InícioReviewsFinal Fantasy XII: The Zodiac Age - Review

Final Fantasy XII: The Zodiac Age – Review

A série Final Fantasy é composta de uma série de elementos característicos, como Jobs, Chocobos, Black e White Magics, combates por turno e assim por diante, mas, se você parar para analisar, Final Fantasy XII é provavelmente o jogo que mais distanciou-se de vários desses conceitos. Ainda assim, esse é tido como um dos melhores episódios da franquia, e 10 anos depois, a Square Enix resolveu remasterizar o jogo para o PlayStation 4 e trazer ao ocidente o Zodiac Job System, algo que era exclusivo do Japão até então. Será que Final Fantasy XII: The Zodiac Age tem o que é necessário para conquistar novos fãs e trazer os antigos a uma versão melhorada de si mesmo?

PUBLICIDADE

Em Final Fantasy XII: The Zodiac Age, você controla Vaan, um garoto de Rabanastre que vive dentro da ocupação do Archadian Empire e que busca o sonho de ser um pirata voador. Mal imagina ele que, logo no começo de suas aventuras, ele acaba envolvendo-se com piratas voadores de verdade, com a resistência ao Império e com a própria princesa de um dos países ocupados pelos imperiais.

PUBLICIDADE

Se você entrou na franquia com Final Fantasy XV, ou jogou esse jogo recentemente e nunca jogou Final Fantasy XII, você provavelmente vai estranhar o modo como o jogo remasterizado da Square Enix aborda o enredo, já que a história de Final Fantasy XII: The Zodiac Age é absurdamente maior e mais bem contada do que a do recente capítulo. O jogo não economiza cutscenes e nem conversas para você conhecer os diversos lados do conflito e para explorar os personagens e suas motivações para estarem ali.

O interessante de Final Fantasy XII é que a maioria dos personagens parecem ser mais interessantes que Vaan. Diria eu, até, que na verdade o personagem principal do jogo é Balthier, e Vaan está ali só para ligar todo mundo mesmo, e provavelmente muita gente vai concordar comigo. Final Fantasy XII conta com um elenco cheio de personagens interessantes e cheios de profundidade, só é curioso mesmo que o menos interessante do grupo seja o personagem principal dele.

Algo bem interessante de Final Fantasy XII é a abordagem do jogo em si ao RPG. Como ele foi lançado em 2005, no auge de World of Warcraft e de 20 mil MMORPGs tentando tirar o título de rei dos games de WoW, o jogo acaba quase que comportando-se como um MMORPG offline, ou seja, você pega quests nos bares e navega por grandes áreas para enfrentar inimigos, quase que como num MMORPG daquela época. O combate do jogo é uma mistura de combate por turnos e tempo real onde você pode escolher controlar os personagens e dar cada ordem a cada um deles, ou configurar uma espécie de inteligência artificial para que cada um dos personagens se controle e aja independentemente.

Esse sistema de inteligência artificial, chamado de Gambits, é um dos melhores sistemas de RPG que eu já vi por aí, pois você pode fazer uma sintonia fina dos personagens de maneira impressionante, e configurá-los para curar seus heróis quando eles estiverem com pouca vida, usarem Protect e Shell quando esses efeitos saírem, atirarem magias de fogo em inimigos fracos contra fogo, e assim por diante. É possível montar estratégias específicas para inimigos em específico e ainda assim manter os seus personagens com configurações gerais para atravessarem o mapa e devastarem inimigos naturalmente.

PUBLICIDADE

Uma novidade que o jogo ganhou em relação à sua versão original para PlayStation é o Zodiac Job System, introduzido anteriormente apenas numa atualização do jogo lançada exclusivamente no Japão. Nesse sistema, você não vem com classes pré-definidas para nenhum dos personagens do jogo, e assim deve escolher o que Vaan, Balthier, Fran, Ashe e companhia vão ser, num sistema de classes que lembra Final Fantasy V ou Final Fantasy Tactics (esse último também dirigido por Yasumi Matsuno, diretor de Final Fantasy XII). Depois de escolhida a classe, você vai desbloqueando as habilidades e atributos dela com os License Points que você ganha ao matar inimigos do cenário.

Além da classe inicial que você escolhe, é possível adicionar uma segunda classe aos personagens, assim que você desbloqueia um certo nodo dentro da sua License Board. Com isso, você ganha a possibilidade de ter classes muito customizadas e um grupo bastante versátil, possibilitando assim você destroçar os inimigos que se imporem diante do seu grupo.

PUBLICIDADE

Como o jogo é uma remasterização, ele ganhou gráficos melhorados, mas ele veio com muito mais do que isso, felizmente. Uma das melhores adições feitas pela Square Enix ao jogo é o fato de você poder acelerar o jogo em 2 ou 4 vezes tanto quando você anda pelo cenário (e há partes onde o jogo te faz andar pra cacete pelos mapas e isso demorava horas no Final Fantasy XII original) quanto durante os combates, então, se você estiver com vontade de upar os seus personagens, é só ligar os Gambits, andar por aí e ver os seus personagens descerem o cacete nos adversários na velocidade da luz.

Outra novidade que a Square Enix trouxe é a possibilidade de ligar o mapa do jogo direto na tela com o apertar de um botão, fazendo assim você não precisar ficar abrindo o mapa de 5 em 5 segundos para achar onde você deve ir. Essa pode parecer uma novidade besta, mas é uma comodidade que ajuda bastante no progresso do jogador. Outra dessas comodidades é que o jogo salva automaticamente a cada nova tela que você acessa, sendo assim, se você morrer para aquele dinossauro lá do começo do jogo e tiver esquecido de salvar, felizmente o jogo te faz perder só alguns minutos, e não horas de progresso. Para completar as novidades, ainda há opções de New Game Plus para o jogo, e novos desafios, ou seja, o jogo está muito longe de ser uma remasterização, ele é mais uma edição definitiva de Final Fantasy XII mesmo, e ainda conta com gráficos atualizados.

No fim das contas, essa versão vale a pena? Com certeza. Se você gostou de Final Fantasy XV e quer explorar outros capítulos da franquia, você provavelmente vai estranhar um pouco Final Fantasy XII, mas a Square Enix deu várias mexidinhas no jogo para que ele continue atual e extremamente divertido, como ele era antigamente. Vale ressaltar uma coisa, entretanto: o jogo é BEM longo, e é possível gastar mais de 60 horas facilmente nele e ainda assim não chegar ao final da campanha.

PUBLICIDADE

Além das remasterização nos gráficos, o jogo ainda conta com diversas opções de som, como a trilha sonora original ou a reorquestrada, além da possibilidade de se jogar com a dublagem original japonesa do jogo ou a dublagem americana. Vale ressaltar ainda que, infelizmente, Final Fantasy XII não conta com legendas em português provavelmente porque o jogo original também não contava e a Square Enix achou que não valeria a pena investir em legendas no nosso idioma para o jogo.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS4 fornecida pela Square Enix.

PUBLICIDADE

Resumo para os preguiçosos

Final Fantasy XII: The Zodiac Age é a versão definitiva de um dos melhores e mais únicos Final Fantasy da franquia. O jogo conta com diversas melhorias pequenas, mas que acabam resolvendo diversos dos problemas que fariam o jogo ter envelhecido mal caso essas melhorias não existissem, além de contar com gráficos atualizados e uma série de, até então, novidades e sistemas que só a versão japonesa do jogo contava. Recomendadíssimo para fãs da franquia, ainda que novatos possam estranhar um pouco o jogo, ainda mais se ele for comparado com o mais recente Final Fantasy XV.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos atualizados
  • Uma série de pequenas melhorias que, se não estivessem ali, teriam feito o jogo envelhecer bem mal
  • Enredo profundo, com reviravoltas e cheio de personagens interessantes
  • O sistema de Gambits é um dos melhores sistemas já feitos para JRPGs
  • Todas as melhorias de Final Fantasy XII: Zodiac Job System

Contras

  • Faltou legendas em português
  • Vaan é um protagonista um tanto apagado dentro do jogo
PUBLICIDADE

6 COMENTÁRIOS

Comments are closed.

Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.