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I Am Alive – Review

[Este review de um jogo lançado em 2012 faz parte da campanha “Backlog Crítico” iniciada no Grupo do Facebook do Critical Hits, onde cada um dos redatores faz uma lista de jogos que não terminou, os leitores votam, a gente joga e faz um review do jogo]

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O mundo já viu apocalipses o suficiente, mas em 2012 esse tema não era tão explorado assim quanto foi logo na sequência. I Am Alive é um título que também trata sobre isso e, apesar de ter várias boas ideias, que foram muito melhor exploradas em títulos lançados após ele, infelizmente é apático demais para se proclamar “vivo”.

Em I Am Alive, você vive uma história um ano após um evento cataclísmico que acabou com os Estados Unidos da maneira como todo mundo conhece, ou seja, com fastfoods e comerciais de viagra na televisão. Uma série de terremotos destruiu boa parte dos prédios e casas, e levantou uma nuvem de poeira por semanas, que acabou fazendo os habitantes se fecharem dentro das suas casas.

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Com o passar do tempo, e a não dissipação dessa poeira toda, as pessoas começaram a morrer de fome e a serem forçadas a sair na poeira. O governo até tentou ajudar como pode no começo, mas logo o caos se instalou de maneira definitiva nas cidades e a lei foi esquecida.

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Nisso tudo, entra você um personagem sem nome que está tentando voltar para casa para encontrar sua mulher e sua filha. Infelizmente para o nosso personagem, ele não encontra nenhuma delas, e sim uma garotinha que está doente e precisa da sua ajuda. É aí que começa a história de I Am Alive.

I Am Alive ainda conta com personagens que não são nem um pouco carismáticos. A música do começo do jogo é o mais tocante que você vai encontrar durante as 6 ou 7 horas de jogo, infelizmente, o que pode ter sido o reflexo do jogo ter sido desenvolvido por mais de 2 anos e ter pulado de estúdio em estúdio durante esse processo turbulento de criação.

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O jogo segue mais ou menos os esquemas de um título em terceira pessoa, você anda, atira e tudo mais, mas com uma pequena adição: uma barra de stamina, que é consumida após algumas ações como correr ou escalar. Isso poderia ter adicionado uma camada única de estratégia ao jogo, mas infelizmente ela mais vai te atrapalhar do que qualquer outra coisa.

Em I Am Alive, são várias as situações onde você vai ter que escalar lugares, afinal, o mundo agora é uma grande pilha de escombros. Como eu disse, escalar gasta stamina, e após a sua barra terminar de ser consumida, você tem que se virar nos 30 e chegar o mais rápido possível no objetivo. Enquanto isso, sua barra diminui em capacidade gradativamente, o que vai te prejudicar em escaladas futuras.

“Mas Eric, isso torna o jogo difícil, arregão”, não, o problema é que isso seria legal se o jogo não tivesse alguns erros idiotas de reconhecimento de controles. Volta e meia o jogo acha que você fez algo diferente do que você apertou nos botões do joystick e te faz perder preciosos segundos de stamina que vão acabar faltando em escaladas mais longas.

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Para recuperar sua stamina nos níveis iniciais, você deve consumir suprimentos, como água ou comida. Como eles são escassos pra caramba, volta e meia você acaba ficando com quase nada de stamina graças às falhas técnicas do jogo. Nada legal, né?

Por falar em escassez, tudo é escasso em I Am Alive: itens de cura, comida, munição, etc. O combate do jogo, aliás, é pautado por isso. Você quase sempre vai estar em desvantagem numérica, e vai ter que quebrar a cabeça para sair de situações onde há dois adversários armados e você com apenas uma bala na sua pistola, mas infelizmente o que era para ser uma partida de xadrez acaba virando uma repetição monótona das mesmas ações.

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Para se safar dos combates, você geralmente tem que identificar o membro mais durão do grupo inimigo e matá-lo ou de surpresa (com uma facada na goela) ou na bala mesmo. Após isso, você aponta o seu revolver pros inimigos desarmados e eles levantam as mãos. Daí acontece sempre uma das duas, ou você dá uma coronhada nos que se rendem, ou você tem que matar um deles no tiro e entrar numa briga de foice que sempre tem o mesmo movimento (apertar o botão X/Quadrado loucamente até o seu inimigo levar a facada no bucho).

Além dessas características de jogo, ainda há a exploração de mapas e o salvamento de outros sobreviventes. Geralmente você tem que procurar algum suprimento que eles estão precisando, como uma bombinha de asma ou um kit de primeiros socorros. Em troca, você ganha mais uma “vida” ou possibilidade de retornar ao ponto de controle mais próximo, ao invés de ter que recarregar o seu save.

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Por falar em save, o jogo tem um problema bem chato que é não salvar quando deveria. Como ele escolhe quando vai salvar, volta e meia você tem que jogar novamente partes que você já havia jogado antes de desligar o console. Isso é um saco, ainda mais quando o jogo não te avisa que salvou e que você pode desligar seu videogame sem precisar perder os minutos iniciais fazendo novamente o que você já havia feito.

Graficamente, o jogo é mais ou menos bonito. Ele é bonito para um jogo de 2012 de 15 dólares, mas não dá para comparar com jogos de hoje. Os visuais marrons e cinza que acabaram ficando batidos de tão usados são predominantes no jogo, mas até que ajudam a criar a atmosfera de desolação que os EUA estão no game.

A trilha sonora infelizmente é bem fraca e pouco marcante, fora a música inicial da entrada do jogo.

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Resumo para os preguiçosos

I Am Alive tem uma série de ideias certas, mas infelizmente o jogo é uma apatia gigantesca, seja pela falta de personagens carismáticos, seja por falhas técnicas que atrapalham esquemas de jogo que poderiam muito bem ser inovadores. Fazendo um comparativo, o jogo é mais ou menos o que The Last of Us seria se tudo tivesse dado errado, então vá com cuidado nesse jogo para não se decepcionar.

Nota final

50
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

Algumas ideias inovadoras, apesar de mal executadas

Contras

  • Controles que atrapalham mais do que ajudam muitas vezes
  • Personagens sem carisma estragam a trama
  • Genérico
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.