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Entenda como The Promised Neverland conseguiu reproduzir e até melhorar a experiência do mangá

Criado por Kaiu Shirai e lançado originalmente em 2016, o mangá de The Promised Neverland rapidamente atingiu altos níveis de popularidades. Mesmo não estando na categoria mainstream dos gigantes da Shonen Jump, a obra conseguiu se diferenciar bastante dentro do seu gênero, ao apresentar uma história bem mais focada no intelecto dos seus personagens, em vez dos conhecidos poderes e lutinhas. Inicialmente, muitos até o chamaram de “O novo Death Note”, mas logo de cara era possível perceber que Promised Neverland se propunha a ser algo bem diferente.

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Caso você não esteja familiarizado com o anime/mangá, a história acontece no orfanato Grace Field House, em que acompanhamos Emma, ​​Norman, Ray e seus outros irmãos adotivos, crianças muito inteligentes que vivem uma vida aparentemente feliz ao lado da Mama Isabella, a única adulta responsável por eles. Mas as cosias começam a ficar estranha quando Norman e Emma descobrem um segredo macabro sobre a real intenção da adoção das crianças.

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Tendo isso como plano de fundo, The Promised Neverland conta uma história cheia de mistérios, aonde os leitores e personagens vão descobrindo juntos novas informações sobre este mundo. As crianças frequentemente são colocadas em situações simplesmente sem saída, e mesmo com poucas informações, elas acabam criando planos extremamente criativos para contorná-las.

Como é normal de acontecer com diversas obras, quando a adaptação em anime foi anunciada em maio de 2018, muitos fãs ficaram com um pé atrás, acreditando que um anime não conseguiria reproduzir fielmente toda a complexidade da trama, e coisas importantes acabariam sendo cortadas. No entanto, com a primeira temporada tendo sido encerrada no final de março deste ano, o saldo foi mais do que positivo, mostrando que a CloverWorks não só conseguindo reproduzir o sentimento do mangá como ainda o amplificou.

Com 12 episódios, o anime adaptou até o capítulo 37 do mangá, conseguindo condensar as informações importantes, resumir os planos e tomar licenças artísticas que deixaram a história mais dinâmica, além de potencializar o sentimento de diversos momentos. Isso só foi possível, graças a três elementos fundamentais: a cinematografia, o roteiro e a trilha sonora.

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Logo nos três primeiros episódios, já é possível notar que esse não será um anime como os outros, que em grande parte acabam usando os quadros dos mangás quase como storyboards, fazendo uma adaptação literal das páginas. The Promised Neverland se utiliza de diversos recursos cinematográficos – principalmente com a câmera – para transmitir os mais variados sentimentos. Temos planos subjetivos, para indicar que as crianças talvez estejam sendo observadas o tempo todo; câmeras em pêndulo, passando o sentimento de que o tempo delas realmente está acabando; e até alguns momentos em primeira pessoa, onde a tensão é ainda mais elevada. E isso não é reservado para alguns momentos, já que todos os 12 episódios trazem esses e outros recursos que mantém o nível de qualidade do anime sempre muito alto.

Indo para o roteiro, o anime consegue conduzir a história e explicar a lógica por trás dos planos das crianças sem precisar ser expositivo. Além disso, dezenas de pistas são deixas ao longo do caminho, provando que nenhuma solução foi tirada do nada e tornando especial a experiência de reassistir. Outro ponto que vale ser ressaltado são os excelentes cliffhangers, já que essa era uma característica marcante do mangá e a cada novo episódio do anime ficávamos mais ansiosos pelo próximo.

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Por fim, temos a espetacular trilha sonora conduzida por Katsunori Shimizu, um recurso que obviamente não podia era presente no mangá, mas é muito bem utilizado durante toda a temporada e nos guia pelos sentimentos dessa história. Desde a empolgante “Touch Off” na trilha de abertura, que já dá algumas pistas sobre o desenrolar da trama, até a tocante “Isabella’s Lullaby”, música que além de ter uma grande importância na história é praticamente o tema do último episódio.

Juntando tudo isso, The Promised Neverland não é só um dos melhores animes da temporada, como também é um exemplo de uma adaptação bem feita, que utiliza os recursos certos de uma mídia mais dinâmica e popular para contar uma história fiel a obra original, mas com os seus próprios caprichos que fazem toda a diferença.

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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.