Observação: esse review é baseado apenas no primeiro pacote de conteúdo do jogo, que inclui o tutorial e o mapa de Paris. Conforme novos pacotes forem sendo lançados, essa postagem será atualizada com links para os respectivos reviews.
A Square Enix decidiu “puxar o plugue” da série Hitman e recomeçar tudo com um reboot na franquia, após alguns experimentos que não foram tão bem recebidos assim. Prometendo um nível de liberdade nunca antes visto na história da franquia, além de desafios inteligentes e várias possibilidades nos assassinatos, será que esse jogo entrega o que promete? É o que vamos descobrir.
O jogo começa efetivamente 20 anos antes do período atual dentro do tutorial do jogo. Nele, você deve assassinar um ex-assassino dentro de uma festa num iate, que está ancorado numa marina. O jogo te guia pela mão e te mostra os movimentos básicos do jogo. Inicialmente, eu fiquei bastante impressionado, e até assustado, com a quantidade de possibilidades de assassinato que o jogo te dá, você pode envenenar seus alvos, mata-los com tiros, acidentes, jogando-os de uma janela e assim por diante, possibilitando que o mesmo mapa seja jogado diversas vezes, todas com um final diferente.
Uma das principais novidades deste jogo em relação aos antigos na franquia são as oportunidades. Conforme você avança no mapa e ouve conversas, o seu personagem pode acabar descobrindo oportunidades novas de assassinato. Assim, você pode descobrir que tal alvo passa em tal lugar do mapa num horário específico e botar uma bomba lá, por exemplo. Cada mapa de Hitman é um mundo de possibilidades, e é aí que eu quase piro, pois eu me senti bem perdido quando o jogo parou de me carregar nas costas e me deixou livre para fazer os assassinatos da forma como eu quisesse.
Eu não sei vocês, mas ou eu me acostumei com a simplicidade de Assassin’s Creed, ou eu não tenho criatividade. Eu levei um bom tempo até me acostumar com a quantidade de oportunidades que o jogo dá. Há muitas formas de cometer o mesmo assassinato, e você é encorajado a experimentar bastante. Esteja pronto para errar e ter que recomeçar a mesma fase várias vezes no começo de Hitman, pois isso vai acontecer, e aí entra um pequeno problema: o jogo tem tempos de carregamento bem lentos. Parece que até para abrir o menu do jogo ele dá umas engasgadas no PS4. Isso não chega a ser um grande problema conforme você pega o jeito do jogo e tem que repetir menos as mesmas sessões, mas no começo enche o saco.
Terminada a sua missão inicial da forma livre, você vai para uma prova final onde deve assassinar um grande mestre do Xadrez que era, na verdade, um espião da KGB. Essa missão também é bem divertida e cheia das possibilidades, e eu poderia perder umas boas horas jogando-a só para explorar todas essas possibilidades, e esse parece ser mesmo o objetivo da Square Enix, porque, depois dessa fase, o jogo acaba, ou quase isso. Sim, depois de anos esperando, a primeira fatia de conteúdo de Hitman é composta apenas pelo tutorial e por mais uma missão. E isso é bem desapontador.
Na terceira missão do jogo, você deve ir a uma feira de moda, e se você estava achando o loading das missões anteriores lento, esse é bem pior. Como há uma porrada de NPCs dentro do mapa, eu acho que a Square Enix preferiu colocar várias rotinas pré-determinadas de inteligência artificial em cada um deles, e isso acabou causando um tempo de carregamento absurdo. O jogo realmente demora bastante, e há momentos em que parece que o PS4 fica tonto com tanta informação na tela, pois ele fechou o jogo na minha cara umas duas vezes durante as minhas tentativas de conclusão dessa fase.
Após essas três missões (quatro, se contarmos com a repetição da primeira do tutorial), Hitman acaba, e você fica se perguntando “foi pra isso que eu esperei tanto tempo?”. Aparentemente, foi. No total, você tem umas duas horas e meia a três horas de conteúdo inédito nesse pacote inicial. É pouco, mas é possível repetir as missões para tentar abordagens diferentes, e esse parece ser o objetivo da Square Enix, já que o jogador é encorajado a jogar as mesmas fases novamente, com essas abordagens novas e desafios, além de placares globais, para vermos quem é o assassino mais efetivo.
Dito tudo isso, vale a pena? Olha, eu sinceramente não sei. Essa parte inicial do jogo me lembrou Metal Gear Solid V: Ground Zeroes. Você tem uma espécie de demo paga do que o jogo completo vai ser. Eu fiquei com boas expectativas pelos próximos capítulos do jogo, mas também achei que foi muito pouco conteúdo entregue. A Square Enix podia ter liberado mais uma missão pelo menos, pois a experiência realmente é bem curta, mas positiva, e acaba deixando o jogador com aquela sensação de quero mais.
Graficamente, o jogo é muito bonito e muito bem detalhado. Todas as áreas do jogo foram bem trabalhadas. Dá para notar a atenção tomada aos detalhes do jogo, nos modelos dos personagens e NPCs e na quantidade de personagens que o jogo coloca na tela sem lentidão. A trilha sonora do jogo é boa, com uma boa dublagem em inglês. Vale ressaltar que o jogo tem legendas em português apenas.
Review elaborado com uma cópia digital para PS4 fornecida pela Square Enix do Brasil.
Resumo para os preguiçosos
O primeiro capítulo de Hitman é apenas uma amostra do que o jogo vai oferecer em sua versão completa. Ele é curto, mas o que ele mostra agrada. Só é uma pena que seja bem curto mesmo. Ao todo, são três missões inéditas que oferecem uma grande possibilidades de abordagens e desafios internos, e a ideia é que você as jogue várias vezes para explorar tudo o que elas têm a oferecer. É um bom aperitivo, mas, no momento, não passa disso.
Prós
- Cheio de possibilidades de assassinatos
- Desafios globais aumentam a longevidade do jogo
- Gráficos bem otimizados
Contras
- Carregamentos demorados
- Lentidão para acessar menus
- O capítulo inicial podia vir com mais conteúdo
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