Game of Thrones: The Lost Lords – Review

[Review do segundo episódio de Game of Thrones: A Telltale Series focado na história apresentada neste capítulo. CONTÉM SPOILERS. Para comentários sobre a jogabilidade e afins, leia a primeira parte aqui.]

A Telltale começou Game of Thrones com um excelente episódio que leva você ao limite em diversos momentos e que consegue capturar bem a atmosfera de Westeros, um lugar onde poucos de nós durariam muito tempo. Como vocês devem lembrar, no final do capítulo passado, Ethan Forrester acaba morrendo, assassinado por uma facada de Ramsay Snow. O que será do clã Forrester após um final dramático de um capítulo que começa tão ou mais dramático ainda? Infelizmente, uma série de eventos intermediários.

Em The Lost Lords, você finalmente conhece o segundo filho do clã Forrester, Asher Forrester, que está no momento em uma das cidades livres vivendo como mercenário. Por ser um homem robusto e encrenqueiro, ele dá todo o tom de ação do capítulo, e felizmente é bom ver alguém que sabe lutar num jogo da Telltale, só pra variar um pouco (afinal de contas, sempre ter que ficar jogando sacos de arroz e tudo mais o que você encontrar pela frente na cara da pessoa enquanto você corre numa cena estilo Pânico fica velho rápido).

Dá para notar que cada núcleo da família Forrester meio que encara uma das situações tradicionais de jogos da Telltale. Com Asher você vive as partes de ação em sua maioria, com Mira você vive a parte diplomática e política do game, com Gared Tuttle você conhece a muralha, bate um papo com Jon Snow e experimenta a vida de um dos irmãos da Patrulha da Noite. Cada história corre em separado, mas mais ou menos com o mesmo objetivo: evitar que a casa Forrester caia.

É interessante que algumas das escolhas em um dos pontos de vista acaba impactando outro e, por mais que você tente manter o objetivo central coeso, que é a preservação do clã, às vezes boas intenções podem acabar refletindo mal em outra ponta, por mais que você achou que estava fazendo certo.

Outro ponto interessante desse capítulo é o fato de Rodrik Forrester ter sobrevivido ao holocausto que aconteceu durante o Casamento Vermelho. Infelizmente pra ele, os ferimentos da batalha custaram caro, tanto no rosto quanto no corpo dele, e você ganha mais um personagem com pouca ou nenhuma aptidão física para se defender e sendo forçado a valer-se de palavras. Ainda assim, Rodrik é o senhor do clã Forrester e, com os soldados do inimigo dormindo no seu quintal, é necessário mostrar firmeza.

Já em Porto Real, os momentos com Margaery Tyrell são monótonos e acabam caindo na mesmice muito rapidamente, mas as interações entre Mira e Tyrion por si só já fazem essa parte do jogo ser muito interessante.

Finalmente, na muralha você vê Garred Tuttle tendo que viver uma vida injusta vestindo o negro graças às implicações da guerra. Você é uma das poucas pessoas lá que não é um ladrão ou assassino, e quase todos te odeiam por causa disso. Jon Snow é o primeiro a apontar isso, e essa é mais uma parte que provavelmente trará bastante ação mais pra frente, mas aqui só vemos um pouco de treinamento, uma briga, meia dúzia de conversas, enfim, mais partes intermediárias do que qualquer coisa acontecendo de fato.

É difícil falar sobre a história sem citar muitos pontos chave e entregar tudo, mas esse capítulo tem uma grande cara de capítulo intermediário. Poucas histórias realmente se concluem nele, ao contrário do que aconteceu no primeiro capítulo, onde bastante coisa começou, uma parte delas ficou em aberto e outra parte foi concluída. Aqui, pouca coisa se conclui, e mais histórias se abrem.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela Telltale.

Confira também os reviews dos demais episódios de Game of Thrones – A Telltale Game Series: