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Always Sometimes Monsters – Review

Quem nunca passou por uma situação ou outra na vida em que pensou “ok, o mundo é povoado por uma cambada de filhos da puta”? Isso pode acontecer por uma série de fatores, seja cor, orientação sexual, condição financeira, peso, força (ou falta de) ou todos juntos, por exemplo. Always Sometimes Monsters é um jogo exatamente sobre isso, e que vai tentar te deixar pensado em como nós somos monstros às vezes. Ou sempre?

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Em Always Sometimes Monsters, você é um personagem escolhido por você dentro de uma festa. Esse personagem pode ser qualquer um dos integrantes dela, e ter como parceiro qualquer um dos integrantes restantes. A história começa com você sendo um escritor que está tendo problemas para terminar o seu romance. Por causa disso, você e seu parceiro/a acabaram se separando e você está com problemas financeiros e aponto de ser despejado do seu apartamento.

Nesse instante, o jogo já te coloca na primeira situação complicada, pois você tem um dia para descobrir como você vai conseguir arranjar os 500 dólares necessários para pagar o aluguel e voltar a ficar no seu apartamento. As opções são diversas, mas geralmente o resultado acaba sendo o fracasso, e o seu personagem enfrenta uma dura realidade: ter que dormir na rua, pois ninguém se importa com você e ninguém vai te emprestar um teto.

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Logo após esse acontecimento, você descobre que o seu romance foi rejeitado pela editora por causa da demora na entrega, e  promessa de fortuna foi por água abaixo. Pior, o seu parceiro está pra se casar e você ainda não conseguiu superar essa separação, então você decide ir até o casamento dele/dela, mas com que dinheiro?

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Always Sometimes Monsters te coloca na pele de uma pessoa que tem que sobreviver numa cidade onde ninguém se importa e, mais, tem que fazer escolhas. Há diversas situações no jogo em que as coisas podem acontecer de uma maneira ou de outra, dependendo do que você decide. O seu personagem é amigo de um roqueiro que terminou com uma namorada viciada há algum tempo e que pede a sua ajuda para manter-se limpo da heroína. Logo após isso, essa namorada dele aparece e diz que vai dar a droga para ele, pois ele é um músico e músicos não funcionam caretas. O que você faz aqui? Essa é uma situação extremamente delicada, e é só a primeira de muitas que o jogo te coloca.

Como o jogo tenta fazer você pensar sobre como o mundo é cruel, ele meio que joga uma cacetada de coisas na sua cabeça, e nem todas são bem aprofundadas, mas homofobia, preconceito racial, de classe e tudo mais, você vai dar de cara com tudo isso e mais, além de ter que fazer escolhas difíceis na sua vida, afinal, o mundo é assim.

Outro ponto interessante do jogo é a parte onde você faz serviços temporários. Aqui, o trabalho é extremamente chato, mas de propósito. Como assim? Bom, você já deve ter assistido “Tempos Modernos” na aula de filosofia do colégio, por exemplo, e sabe que Chaplin faz um trabalho braçal extremamente simples, porém repetitivo. É exatamente o que você vai fazer, afinal, você recebe pouco, e quem recebe pouco geralmente faz esse tipo de trabalho, afinal, não é como se essas pessoas tivessem outra escolha.

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Always Sometimes Monsters não tem visuais que vão impressionar você. O jogo tem um estilo 16 bit que mais parece ter saído do RPG Maker. A cidade também não é um primor gráfico, e as emoções representadas pelos personagens são feitas através de balões e animações simples, mas bem representadas o suficiente para cumprir com o que o jogo se propõe. No departamento sonoro, o jogo traz algumas composições boas, mas que acabam enjoando um pouco após você ficar andando pela cidade por muito tempo.

Resumo para os preguiçosos

Always Sometimes Monsters é um jogo que tenta te mostrar como o mundo é cruel, e como as suas escolhas podem ter resultados inesperados. Na maioria dos casos o jogo consegue, mas a impressão que eu fico é que quem vive numa bolha não vai acreditar que as coisas possam ser dessa forma sempre e quem já passou por uma ou outra dessas vá achar que o jogo poderia ser mais aprofundado em alguns problemas. De qualquer forma, é um jogo que é bem interessante pelo que ele se propõe a fazer: provocar reflexões no jogador.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Enredo bem elaborado e sistema de escolhas muito interessante
  • Faz o jogador pensar se ele é um monstro ou não

Contras

  • Algumas músicas acabam repetitivas demais e passam a incomodar
  • Alguns problemas não são tão aprofundados assim
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1 COMENTÁRIO

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.