Alguém já viu “No Limite do Amanhã”, com o Tom Cruise e a Emily Blunt? Vocês lembram que o slogan do filme era “Viva, Morra, Repita”? Bom, esse slogan podia facilmente ser o escolhido pelo pessoal do Marketing de Rogue Legacy, já que é basicamente isso que você faz o tempo inteiro.
Rogue Legacy foi lançado, na verdade, no ano passado para PC, fazendo muito sucesso. Agora, o indie chegou para PS3, PS4 e para o Vita, e podemos dizer que o jogo continua excelente e viciante. Criado pela Cellar Door Games, o título é um platformer em 2D do tipo roguelike, onde o castelo é criado aleatoriamente toda vez que você entra nele. O jogo possui quatro áreas distintas, com um chefão em cada. Depois que o jogador derrota todos, ele deve lutar contra o chefão final.
A proposta de Rogue Legacy é um pouco diferente do que estamos acostumados. No início do jogo, devemos escolher um entre três personagens, cada um com classes e características diferentes. Essas características variam, com algumas mudando a forma como o jogo deve ser jogado e com outras que não alteram absolutamente nada. Quando o jogador morre – e isso vai acontecer muitas e muitas vezes – ele deve escolher outro entre três disponíveis, que será o herdeiro do falecido.
Tudo que é conquistado no castelo anteriormente é transferido para o herdeiro, porém esse dinheiro não pode ser acumulado, já que na entrada do castelo os jogadores são abordados pela Morte e devem entregar o seu ouro para entrarem. Assim, o jogo nos força a gastar tudo, ou o máximo possível, antes de cada jogada. Por isso, cada entrada no castelo deve ser bem aproveitada, já que arrecadar pouco dinheiro é inútil.
Com esse dinheiro, os jogadores podem melhorar as características da família, como ataque, vida e até mesmo comprar classes novas, com características diferentes. Também é possível comprar equipamentos e runas, que devem ser encontradas nas viagens pelo castelo. Assim, no início do jogo o jogador é massacrado pelos inimigos, o que pode ser bem desestimulante para quem não é tão fã assim de jogos com uma grande dificuldade.
O gameplay aqui é puro ouro. Controles precisos e levels muito bem feitos fazem com que o jogador tenha que se superar cada vez que começa uma nova jornada. Aos poucos, vamos aprendendo os ataques dos inimigos, se adaptando. Porém, esse perfeição nos controles torna o jogo incrivelmente viciante, apesar das constantes mortes. Os gráficos também são muito bonitos, mesmo sendo em 2D. Os desenvolvedores utilizaram cores variadas e vivas. No entanto, a trilha sonora aqui não é nada de especial. Não me entendam mal: gosto do estilo utilizado, mas não foi tão cativante quanto poderia.
Quando eu não estava jogando, eu sentia vontade de ligar o PS4 e jogar. Porém, quando estava efetivamente jogando, nunca conseguia fazer isso por mais de 45 minutos. Acho que em algum ponto as mortes saturam um pouco e eu tinha que parar. Mas logo logo já queria voltar ao jogo. Honestamente, não sou fã de jogos de muita dificuldade. Porém, me diverti muito aqui. Tá certo que ainda nem consegui matar o primeiro chefão, e provavelmente não vou virar esse jogo, mas tenho me divertido bastante. Os fãs mais dedicados com certeza terão de perder horas e horas para conseguir vencer os cinco chefões e efetivamente virar o jogo.
Para a versão para o PlayStation, a Cellar Door Games implementou poucas mudanças, e isso é bom. É possível comprar apenas uma versão do jogo e jogá-la nas três plataformas disponíveis, pulando entre elas e continuando o progresso onde ele havia parado graças ao cross-save. E jogar Rogue Legacy é ainda melhor no DualShock 4, com sua ótima ergonomia e analógicos.


