InĂ­cioArtigosPorque vocĂȘ ainda deve importar-se com Resident Evil em 2017

Porque vocĂȘ ainda deve importar-se com Resident Evil em 2017

NĂŁo Ă© novidade para ninguĂ©m que a Capcom andou errando feio a mĂŁo com Resident Evil nos Ășltimos 10 anos, especialmente com os jogos da franquia numerada. Depois de Resident Evil 4 que revolucionou os jogos de ação com a implementação de mecĂąnicas que sĂŁo copiadas e servem de inspiração atĂ© hoje, o que vimos foi uma sequĂȘncia de decisĂ”es equivocadas que fizeram a maior franquia da Capcom perder destaque e deixar de ser referĂȘncia.

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Tentando manter o embalo das mecùnicas implementadas por Shinji Mikami em Resident Evil 4 e aliar a elas o boom dos jogos de tiro frenéticos, em 2009 veio Resident Evil 5, um jogo que apesar de contar com um grande enredo e com jogabilidade e mecùnicas que funcionam muito bem, perdeu toda a identidade da franquia.

Tentando embarcar na onda dos shooters e jogos competitivos, em 2012 tivemos o lançamento de Resident Evil: Operation Raccoon City, um jogo que apostava no sentimento de nostalgia ao reviver cenårios da era de ouro da franquia aliados a uma jogabilidade råpida e com ação constante e um festival de tiros. Mais uma falha, infelizmente por conta de incontåveis e irritantes bugs e jogabilidade imprecisa e falha, o jogo naufragou apesar da sua proposta interessante.

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Ainda em 2012, veio o aguardadĂ­ssimo Resident Evil 6, jogo que prometia ser o mais grandioso de toda a franquia, com quatro campanhas diferentes interligadas, com a presença de dois dos maiores herĂłis da franquia – Leon e Chris, com a volta de personagens como Sherry Birkin e Ada Wong, alĂ©m da introdução do filho de Albert Wesker, o jogo foi um tiro no pĂ©, se perdendo em sua prĂłpria falta de identidade, tentando agradar a todos e nĂŁo agradando a quase ninguĂ©m, e com um enredo digno da pior novela mexicana.

Além de tudo isso, RE6 representou um grande tombo financeiro para a Capcom, que esperava vender 6 milhÔes de unidades nos primeiros meses de lançamento, e até hoje, quase cinco anos depois do lançamento, ainda não atingiu essa marca.

Todos estes tropeços, especialmente RE6, fizeram a empresa repensar os rumos da franquia e passar por um hiato de quase cinco anos de jogos numerados. Foi entĂŁo que veio o anĂșncio de Resident Evil 7, um jogo completamente diferente de tudo, com cĂąmera em primeira pessoa, focado completamente no horror de sobrevivĂȘncia e em busca de reviver esse estilo com base em elementos clĂĄssicos da franquia. Mas, depois de tantos erros, por que ainda devemos nos importar com RE?

Resident Evil 7: o resgate do survival horror?

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Cercado de muita expectativa e polĂȘmica, Resident Evil 7 estĂĄ Ă s portas de seu lançamento. Depois de anos apostando na mesma mecĂąnica e vendo a franquia decair verticalmente, a Capcom resolveu dar uma nova guinada em RE apostando tanto na volta de elementos clĂĄssicos quanto em importantes e substanciais mudanças no coração do jogo. Em termos de mudanças substanciais, trĂȘs delas devem ser destacadas, sendo que duas delas sĂŁo novidades e uma Ă© um resgate.

A primeira e mais polĂȘmica Ă© a mudança do estilo da cĂąmera para a visĂŁo pessoal. Depois de 20 anos alternando entre a cĂąmera fixa em um primeiro momento e a cĂąmera em terceira pessoa, trazer a cĂąmera em primeira pessoa para um jogo numerado Ă© uma aposta ousada e bastante perigosa, principalmente porque as experiĂȘncias da franquia com esse estilo de cĂąmera se deram em jogos spin-off que nĂŁo obtiveram muito sucesso. O risco do uso da cĂąmera em primeira pessoa Ă© grande tambĂ©m porque RE Ă© uma franquia com personagens icĂŽnicos e carismĂĄticos, a maioria dos protagonistas estĂĄ na ativa a quase duas dĂ©cadas, e o uso da cĂąmera pessoal simplesmente tira a perspectiva de estarmos controlando um personagem, ainda que o protagonista de RE7 seja um personagem completamente novo.

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Entretanto, deve-se destacar a ousadia da empresa, que com uma mudança tĂŁo brusca na mecĂąnica da franquia, conseguiu ao menos despertar a curiosidade de muita gente e chamar para si uma atenção que hĂĄ muito a franquia nĂŁo tinha. TambĂ©m deve-se acrescentar que com essa mudança, teremos sensaçÔes de terror, angĂșstia e ansiedade muito mais profundas, afinal Ă© isso que a perspectiva em primeira pessoa traz: um nĂ­vel de imersĂŁo muito maior a ponto de fazer o jogador se sentir dentro daquela estĂłria, especialmente em um jogo com enredo que pretende abusar de situaçÔes de estresse psicolĂłgico, jumpscares e perseguiçÔes implacĂĄveis.

A jĂĄ citada ausĂȘncia de personagens clĂĄssicos Ă© outro ponto importante a ser destacado. Sem a presença dos icĂŽnicos Chris, Jill, Leon, Claire e Ada, temos pela primeira vez em muito tempo, um protagonista completamente cru naquele tipo de situação, em outras palavras, Ethan Ă© gente como a gente, e controlar um personagem sem treinamento militar e que nĂŁo estĂĄ acostumado a lidar com BOWs e outros monstros torna a experiĂȘncia de RE7 ainda mais Ă­ntima ainda mais com o recurso da cĂąmera pessoal.

O importante resgate de RE7 Ă© o uso remodelado de elementos que caracterizaram o auge do survival horror no fim da dĂ©cada de 1990. A forte presença e influĂȘncia dos files, puzzles, baĂșs, inventĂĄrio limitado, pouca munição e itens de cura, save rooms, corredores estreitos e escuros, inimigos ameaçadores, exploração, backtrack sĂŁos elementos faziam parte da primeira fase de Resident Evil e foram sendo deixados de lado no decorrer do tempo. Grande parte dos fĂŁs queria tais elementos de volta, e eles estarĂŁo presentes em RE7.

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A uniĂŁo destes trĂȘs importantes elementos pode fazer o survival horror emergir novamente a um lugar de destaque no mercado de games justamente com a franquia que o popularizou e o colocou no topo das paradas. Ainda hĂĄ muitas coisas obscuras sobre RE7, como por exemplo o seu enredo, a forma como o jogo serĂĄ ligado aos demais da franquia, mas existem motivos de sobra para ser ao menos receptivo com o que o jogo propĂ”e, principalmente por ele ser um ar de mudança em meio a um amontoado de jogos falhos que acabaram fazendo com que Resident Evil descesse de patamar na Ășltima dĂ©cada.

Resident Evil 2 Remake: serĂĄ que vem este ano?

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Quase tĂŁo aguardado quanto Resident Evil 7, Ă© o Remake de Resident Evil 2, que fora anunciado em agosto de 2015 por Yoshiaki Hirabayashi. Resident Evil 2 Ă© um dos capĂ­tulos mais amados e idolatrados da franquia. Considerado por muitos (inclusive por este que vos escreve) como o melhor Resident Evil lançado atĂ© hoje, RE2 apresenta trĂȘs dos mais icĂŽnicos personagens da franquia: Leon, Claire e Ada. O jogo traz dois diferentes cenĂĄrios, que podem ser jogados tanto com Leon como com Claire, dando ao jogo um total de quatro possibilidades de gameplay. AlĂ©m disso, o jogo ainda traz trĂȘs modos extras, uma variedade imensa para um jogo lançado a quase duas dĂ©cadas atrĂĄs.

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Com um equilĂ­brio quase perfeito entre terror e ação, um enredo espetacular para os patamares da Ă©poca, e personagens carismĂĄticos, Resident Evil 2 marcou uma geração inteira de fĂŁs e Ă© atĂ© hoje um dos jogos mais vendidos da Capcom. Com a crescente onda de remakes e remasters que tomaram conta do mercado de games nos Ășltimos anos, os fĂŁs vinham pedindo incessantemente por um remake deste clĂĄssico, e foram atendidos. Entretanto, desde o anĂșncio do jogo, muito pouco foi divulgado ou falado sobre ele.

Talvez a Capcom esteja mantendo as informaçÔes do jogo em sigilo para manter os holofotes sobre Resident Evil 7 ao menos até o seu lançamento, sendo provåvel que novidades sobre RE2 Remake sejam divulgadas ainda no primeiro semestre deste ano, eventualmente com algum trailer e data de lançamento sendo mostrados na E3 2017.

A verdade Ă© que tanto quanto RE7, Resident Evil 2 Remake carrega em si enormes expectativas, mas carrega tambĂ©m o enorme peso de entregar um produto no mĂ­nimo tĂŁo bom quanto o jogo original. No passado, a Capcom jĂĄ se mostrou extremamente capaz de recriar um clĂĄssico quando lançou em 2002 o Remake do primeiro Resident Evil. A empresa conseguiu entregar um jogo tĂŁo bom, tĂŁo polido e tĂŁo bem amarrado que acabou virando referĂȘncia quando o assunto Ă© remakes, tanto Ă© que o jogo ganhou versĂ”es remasterizadas para os consoles da sĂ©tima e oitava geraçÔes mais de 10 anos apĂłs o seu lançamento original, e ainda assim quebrou recordes de vendas digitais da empresa.

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O fato é que de lå pra cå muita coisa mudou dentro da Capcom, incluindo mudanças importantes de estrutura e de equipe, com a saída de importantes cabeças que estavam a frente da franquia até aquele ano de 2002. Ao mesmo tempo que essas mudanças ocorreram e podem significar um sinal amarelo para RE2 Remake, os recentes equívocos da empresa com jogos como RE6 fizeram-na recuar e reavaliar a forma de produzir e entregar os jogos da franquia, o que pode e deve ter um impacto direto em RE2 Remake.

E nos cinemas?

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HĂĄ tambĂ©m o lado cinematogrĂĄfico de Resident Evil. Ainda em janeiro, teremos o esperado Ășltimo capĂ­tulo da franquia em live-action criada por Paul Anderson e estrelada por Milla Jovivch. Apesar de tomar um rumo que desagradou a enorme maioria dos fĂŁs dos jogos, os filmes continuam a fazer sucesso e a arrecadar centenas de milhĂ”es de dĂłlares.

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Resident Evil 6: O Capítulo Final levarå Alice e seus amigos de volta aonde tudo começou: a Colméia em Raccoon City, e o confronto final contra a Umbrella promete mais cenas de ação espetaculares, coreografias de luta mirabolantes e efeitos especiais aos montes. O enredo, a gente sabe que não é bem o forte dos filmes de Paul Anderson, mas de qualquer forma é garantia de diversão para quem assistir desencanado.

Em 2017 tambĂ©m teremos o novo filme em CGI: Resident Evil Vendetta. Ao contrĂĄrio dos filmes em live-action, os filmes em CGI fazem parte da cronologia da sĂ©rie e trazem os personagens dos jogos em açÔes que impactam diretamente na histĂłria de Resident Evil. RE Vendetta reunirĂĄ os dois principais personagens masculinos: Leon e Chris, alĂ©m de trazer de volta Rebecca Chambers, que teve sua Ășltima participação no jogo Resident Evil 0.

TambĂ©m na contra-mĂŁo dos filmes em live-action, os filmes em CGI sĂŁo bastante apreciados pelos fĂŁs dos jogos, e sempre chegam cercados de expectativa e acabam atendendo a esse hype. A qualidade dos filmes vem subindo desde o lançamento do primeiro, e a tendĂȘncia Ă© que RE Vendetta tenha uma qualidade tĂ©cnica ainda mais alta que a de seu antecessor, e que tambĂ©m adicione importantes informaçÔes e quem sabe atĂ© um novo arco a ser explorado por futuros jogos da franquia, como Ă© de praxe para os filmes em CGI, jĂĄ que RE Degeneração serviu de prĂłlogo para RE5 e RE Condenação serviu de prĂłlogo para RE6.

E aí, como estå seu hype para os lançamentos de Resident Evil em 2017? Algum deles te empolga? Conta aí pra gente nos comentårios!

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Ceraldi
Ceraldihttp://criticalhits.com.br
UX & UI Manager, Ceraldi se dedica (menos do que gostaria) ao Critical Hits e tentar cumprir seu papel de pai de família em meio à gatos, bacon, video games, séries, MCU, futebol e NBA.