Days Gone Remastered – Análise – Vale a Pena – Review

Days Gone Remastered é mais um dos games lançados na geração passada que estão ganhando novas versões para a atual geração de consoles. No meio de toda a discussão sobre jogos tão recentes receberem remasters, como será que Days Gone, lançado originalmente em 2019, se sai?

Antes de mais nada, vamos relembrar um pouco sobre o que é Days Gone. O jogo nos coloca no controle de Deacon St. John, um ex-membro de gangue de motoqueiros que tenta sobreviver em um mundo devastado por uma pandemia viral. Essa pandemia transformou grande parte da população em criaturas chamadas de Frenéticos. A história se passa dois anos após o surto, em uma região fictícia do Oregon, nos Estados Unidos, agora marcada por cidades abandonadas, florestas e estradas perigosas.

Deacon e seu amigo Boozer planejam seguir rumo ao norte para tentar recomeçar a vida. No entanto, a moto de Deacon é danificada durante uma perseguição, e antes que possam partir, ele precisa repará-la. Durante essa jornada, Boozer é atacado brutalmente por um grupo de fanáticos conhecidos como Rest in Peace, sofrendo queimaduras graves. Em meio a esse momento de vulnerabilidade, somos apresentados ao mundo aberto do jogo, onde aprendemos as mecânicas e o funcionamento do ciclo de gameplay.

Days Gone segue um modelo clássico de mundo aberto: há diversas missões principais, pontos de interesse para explorar, colecionáveis para encontrar e atividades secundárias. À medida que conhecemos essas atividades, também nos familiarizamos com as mecânicas do jogo. Entre elas está a destruição de ninhos de frenéticos, onde podemos escolher lidar com a ameaça de duas formas: durante o dia, quando os ninhos estão mais cheios, mas os inimigos são menos agressivos; ou à noite, quando há menos frenéticos nos ninhos, mas eles se tornam muito mais perigosos.

Em combate, utilizamos três tipos de armas: a principal (rifles ou espingardas), a secundária (pistolas) e uma arma especial (como a besta, ideal para abordagens furtivas). Além disso, há itens arremessáveis como coquetéis molotov, bombas e pedras para distração, bem como armadilhas e kits médicos. Todos esses itens ficam organizados no menu radial de Deacon, e muitos podem ser fabricados usando materiais coletados no mundo, como os próprios molotovs e kits médicos.

A moto é uma das grandes protagonistas de Days Gone. Além de ser o meio de transporte principal, ela é parte essencial da identidade de Deacon. Devemos deve gerenciar constantemente a gasolina e a durabilidade da moto, que podem diminuir após atropelamentos ou acidentes. Para reabastecê-la, é preciso encontrar galões de gasolina espalhados pelo mapa, enquanto a manutenção exige o uso de sucata. A moto ainda pode ser personalizada e melhorada nos acampamentos, alterando seu visual, desempenho, autonomia de combustível e resistência.

Assim como a moto, Deacon também pode evoluir. Conforme subimos de nível, adquirimos pontos de habilidade para investir em três árvores diferentes: combate corpo a corpo, armas de fogo e sobrevivência. Porém, um ponto negativo que me incomodou é a tela de progresso de missão que surge após cada tarefa concluída, pausando a ação e quebrando o ritmo do jogo de maneira abrupta.

Os acampamentos são áreas seguras espalhadas pelo mapa onde podemos interagir com NPCs, aceitar novas missões e comprar melhorias. Entregando carne de caça, plantas coletadas ou resgatando reféns, aumentamos a confiança com os acampamentos, desbloqueando melhores equipamentos, armas e atualizações para a moto. Cada acampamento possui características únicas, como a ênfase em armas no Acampamento de Copeland ou a variedade de equipamentos no Acampamento de Iron Mike.

Com o tempo, as missões podem se tornar repetitivas: perseguir personagens, coletar itens específicos, limpar áreas dominadas por inimigos e destruir ninhos. Onde Days Gone realmente brilha é nos confrontos contra hordas. Enfrentar centenas de infectados simultaneamente é um dos momentos mais memoráveis e tensos que o jogo oferece, sendo facilmente um dos meus favoritos entre todos os jogos com temática de zumbis.

O Days Gone Remastered traz algumas novidades em relação à versão original. O Modo Foto foi aprimorado, permitindo capturas de tela ainda mais detalhadas. Um novo modo de jogo chamado Morte Permanente foi adicionado: nele, se você morrer, perderá todo o progresso, exigindo extrema cautela. Já o Modo Speedrun desafia os jogadores a completar o game no menor tempo possível.

O destaque maior fica para o Modo Assalto das Hordas, que coloca o jogador para sobreviver ao ataque incessante de hordas de frenéticos, com dificuldade progressiva. Essa adição é especialmente interessante para quem já apreciava os momentos de ação do jogo original. Além disso, o remaster trouxe melhorias gráficas sutis, como texturas mais nítidas e maior fluidez, mas sem mudanças drásticas, considerando que o título de 2019 já era visualmente impressionante.

Assim como o original, Days Gone Remastered conta com legendas e dublagem totalmente em português do Brasil, com um trabalho sólido, especialmente entre os personagens principais. Entretanto, ainda existem problemas na mixagem de áudio: durante explorações, é comum que áudios de gravadores colecionáveis se sobreponham a comunicações via rádio, dificultando a compreensão de ambos.

Mas e aí, Days Gone Remastered vale a pena?

Mas e aí, depois de falarmos sobre o que é Days Gone e as novidades trazidas pela versão Remastered, será que o jogo vale a pena? A resposta é: depende. Se você é muito fã do jogo e acha que as adições, como o modo Assalto das Hordas, são suficientes para justificar uma nova jornada com Deacon, vale a pena considerar o upgrade, principalmente se você já possuir a versão de PS4 e puder fazer o upgrade por 50 reais.

No entanto, pagar o preço cheio de 250 reais não parece compensar, já que as mudanças não são tão significativas. Além disso, considerando que a versão de PS4 está disponível no catálogo da PlayStation Plus, ela continua sendo mais do que suficiente para a maioria dos fãs, oferecendo uma experiência ainda muito bonita e praticamente equivalente ao Remastered.

Review elaborado com uma chave de PS5 cedida pela Publisher.