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Deponia – Review

Um babaca. Um discípulo de Tico. Um egocêntrico maníaco. É com alguns adjetivos assim que podemos classificar Rufus, o nosso protagonista em Deponia, Point & Click de 2012 que tinha a missão de resgatar o estilo clássico do gênero. Afinal, The Walking Dead: The Game também é um Point & Click contemporâneo, mas de um estilo totalmente diferente. Deponia é o primeiro jogo de uma trilogia, que conta também com Chaos on Deponia e termina com Goodbye Deponia.

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Deponia é o lixo do mundo. Tudo que não serve no Elysium, cidade (ou estado, país, não consegui entender direito) que fica no céu, parecido com o esquema de Columbia, de Bioshock: Infinite. Em Deponia ficam os lixões, os ferros-velhos, tudo o que foi esquecido e abandonado. Rufus mora em Kuvaq, uma cidade de Deponia feita de lixo e sucata, onde a água é uma nojeira, mas há boatos de que um dia houve uma fonte de água limpa por ali.

Kuvaq é uma cidadezinha cativante, não tanto pelo seu ambiente, mas pelas pessoas que ali habitam, como Tori, a namorada de Rufus que o odeia, Wenzel, o melhor amigo extremamente sarcástico de Rufus, e até personagens secundários, como o prefeito que vive dormindo, Hannek, o demolidor que sempre esquece o nome das pessoas, e Toni a/o assistente do prefeito, que muda de voz sem querer no meio das conversas. O jogo é cheio de sarcasmo, os personagens são bem construídos e a dublagem é excelente. Porém a caixa de opções de diálogo de vez em quando buga levemente, com as opções saindo da caixa.

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Apesar de Kuvaq ser um lugar cativante, todos sabem que o Elysium é muito melhor. Rufus acredita que é muito superior aos outros deponianos, e que seu lugar é junto com a alta classe de Elysium, então começamos o jogo tendo de ajudar ele a botar em ação o seu plano de fuga para o Elysium, tentando pegar carona em um trem da Organon, uma associação ou entidade responsável pelo governo de Elysium e do mundo como um todo. E pra chegar até lá Rufus não se importa com quem vai ter que prejudicar ou que vai ser de quem ficar em Deponia, no melhor estilo Christian de ser.

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Não só Kuvaq como todos os outros lugares são muito bem desenhados, com elementos de fundo muito bem elaborados. Porém a movimentação do personagem e o lip sync são horríveis. Talvez isso seja uma “homenagem” aos Point & Click antigos, mas parece mais um problema de bugs, porque o jogo tem algumas travadas feias, parecendo que ele é muito mais pesado do que ele realmente é.

A trilha sonora é impecável, as músicas não são repetitivas e irritantes, dão exatamente o ar necessário para cada cena, isso sem contar o bardo que canta uma música em cada transição de capítulo. HUZZAH!Talvez isso seja alguma referência a Skyrim e seus bardos.

O jogo começa numa pegada muito sarcástica, com diálogos interessantes e puzzles relativamente simples, porém chega na metade e ele perde um pouco do ritmo, ficando meio monótono, a ponto de eu tentar misturar itens absurdos pra ver se chegava em algum resultado. Em determinado ponto de um minigame eu fiz tudo que era possível e mesmo assim a resposta não estava certa. Apelei pra um detonado da internet e descobri que estava fazendo tudo certo, porém algum bug do jogo impedia que o carrinho seguisse o caminho certo (inclusive eu já tinha até o achievement do Steam por ter completado o minigame e não sabia).

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Resolvi passar esse minigame (pois o jogo te dá essa opção de avançar sem ter resolvido) um pouco frustrado. Daí pra frente fui com o detonado até largar ele em um momento que o jogo retoma o ritmo, porém de uma maneira diferente: mais séria e romântica, contando pedaços da história de Deponia e chegando em questões de política e problemas da sociedade moderna. Mas tudo de uma maneira bem sutil e sem chatices.

Quando o jogo recupera o ritmo, ele acaba. Alguns diriam que é muito curto, porém eu achei na medida certa, terminando no auge, afinal tem mais dois jogos pela frente, então o jogo tem que deixar uma sensação de “quero mais” e te inspirar a jogar o próximo da franquia.
Por fim, deixei alguns achievements de lado, sem querer (encontrar comigo mesmo, desafiar a gravidade, outras coisas provavelmente legais), mas o jogo não tem um fator replay muito alto, até pelas escolhas não influenciarem em quase nada o final do jogo. Alguns vão gastar 5 ou 6 horas pra terminá-lo, outros vão quebrar a cuca pro semanas, mas poucos vão ser o que vão jogar duas vezes.

Resumo para os preguiçosos

Deponia é um jogo que recupera a maneira clássica de se jogar Point & Click dos anos 90, porém colocando um humor inteligente em personagens muito bem construídos.

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Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • História envolvente
  • Personagens muito bem feitos
  • Humor inteligente
  • Cenários bem desenhados
  • Dublagem excelente
  • Romance e política sem ser chato
  • Minigames interessantes

Contras

  • Ritmo inconstante da história
  • Travadas e bugs
  • Dificuldade inconstante: puzzles difíceis seguidos de puzzles absurdamente fáceis
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