BLEACH Rebirth of Souls chega como a tão aguardada oportunidade para os fãs revisitarem um dos universos mais icônicos do anime dos anos 2000. Mas será que o jogo vale realmente a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
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A história
O jogo reconta os principais eventos da história de Ichigo Kurosaki, começando em Karakura e se estendendo até o arco dos Arrancars. A narrativa acompanha o momento em que Ichigo, após perder sua mãe e carregar a habilidade de ver espíritos, acaba se tornando um Segador de Almas substituto ao receber os poderes de Rukia Kuchiki.
Apesar de cobrir os momentos mais marcantes, a apresentação da história no jogo deixa a desejar. As cenas são, em sua maioria, estáticas ou encenadas de maneira simplificada dentro do motor gráfico, resultando em uma experiência que mais parece um resumo apressado do que uma reinterpretação vibrante da obra original.
Fãs antigos vão reconhecer cada evento com carinho, mas para quem nunca teve contato com o anime ou o mangá, a história se torna difícil de acompanhar, faltando fluidez e emoção nas transições e nos momentos dramáticos.
Outro problema é a repetição do formato: poucas cenas, uma luta, mais algumas cenas e repetição. Essa estrutura faz a campanha perder força rapidamente, especialmente quando momentos icônicos como a primeira transformação de Ichigo são tratados de forma quase mecânica. Mesmo assim, há pontos positivos, como o modo secreto que oferece diferentes perspectivas para eventos da trama, adicionando um pouco de frescor para os mais curiosos.
Combate e gameplay
O grande destaque de BLEACH Rebirth of Souls está no seu sistema de combate. Ao adotar o estilo arena fighter em terceira pessoa, o jogo apresenta batalhas intensas e estratégicas, indo além do simples apertar de botões que muitos títulos do gênero acabam incentivando.
Cada personagem disponível (e são mais de 30 no lançamento) possui habilidades únicas, estilos de luta distintos e transformações icônicas que recriam momentos do anime de maneira cinematográfica. Bankais, Resurreccións e Shikais são liberados durante as lutas, proporcionando um espetáculo visual que faz cada batalha parecer um verdadeiro clímax de anime.
O sistema de batalha é baseado em “Konpaku”, onde, ao invés de simplesmente zerar a barra de vida, o objetivo é esgotar as almas do oponente. A dinâmica de combate envolve ataques básicos, ataques fortes, movimentos especiais e o uso de energia espiritual para golpes devastadores. Além disso, o sistema de rock-paper-scissors entre ataque, defesa e quebra de defesa adiciona uma camada de leitura e estratégia ao jogo.
Outra adição interessante são os Talismãs de Alma e Cristais de Alma, que permitem personalizar o estilo de jogo, adicionando bônus como aumento de dano ou resistência a ataques. Isso traz profundidade para os jogadores que querem explorar ao máximo o potencial de seus personagens favoritos.
Contudo, apesar de todas essas qualidades, o sistema pode se tornar repetitivo em sessões mais longas, e a ausência de um modo ranqueado online enfraquece o potencial competitivo do jogo. A falta de rollback netcode também é sentida, especialmente para quem busca partidas mais sérias e fluidas no ambiente online.
Em termos de exploração, o jogo é bastante limitado. BLEACH Rebirth of Souls foca quase inteiramente nas batalhas, oferecendo pouquíssimo espaço para exploração ou interatividade fora das lutas.
Os cenários, apesar de bem modelados e representando locais icônicos como a Sociedade das Almas e Karakura Town, são essencialmente arenas para combate. Não há NPCs, missões secundárias ou áreas para explorar livremente, o que deixa o mundo do jogo um pouco vazio e estático.
O modo “Desafio” oferece um sopro de novidade, funcionando como um gauntlet semi-roguelike onde é preciso administrar recursos de alma entre uma série de batalhas consecutivas. Essa modalidade adiciona uma dose de estratégia e é uma ótima maneira de experimentar diferentes personagens, mas ainda assim não substitui a falta de um modo de exploração mais robusto.
Gráficos e Audiovisual
Visualmente, BLEACH Rebirth of Souls faz um bom trabalho ao recriar o estilo do anime com gráficos em cel shading. Os modelos dos personagens são detalhados e expressivos, capturando bem a essência dos guerreiros da série. Durante as lutas, os personagens ficam com arranhões e sinais de exaustão, o que adiciona um toque de autenticidade aos confrontos.
As animações de Bankai e Resurrección são o grande destaque visual, trazendo sequências cinematográficas empolgantes que remetem diretamente aos melhores momentos do anime. No entanto, fora do combate, a apresentação gráfica cai bastante, especialmente nas cenas da história, que usam animações limitadas e muitas imagens estáticas.
No quesito sonoro, a trilha conta com músicas icônicas da série, trazendo aquele sentimento nostálgico para cada batalha. As dublagens originais, tanto em japonês quanto em inglês, estão presentes e ajudam a manter a atmosfera autêntica. As atuações dos dubladores veteranos seguram boa parte da narrativa, compensando, em parte, as deficiências visuais das cutscenes.
Mas e aí, BLEACH Rebirth of Souls vale a pena?
BLEACH Rebirth of Souls é uma carta de amor aos fãs da franquia. Seu sistema de combate sólido e recheado de fanservice é o que sustenta a experiência, oferecendo batalhas emocionantes e uma boa variedade de personagens icônicos. Para quem cresceu acompanhando Ichigo e companhia, é um prazer inegável ver todo esse universo ganhar vida novamente nos videogames.
Entretanto, o jogo não consegue esconder algumas limitações sérias. A apresentação da história é fraca, a falta de modos competitivos robustos prejudica a longevidade online e a ausência de exploração fora dos combates deixa o mundo de BLEACH parecendo vazio.
Para fãs dedicados, o título vale a pena, especialmente com possíveis atualizações e DLCs prometendo expandir o elenco e os modos de jogo. Já para quem busca uma experiência de luta mais completa e com suporte competitivo forte, talvez seja melhor esperar por promoções ou futuras melhorias.
No final das contas, BLEACH Rebirth of Souls é um bom retorno para a série nos videogames, mas ainda falta afiar algumas de suas lâminas para realmente brilhar no topo dos arena fighters.
Resumo para os preguiçosos
BLEACH Rebirth of Souls é uma celebração para os fãs do anime, trazendo combates intensos, transformações cinematográficas e um elenco variado de personagens icônicos. Com um sistema de batalha dinâmico baseado em estratégia e leitura de movimentos, o jogo se destaca entre os arena fighters, ainda que a falta de modos competitivos robustos e a repetição em algumas mecânicas possam limitar sua longevidade. A apresentação gráfica nas lutas é sólida, mas o modo história deixa a desejar com cenas estáticas e ritmo apressado.
Apesar das limitações, o jogo entrega uma boa dose de nostalgia e ação fiel ao material original, especialmente para quem já conhece o universo de Ichigo Kurosaki. Para novos jogadores, no entanto, o título pode parecer raso e confuso. BLEACH Rebirth of Souls é recomendado principalmente para fãs, mas quem busca uma experiência de luta mais completa talvez prefira esperar por atualizações ou uma promoção.
Prós
- Sistema de combate
- Boas animações
Contras
- História fraca e rushada
- Repetitivo demais
- Jogo meio vazio