Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é o mais novo jogo da franquia Like a Dragon, que pega ninguém menos que Goro Majima e o coloca no Havaí como um Pirata, mas será que esse grande saladão dá certo? É o que vamos descobrir hoje.
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Em Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii, você começa o jogo com Goro Majima desacordado e sem memória em uma praia sendo salvo por um jovem chamado Noah Rich. Para recuperar as próprias lembranças, Majima agora deve ir até outra ilha do arquipélago do Havaí e encontrar-se com seus supostos colegas de Yakuza, enquanto ele tenta descobrir o que ele foi fazer nesse lugar e por que ele acabou desacordado em uma ilha remota.
Nesta ilha, acabamos encontrando piratas que causam confusão e que são rapidamente derrotados por Majima, que graças ao sonho de Noah de conhecer o mundo, acaba tornando-se Capitão de uma tripulação pirata de um navio chamado Goromaru, e com isso, o loop básico de gameplay de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii começa.
Inicialmente, eu não gostei tanto do jogo, ele leva umas boas 3 ou 4 horas para engrenar de verdade e soltar sua mão dentro do “simulador de bairro” que os fãs da franquia Yakuza aprenderam a amar ao longo da última década.
Depois de uma tonelada de diálogos e tutoriais, quando o jogo finalmente te deixa jogar, ele realmente abre e acaba se tornando bem melhor do que essa primeria experiência mais ou menos parece.
O jogo divide-se em basicamente três etapas diferentes. A primeira delas é dentro de Honolulu, mesmo cenário de Like a Dragon: Infinite Wealth, aqui você encontra as substories de sempre, faz algumas missões com Majima, recruta a maioria dos seus companheiros de tripulação nas substories ou espalhados pelo mapa, coleta a maioria das recompensas e avança a história, mas esse é o local basicamente do conteúdo opcional do jogo.
A segunda parte é dentro de Madtlantis, a cidade dos piratas, onde você pode fazer parte do coliseu pirata e enfrentar outras tripulações tanto em combate de navio quanto de tripulações, e encontra a maioria das missões da campanha de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii.
E a terceira parte do jogo é em alto mar, com Majima controlando o navio pirata e explorando os mares do arquipélago do Havaí. O gameplay dessa parte é um tanto quanto desajeitado, e o motivo disso é o Goromaru, navio de Majima, ser meio lento de se andar de uma localidade para a outra. Aqui, você pode enfrentar outros navios pirata, usar as redes de pesca do navio para encontrar itens ou componentes para melhorar o seu próprio navio e também ir atrás de tesouros em pequenas ilhas espalhadas por aí.
Essas ilhas contam com uma sequência de batalhas onde você precisa derrotar uma tripulação rival e seus comandantes, e ao final dela você ganha o item, experiência de pirata e também dinheiro, que é usado para melhoria do navio e também para a compra de novas habilidades de Majima.
O combate de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é divertido, mas eu sinceramente achei que Majima é absurdamente forte em comparação com a maioria dos inimigos. Na maior parte do tempo você não precisa usar itens de cura e pode simplesmente apertar o botão quadrado para amassar a cara de quem parar na frente. Isso até não é um problema em si, mas com a quantidade de encontros aleatórios do jogo e com a praticamente inexistente quantidade de dinheiro que você ganha neles, isso acaba tornando o jogo, principalmente no começo, chato.
Aqui, Majima tem dois estilos de combate, o estilo “cachorro louco de Shimano” de sempre e o estilo pirata, onde o personagem adaota a indumentária de pirata e usa dois sabres, gancho e pistola para o combate. Esse segundo estilo é muito mais forte do que o primeiro, que só vale a pena usar mesmo contra chefes, já que você pode fazer uma espéci de “Jutsu de Clone das Sombras” onde você cria 2 a 3 clones de Majima que saem descendo a porrada em todo mundo por uma boa qunatidade de tempo. É importante ainda falar sobre os combates aleatórios do jogo, pois eles são uma forma do jogo te encher o saco. Eles não servem pra nada pois a recompensa deles é ínfima, imagina ganhar 10 dólares por luta e precisar de 10 mil para comprar um upgrade? É basicamente isso, então da metade pro fim do jogo, eu tentava igorar todas as lutas aleatórias possíveis para não perder tempo.
E por falar em combate, o combate naval de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é apenas mediano. Ele não está no nível de Assassin’s Creed IV: Black Flag ou Odyssey, por exemplo, é uma versão um tanto simplificada destes onde as batalhas na maioria das vezes duram 5 ou 10 segundos quando você enfrenta navios comuns ou cerca de um minuto quando você enfrenta uma tripulação de veradade em Madtlantis ou quando está perseguindo piratas perigosos em uma Substory em específico do jogo.
Ainda sobre a parte de pirata do jogo, uma das partes mais legais do jogo é quando há um combate de uma tripulação com seus 20 e poucos piratas enfrentam uma tripulação de uma centena de inimigos. Dá pra se sentir em um arco de One Piece nesses momentos, com os capitães dos navios cruzando armas enquanto a porrada come solta à volta.
Falando rapidamente sobre a história de Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii, ela começa não fazendo o menor sentido e sendo excessivamente complicada e oculta, mas conforme o jogo avança, vai ficando mais simples e felizmente a campanha tem um bom tempo para não ser demorada demais.
Eu terminei o jogo com 18 horas fazendo uma parte das missões opcionais, pegando vários piratas para a minha tripulação e jogando uma boa quantidade de batalhas de Madtlantis, e o final acaba te deixando com vontade de saber como a história da franquia vai seguir dali, afinal o jogo se passa após os eventos de Infinite Wealth, e se você terminou esse jogo, você sabe muito bem do que eu estou falando em específico.
Graficamente, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é um jogo dentro do padrão da franquia. A Dragon Engine está cada vez se provando mais capaz, agora com direito a combate marinho e mais algumas maluquices que eu não vou comentar para não estragar a experiência de quem ainda não jogou.
A trilha sonora e dublagem do jogo também são muito boas, e felizmente ele vem com legendas em português, mas há alguns momentos em que parece que faltou cuidado na hora de traduzir ou simplesmente faltou legendas, e o jogo acaba revertendo o texto destes momentos para o inglês (como no minigame Cozinha Goro Goro).
Mas e aí, Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii vale a pena?
Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii é um bom jogo, ainda que nada revolucionário dentro da franquia Yakuza/Like a Dragon. O jogo demora um pouco para mostrar ao que veio, mas foi uma experiência positiva, e se tem um personagem dentro da franquia que poderia ser um pirata, esse com certeza é Goro Majima. É bem legal voltar a controlar o personagem depois de tanto tempo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii coloca Goro Majima no papel de um pirata no Havaí, em uma jornada para recuperar sua memória e entender como foi parar ali. O jogo se divide em três partes principais: Honolulu, onde ocorrem as substories e missões opcionais; Madtlantis, a cidade dos piratas, onde há batalhas de tripulações e competições no coliseu; e alto-mar, onde Majima explora ilhas, enfrenta navios e coleta recursos. O combate mistura o estilo clássico de Majima com um novo estilo pirata, que utiliza sabres, gancho e pistola. No entanto, o balanceamento do jogo pode tornar os combates fáceis demais, especialmente no início, com encontros aleatórios pouco recompensadores.
Apesar de começar de forma confusa e demorar algumas horas para engatar, a história se torna mais envolvente conforme avança. O jogo oferece boas mecânicas dentro do Dragon Engine, incluindo o sistema de batalhas navais, embora simplificado em relação a outros jogos do gênero. Com gráficos no padrão da franquia, trilha sonora competente e dublagem de qualidade, o jogo também conta com legendas em português, mas com algumas falhas. Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii não revoluciona a franquia, mas proporciona uma experiência divertida para os fãs, especialmente por trazer Majima de volta como protagonista.
Prós
- Boa história
- Bons minigames e loop de gameplay divertido
- Majima é um personagem extremamente carismático
Contras
- A introdução do jogo é muito longa
- Minigame de pirata mediocre
- As batalhas aleatórias não servem para nada