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Sifu – Review

Quanto tempo você leva para aprender Kung Fu? Tem gente que leva uma vida toda, e às vezes nem assim. E foi exatamente essa a sensação que eu tive quando comecei a jogar Sifu, que eu nunca iria conseguir dominar completamente o jogo. Felizmente, essa foi só a impressão inicial mesmo.

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Em Sifu, você controla um jovem estudante de Kung Fu que teve a sua família morta por cinco assassinos quando você era criança. Após passar a juventude treinando para vingar-se, você finalmente parte nessa missão e agora deve eliminar cada um dos alvos.

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Para isso, você deve usar seus punhos e tudo o que você aprendeu até aqui e que ainda vai aprender durante esta jornada de exploração e muita morte.

Como era de se esperar, Sifu é um jogo de combate de artes marciais, diferente de jogos de pancadaria onde você não precisa pensar muito e apenas macetar os botões do seu controle, este conta com um sistema de combate que poderia ser resumido a um “Sekiro de porrada”.

O motivo disso é que as similaridades entre ambos os sistemas são várias. Durante o combate, o seu objetivo ou é acabar com a vida do adversário, ou causar tanto dano na barra de equilíbrio dele que ele acaba abrindo a guarda para ser atingido e finalizado por você. O contrário também é válido, ou seja, se você apanha demais (e demais significa uns 3 ou 4 socos seguidos), você pode ter certeza que vai beijar a lona.

Sifu - Review

Para evitar que isso aconteça, o seu personagem tem a possibilidade de bloquear ataques, e acumular um pouco de dano na barra de equilíbrio, evitar os ataques ou defleti-los. Fazer isso faz que os inimigos possam ser contra-atacados, o que abre a possibilidade de você ser um lutador totalmente reativo, ou seja, um daqueles mestres de kung fu que usa a força do inimigo contra ele. Caso você prefira, entretanto, também dá pra partir pra cima do inimigo descendo o sarrafo nele, mas é praticamente impossível terminar Sifu sem aprender a usar o sistema de bloqueio e aparo de ataques do jogo.

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O legal desse sistema de combate é que muitos inimigos do jogo usam padrões de ataque variados, o que força você a estar sempre atento e a não cair na tentação de só sair apertando o botão de ataque sem pensar muito. Além disso, o jogo também conta com mini-chefes espalhados nas fases que podem ser ou chefes com sua própria cutscene, ou até mesmo “chefes surpresa” que você vai finalizar e do nada acabam evitando a finalização e ativando um power up para um novo round, mas agora mais fortes do que antes.

Além dos próprios punhos, você também pode usar armas espalhadas pelo cenário, que vão de tacos de baseball a canos de ferro, passando por facões, pedaços de madeira e até mesmo garrafas de vidro que podem ser arremessadas nos inimigos. Essas armas podem ser encontradas por aí ou até roubadas dos adversários, e conforme você desenvolve a sua habilidade no jogo, dá até mesmo pra atirar um pedaço de pau do chão direto na cara do seu inimigo sem dar tempo para ele reagir.

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Como você deve imaginar, se eu falei em Sekiro de porrada, isso significa que você provavelmente vai morrer não uma, mas várias vezes no jogo, não é mesmo? É claro. Em Sifu, você precisa estar ligado o tempo todo, pois qualquer inimigo pode acabar com você. Caso isso aconteça, você vai direto para uma tela de continue, onde você pode gastar os pontos que foi acumulando durante as fases para desbloquear novas habilidades. Além disso, um contador de anos começa a subir conforme você morre. Para voltar à vida, você deve entregar anos de vida em troca de uma nova chance, e é aí que um dos sistemas mais interessantes de Sifu começa a aparecer.

Na primeira vez em que você morre, você entrega um ano de vida para o seu amuleto e volta ao combate agora com 21 anos. Caso você morra de novo sem ter derrotado um número pré-determinado de adversários, esse contador sobe para dois anos, e você volta com 23. Se você continuar dando mole, esse contador pode subir pra 4, 5, 6 ou até mais anos de vida, e você vai envelhecendo quase uma década por morte.

A cada década de vida que o personagem de Sifu envelhece (ou seja, ele começa nos 20 anos e aí passa pros 30), ele perde um pouco da vida total mas acaba ganhando mais poder de fogo. Quando você chega aos 70 anos, você está no auge do poder de ataque, mas morre com praticamente qualquer golpe. Caso isso aconteça, é Game Over e você tem que recomeçar tudo de novo.

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Legal não é mesmo? Bom, aqui que vem uma das surpresas. Caso você termine uma fase, digamos, com 55 anos, você começa a próxima com essa idade. Ou seja, a ideia de Sifu é que você morra o mínimo possível nas fases para que possa começar com uma boa gordura para queimar na próxima. Isso dificilmente vai acontecer na sua primeira tentativa, o que significa que, apesar de ser um jogo curto com apenas 5 fases, você será obrigado a jogá-las uma, duas, três ou até mais vezes até conseguir completá-las com um escore interessante para não chegar no fim do jogo sem poder errar praticamente nada.

Dessa forma, Sifu é um jogo que vai exigir que você invista um bom tempo nele, já que, apesar de não exigir que você seja perfeito, ele é um jogo que não tolera muitos erros. Durante o tempo em que eu joguei ele antes do lançamento, eu acabei achando o jogo excessivamente difícil. Havia momentos em que eu estava me divertindo e que tudo ia por água abaixo com dois erros em sequência. Felizmente, a Soloclap lançou uma atualização de balanceamento antes do lançamento do jogo que deu uma boa melhorada nessa dificuldade.

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Dentro das cinco fases de Sifu, você não encontrará muito espaço para a exploração. A ideia é andar, encher inimigos de porrada, explorar salas e ir andando pelos caminhos até encontrar o chefe delas. Isso significa que o que você vê na primeira vez que termina uma fase dificilmente muda na segunda ou na terceira tentativa. A parte boa disso é que ajuda você a memorizar os padrões e disposição dos inimigos, já a parte ruim é que pode ser um tanto enfadonho ter que repetir tudo muitas vezes até conseguir uma performance boa para continuar o jogo.

Na maioria das fases você também pode encontrar itens que ajudam a expandir a história dos alvos que você está caçando. Além disso, você encontra pistas sobre os próximos alvos, e também pode encontrar um item aqui ou outro lá que ajuda você a liberar atalhos dentro da fase. Isso ajuda bastante quando você está tentando a mesma fase só pra pegar o mínimo de mortes o possível, já que o seu “quadro de detetive”, onde o protagonista guarda as pistas dele, fica sempre atualizado, mesmo que você comece o jogo novamente.

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Dito tudo isso, fica aqui o registro: Sifu não é um jogo para todo mundo. Se você se frustra fácil, ele certamente não é um jogo para você. A maneira mais fácil de saber se você vai se dar bem com o jogo é descobrir se você gostou ou não de Sekiro, por exemplo, e eu insisto na comparação pois os sistemas de combate e também de exploração do jogo são bastante parecidos, ainda que com abordagens um pouco diferentes, mas caso você tenha tentado o jogo da From Software e não tenha gostado dele, dificilmente as coisas vão ser diferentes por aqui.

Graficamente, Sifu é um jogo com um estilo de arte bem interessante. O jogo está longe de ser um dos visuais mais bonitos do PlayStation 5, mas ele tem um estilo próprio cheio de personalidade. A trilha sonora do jogo é apenas ok, e ele não conta com uma dublagem marcante.

Mas e aí, Sifu vale a pena?

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Sifu certamente não é o jogo mais acessível de 2022, e se você se irrita fácil com dificuldade, você deve manter a distância dele. Entretanto, caso você goste de jogos do gênero de soulslike, este precisa estar no seu radar, já que ele conta com um sistema de combate muito divertido e recompensador, caso você coloque o esforço necessário para aprendê-lo.

Review elaborado com uma cópia do jogo para o PlayStation 5 fornecida pela publisher.

Resumo para os preguiçosos

Sifu certamente não é o jogo mais acessível de 2022, e se você se irrita fácil com dificuldade, você deve manter a distância dele. Entretanto, caso você goste de jogos do gênero de soulslike, este precisa estar no seu radar, já que ele conta com um sistema de combate muito divertido e recompensador, caso você coloque o esforço necessário para aprendê-lo.

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Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Ótimo sistema de combate
  • Sistema de progressão interessante

Contras

  • Frustrante em alguns momentos
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.