são de cair o queixo. É algo tão bem feito, que não sei como este aspecto não chamou mais atenção da imprensa especializada.

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Reprodução: The Chant

Para avançar no jogo, Jess precisa coletar seis cristais diferentes para salvar sua amiga Kim. Cada cristal se encontra na posse de um personagem diferente, e o jogo basicamente se divide em fases. Só por isso eu já ficaria com certo receio de experimentar The Chant, mas o que quebra mesmo a expectativa é o jogo ser realmente muito curto.

Apesar do combate e das mecânicas em geral serem divertidas, The Chant é o tipo de jogo que se sustenta pelo enredo. Ou seja, enquanto a história continuar chamando atenção e se mantendo interessante, o jogador tem mais chances de seguir na sua jornada. O ponto negativo mais contundente de The Chant, é que quando a história parece estar caminhando para a melhor parte, o jogo acaba. É uma sensação muito ruim de tempo perdido, algo que me fez lembrar até de The Order: 1886, lá do PS4.

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Reprodução: The Chant

Os cristais além de liberar novos caminhos, também trazem alguns poderes mágicos à Jess. Poderes estes que também não chamam tanto a atenção, ou pelo menos não são tão chamativos quanto o fato de Jess conseguir manter a sanidade intacta, apesar de toda loucura que se discorre à sua frente.

Pessoalmente, não consigo me ver recomendando The Chant sem nenhuma restrição. O jogo tem seus momentos e não acho que o tamanho de um jogo por si só seja suficiente para evita-lo. O problema é quando o jogo é curto e parece não saber cadenciar seu próprio enredo, o que acaba gerando frustração com a experiência no geral.

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É difícil imaginar quais foram os motivos que fizeram The Chat não ser um jogo coeso. Em alguns momentos ele parece ter tido problemas durante o desenvolvimento, em outros durante o polimento de detalhes em geral. De qualquer forma, tenha em mente que apesar de ter seu charme, eu não recomendaria pagar o preço cheio pelo que ele apresenta até agora.

Resumo para os preguiçosos

The Chant oferece uma experiência curta que se destaca pelas mecânicas de gameplay e pelo início promissor. Contudo, o jogo falha em manter o nível durante toda a curta campanha, que macula o seu potencial e o torna muito menos interessante,

Nota final

63
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Boa ambientação;
  • Expressões faciais dos personagens muito bem feita;
  • Sistema de combate divertido.

Contras

  • Campanha muito curta;
  • Enredo se perde pelo caminho;
  • Falhas de roteiro.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.