Em Defesa de Jacob, série da Apple TV+ baseada no romance homônimo de William Landay, termina com um desfecho trágico e ambíguo que deixou muitos espectadores em dúvida. Com apenas oito episódios, a produção estrelada por Chris Evans, Michelle Dockery e Jaeden Martell envolve o público em uma trama densa sobre culpa, suspeita e os limites do amor familiar. A seguir, desvendamos os principais acontecimentos do final e o que eles realmente significam para a história.
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A revelação por trás da confissão de Leonard Patz
O clímax da série ocorre quando Leonard Patz, um pedófilo local, é encontrado morto após deixar uma confissão no qual admite ter assassinado Ben Rifkin. A princípio, esse acontecimento parece encerrar o caso e inocentar Jacob Barber, o principal suspeito até então. No entanto, o último episódio revela que a confissão foi forjada por Billy Barber, avô de Jacob e pai de Andy.
Billy, interpretado por J.K. Simmons, manipula um antigo conhecido, conhecido como “Padre O’Leary”, para matar Patz e fabricar a falsa confissão. O objetivo é proteger seu neto e, de certa forma, dar à família uma chance de seguir em frente. Esse ato de corrupção moral deixa Andy dividido entre ser um bom pai e um homem honesto, já que ele escolhe esconder essa verdade de sua esposa.
A viagem ao México e o ressurgimento das dúvidas
A trama ganha novo fôlego quando a família Barber viaja para Puerto Vallarta, no México, buscando um recomeço longe dos olhares acusatórios da pequena cidade de Newton, Massachusetts. No entanto, a tranquilidade da viagem é quebrada quando Jacob conhece Hope Connors, uma adolescente que desaparece misteriosamente após um encontro com ele.
A suspeita recai mais uma vez sobre Jacob, especialmente para Laurie, que já havia começado a duvidar da inocência do filho. Andy também se vê abalado ao lembrar de um texto perturbador escrito por Jacob sobre o assassinato de Ben, o que o faz reconsiderar tudo o que acreditava. Apesar do retorno de Hope viva — e com a explicação de que foi drogada por outros turistas — a desconfiança da família não desaparece. Ao contrário, ela se intensifica.
O acidente de carro como ponto de ruptura
A desconfiança atinge o ápice quando Laurie decide confrontar o filho durante um trajeto de carro. Chove forte, Jacob está silencioso, e Laurie pergunta diretamente se ele matou Ben. Diante da ausência de resposta, ela perde o controle do veículo e provoca um grave acidente. A cena sugere uma tentativa de suicídio e homicídio, impulsionada pelo colapso emocional da mãe.
Mais tarde, durante um depoimento legal, é revelado que Laurie havia feito ligações para seu advogado e uma médica antes do acidente. Isso reforça a tese de que ela já estava mentalmente instável, isolada e consumida pela dúvida. Embora Laurie sobreviva e Jacob entre em coma, o gesto rompe definitivamente os laços familiares. Andy, visivelmente destruído, passa a viver sob o peso de não ter mais certeza sobre quem seu filho realmente é.
Jacob é culpado?
Essa é a pergunta que ecoa durante toda a série e permanece sem resposta clara até o último segundo. Jacob apresenta comportamentos estranhos, é socialmente isolado e já havia feito comentários perturbadores. No entanto, não há provas concretas que confirmem sua culpa. A confissão de Patz foi manipulada e o desaparecimento de Hope, embora impactante, não teve envolvimento direto de Jacob.
A série parece propositalmente evitar uma conclusão definitiva, mantendo o espectador preso à mesma incerteza que destrói os Barbers por dentro. A dúvida, aqui, é a verdadeira protagonista.
O livro é ainda mais sombrio
A adaptação televisiva de Em Defesa de Jacob opta por um final mais aberto e menos trágico do que o apresentado no romance original. No livro, a viagem da família é para a Jamaica, e o desaparecimento de Hope resulta em sua morte. O acidente provocado por Laurie acaba sendo fatal para Jacob, enquanto ela sobrevive com ferimentos graves. É um desfecho mais sombrio e desesperançoso, que não dá margem a interpretações ambíguas.
Já na série, o fato de todos sobreviverem, ainda que profundamente afetados, mantém uma ponta de esperança — ou talvez apenas mais sofrimento silencioso. O último plano, com Andy sentado no quarto escuro do filho, simboliza esse limbo moral em que a família se encontra. Nada foi realmente resolvido.
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