A Bungie muito tinha prometido para Destiny antes do lançamento do jogo e o que ela trouxe era um bom produto, mas que todo jogador que acaba sendo tragado pelo game sabia de suas deficiências. Duas expansões depois, alguns desses problemas continuavam, principalmente no que diz respeito à progressão de personagem e ao bom e velho mito de que Destiny não tem uma história.
Um ano e seis dias depois do lançamento da versão vanilla de Destiny, The Taken King é, inegavelmente, a melhor e melhor expansão que o título já recebeu. É impossível não pensar que o Destiny de hoje era o que a Bungie tinha como visão inicial do jogo. A expansão trouxe melhorias em todas as partes do jogo. Vamos tentar falar da maioria delas aqui.
De início, o sistema de progressão agora está muito mais claro e fácil de entender. Além de mais claro, o progresso agora é mais gradual, fato que faz com que cada peça de defesa ou arma de ataque maior seja comemorada. O jogador vai fazendo as missões e acumulando experiência até chegar no nível 40. Nesse ponto, a preocupação passa a ser em aumentar o nível de luz, que é calculado através de uma média de todas as armas e armaduras que estão equipados no personagem naquele momento.
Isso faz com que os jogadores sejam menos reféns da aleatoriedade do jogo, já que é muito comum obter peças raras com valores altos de defesa e ataque, não dependendo apenas de lendários para poder progredir. O sistema de infusão permite que jogadores sacrifiquem peças mais fortes para aumentar os valores de peças mais fracas, o que dá um maior poder de personalização e não faz todo mundo chegar no nível máximo usando o mesmo set, como acontecia frequentemente no ano 1.
A Bungie também finalmente acertou a mão na história do jogo, ponto em que o jogo sofria muitas críticas ate então. Os personagens agora têm diálogos muito mais significativos e bem construídos, com os hunters Cayde-6 e Eris Morn tomando a dianteira nas conversas. Temos diversas cutscenes interessantes e, finalmente, também podemos pular elas se assim quisermos.
Todo o sistema de missões também foi remodelado, e agora tudo gira em torno das quests, que são inúmeras. Há também diversas quests que resultam em armas exóticas ou lendárias. A nova Raid, chamada King’s Fall (ou A Queda do Rei), segue os moldes da Vault of Glass, onde a chave para o sucesso é a coordenação e comunicação entre os jogadores. A raid tem um ótimo equilibrio entre dificuldade e mecânicas de jogo, onde elas não são complicadas demais, porém é necessário que todos os membros da equipe façam sua parte.
Além dessas novidades todas, a companhia adicionou um novo capítulo na história de Destiny: Oryx, o Rei dos Possuídos. Caso você esteja inteirado do lore de Destiny até aqui, você sabe que, anteriormente, os guardiões mataram Crota, o filho de Oryx, na expansão The Dark Below. Como todo bom pai, Oryx decidiu vingar-se, vindo ao sistema solar com apenas um objetivo: arrasar tudo o que ele encontrar pela frente.
Para evitar isso, você, guardião, deve desempenhar uma série de missões tanto em áreas já conhecidas, como em novas, dentro da nave de Oryx, que está estacionada nos anéis de Saturno. Aqui, vale ressaltar que, mesmo aproveitando-se de mapas antigos, ficou a impressão de que a companhia realmente se esforçou em adicionar novidades a eles. Praticamente todas as missões de Destiny até então eram basicamente ir do ponto A até o ponto B, ver o fantasma atirando luz em algo e matar tudo o que aparece pela frente.
Em The Taken King, entretanto, as coisas mudam, e praticamente não há mais missões que envolvam apenas isso. Quase sempre há alguma novidade, como enfrentar inimigos sem nenhuma visibilidade, ou ainda inimigos que só podem ser mortos após o escudo deles serem removidos. Além disso, há bastante conteúdo disponível para jogar-se após a conclusão das missões iniciais da DLC, algo que estende a longevidade desse conteúdo adicional em várias semanas, diferente de antes, quando dava pra matar tudo o que se tinha de novo em praticamente uma tarde de jogatina.
As novas subclasses trouxeram uma ótima mudança para o jogo. Os Titans finalmente ganharam uma subclasse forte no PVP, e os Hunters agora contam com uma boa subclasse de suporte. Warlocks continuam apelões e aproveitando a preferncia da Bungie por eles.
Os inimigos novos também oferecem desafios diferentes, e não são apenas re-skins dos Cabal, Vex etc que costumamos encontrar pelo jogo. Eles são muito mais agressivos que as suas variantes não possuídas e possuem truques e movimentos novos também, exigindo que o jogador use muito mais do que simplesmente os músculos para derrota-los.
Outro ponto interessante em The Taken King é que, com o fim da supremacia da Gjallarhorn, você agora tem que usar novas armas e experimentar novos estilos de combate, afinal, graças a isso, o jogo antes tinha aquele defeito de ter que forçar uma dificuldade artificial no jogador, por ele ter um trunfo poderoso demais. Agora, você realmente tem que se movimentar pelo cenário e combater o inimigo pensando, ao invés de se esconder num canto, atirar com a bazuca, recarregar, e repetir o processo até o fim das fases.
Além de novas strikes, The Taken King também modificou a maioria das strikes que você já jogava anteriormente, adicionando inimigos possuídos e algumas submissões novas. Além disso, algumas fases do jogo também contam agora com chefes e caminhos secretos, que ainda estão sendo descobertos pelos jogadores.
O único grande problema de The Taken King é que, quem não tem ele, acabou ficando com uma versão completamente defasada e inútil de Destiny, já que os níveis de dificuldade mais elevados de todas as fases do jogo estão trancados num patamar de luz que quem não tem a DLC não consegue mais acessar, além de também não conseguir mais fazer strikes num nível de dificuldade diferente do único oferecido pelo jogo. Pro bem e pro mal, The Taken King acaba sendo um DLC obrigatório pro jogador de Destiny.
Resumo para os preguiçosos
Destiny: The Taken King, é finalmente o jogo que a Bungie concebeu pra franquia. Praticamente tudo mudou para a melhor, e, por mais que o preço do pacote de expansão seja elevado, ele é mais do que necessário para quem quer continuar se aventurando como guardião.
Prós
- Novas subclasses com mecânicas divertidas e úteis
- O jogo finalmente tem uma história interessante e personagens com personalidade
- Muito conteúdo tanto durante a main quest quanto depois dela
- Uma raid muito bem pensada e que valoriza o trabalho em grupo
Contras
- Tornou o jogo praticamente inútil e sem propósito para quem não tem a expansão.
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