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Lost Judgment – Review

Lost Judgment é a sequência direta de Judgment, lançado há pouco mais de 2 anos pela Ryu Ga Gotoku e publicado pela SEGA. O título que se sustenta nos mesmos pilares da Yakuza tinha como missão apresentar novidades, enquanto precisava manter a tradição dos jogos da série.

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Neste review, vou apresentar ao amigo leitor, minhas impressões sobre Lost Judgment, ao mesmo tempo em que tentarei convence-lo de que desfrutar a segunda aventura de Takayuki Yagami é quase um pré-requisito para gostar ainda mais do primeiro jogo da série.

A Ryu Ga Gotoku andou muito ocupada nos últimos tempos, afinal, não é todo desenvolvedora que emplaca oito jogos em seis anos. O principal motivo para isso é a alta e recente demanda por jogos da série Yakuza, que de uma hora para outra tornou-se extremamente popular no ocidente.

Além das remasterizações e das sequências da história de Kazuma Kiryu, Tivemos também o excelente Yakuza: Like a Dragon, que não só iniciou uma nova saga dentro do mesmo universo, com um novo protagonista, mas também estreou um novo modo de luta por turnos amplamente elogiado pelo público.

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No meio disso tudo, tivemos o lançamento de Judgment em 2019. O primeiro jogo estrelado por Takayuki Yagami recebeu boas críticas mas não fez tanto sucesso quanto Yakuza: Like a Dragon. Por isso, ninguém sabia exatamente o que esperar do segundo jogo.

O fato é que Lost Judgment mantém o estilo de jogo da série clássica Yakuza, mas finalmente conseguiu acertar a mão no enredo e se posicionar definitivamente como uma história diferente, no mesmo universo.

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A primeira boa surpresa de Lost Judgment é perceber que, diferente do primeiro jogo, o enredo finalmente afasta-se das tramas ligadas a Yakuza e a Mafia Japonesa. O jogador encontrará menções e personagens ligados à elas em vários momentos do jogo, mas estes elementos finalmente deixaram de ocupar os espaços principais da narrativa e dessa forma foi possível explorar um novo jeito de contar uma história de detetive.

Não é como se os jogos anteriores tivessem errado ao apostar nestes elementos. O problema é que a proposta de Judgment era ser algo diferente, e o primeiro título não conseguiu se desvincular da série principal da forma como deveria — ou gostaríamos.

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Isso não acontece em Lost Judgment. O sentimento de renovação fica evidente ao mesmo tempo em que se entrelaça com a familiaridade das mecânicas e dos cenários que o fã de Yakuza tão bem conhece. No fim, é como se o primeiro jogo fosse necessário para amadurecer a nova série, e permitir que ela brilhasse a partir de agora.

Outro detalhe agradável é a própria mudança de cenário, dado que esta segunda aventura deixa de lado a tradicional Kamurocho para se aventurar em Yokohama, na mesma e exata localidade onde se passa Like a Dragon.

Some isso com a nova abordagem do enredo e com todas as novidades de gameplay, e Lost Judgment acaba tornando-se uma das melhores entradas da série. Mas não se preocupe, abordaremos estes detalhes nesta análise.

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Começando pelo enredo, a trama desta vez aborda algo mais mundano e presente na realidade japonesa: o bullying em escolas de ensino médio. Na verdade, o foco é nos efeitos negativos que esta prática tem na sociedade nipônica, mas Lost Judgment usa esta temática para iniciar a investigação de Yagami em uma densa trama de assassinato, corrupção e claro, reviravoltas.

O melhor aspecto desta vez, é não perder tanto tempo de tela explorando o passado de Yagami, como foi feito no primeiro jogo. A verdade é que Lost Judgment soube se aproveitar do fato de ser uma sequência para ser mais direito ao ponto, já que não precisava mais ficar apresentando o protagonista e criando laços com o jogador.

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Também chama atenção a quantidade de novas mecânicas de jogo que foram inseridas. Por se tratar de uma proposta que mescla ação e investigação, é natural que Lost Judgment saiba transicionar entre estes dois momentos. Mas a forma como isso foi feito no segundo jogo melhorou demais devido à inserção de novas funcionalidades sequências durante as missões.

Além das tradicionais perseguições, o jogo agora também conta com uma espécie de modo “stealth”, bem diferente do que você pode estar imaginando. Apesar destes momentos parecerem quase uma sequência on-rails em algumas quests, a forma como se apresentam durante a história ajudam a renovar o interesse pela narrativa e prender a atenção do jogador.

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Também foram adicionadas novidades em outros pontos do jogo, como por exemplo a possibilidade de mover-se por ai com ajuda de um skate. Algo que oferece muito mais velocidade e versatilidade ao jogador que antes precisava fazer todo caminho à pé, ou de táxi.

No quesito pancadaria, Yagami agora dispõe de um novo estilo de luta, o Snake Style. Com ele, o jogador pode desarmar oponentes com facilidade e tornar qualquer luta digna de fazer parte dos filmes clássicos do Jackie Chan.

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Lost Judgment também conta com sequências de parkour, que se justificam principalmente pela necessidade de Yagami precisar alcançar ou invadir algum lugar para continuar uma investigação. Além disso, você também notará a adição de uma série de gadgets diferentes que facilitarão a sua vida, e até de um doguinho simpático que vai ajudar o protagonista a encontrar novas missões.

Até a forma como se busca e se encontra quests paralelas foi alterada. Agora, ao invés de simplesmente correr para um ponto específico do mapa, o jogador tem de ficar atento aos rumores que são ditos pelos NPC’s e cruza-los com uma nova ferramenta disponível que tenta “isolar”, posts dos cidadãos e encontrar investigações em potencial.

Analisando de maneira isolada, todas estas adições não fazem muita diferença. A maioria na verdade é bastante boba e e simples, contudo, quando ordenadas da maneira correta, dão uma nova passada na forma como Lost Judgment apresenta sua narrativa.

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Mas nem tudo são flores, nem acertos. Existem alguns pontos em que a Ryu Ga Gotoku vacila há algum tempo, e infelizmente não foi dessa vez que a desenvolvedora conseguiu supera-los. A falta de legendas em português, por exemplo, torna a tarefa de acompanhar os momentos iniciam repletos de texto e diálogos extremamente massantes e monótonos.

De qualquer forma, Lost Judgment é um jogo repleto de atividades para se fazer. Além da missão principal e de tudo que mencionei acima, o jogador poderá se aventurar em desafios de dança, corridas de drone, corridas de moto e muitas outras coisas que vão aparecendo conforme as missões vão sendo resolvidas.

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O ponto mais digno de nota é o fato de a proposta inicial da Ryu Ga Gotoku para a série Judgment finalmente parece ter se concretizado. Enfim temos uma série que se destaca e descola um pouco da série Yakuza, ao mesmo tempo em que preserva o que o jogos anteriores tem de melhor, possibilitando ao jogador aproveitar tudo aquilo que gosta e conhece de uma maneira nova, e com um objetivo diferente do que esta acostumado.

Na minha opinião, Lost Judgment é um jogo excelente que oferece horas de conteúdo, e que pode ser aproveitando tanto pelos fãs tradicionais de Yakuza, quanto por quem jamais chegou perto da série. Uma das melhores coisas que joguei este ano, com toda certeza.

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Resumo para os preguiçosos

Lost Judgment é a sequência direta de Judgment, lançado em 2019 Ryu ga Gotoku, e tem como premissa continuar a saga do detetive Takayuki Yagami, frente a sua agência de investigação.

O melhor aspecto de Lost Judgment é ter conseguido melhorar alguns aspectos de forma significativa em relação ao seu antecessor. A impressão que tive foi de que o segundo jogo finalmente conseguiu se desvincular da série Yakuza, ao mesmo tempo em que mantém tudo que ela tinha de melhor.

No fim, Lost Judgment mantém o enredo repleto de reviravoltas, uma quantidade absurda de tarefas secundárias, e uma dos sistemas de investigação mais interessantes que já tive o prazer de experimentar.

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Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Novas mecânicas de movimentação, luta e investigação;
  • Novo mapa;
  • Amadurecimento do estilo do jogo;
  • Novo enredo e distanciamento da Yakuza;

Contras

  • Sem legendas em português, o que provavelmente vai afastar parte do público do jogo
  • Excesso de texto nos momentos iniciais;
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.