The Sims 4 – Review

[Review elaborado em quatro mãos, por mim e pela minha digníssima, que já tem mais de 450 horas computadas no jogo e está muito mais qualificada do que eu pra avaliar esse jogo]

O anúncio de The Sims 4 foi uma grande promessa em termos de gráficos melhores para o jogo. E só. Quem joga The Sims desde Klapausius, mal teve tempo de se recompor das 11 expansões – pesadíssimas, aliás – da terceira edição do jogo (que prometia ser um jogo completo, e sem expansões, segundo a EA). Cumpriu a promessa, gráficos bem melhorados, mas, sem Pets, Showtime, ou Vida Universitária – pelo menos até agora. As funcionalidades continuam basicamente as mesmas. Poucos ganhos, perdas significativas.

Em The Sims 4, você basicamente faz o que fez a vida toda: gerenciar uma ou mais pessoas na vida dela, tomando praticamente todas as decisões da pessoa, ou simplesmente não fazendo nada e vendo o que acontece, já que os Sims também movem-se no piloto automático (e fazem coisas bem engraçadas às vezes quando você deixa o caos imperar numa casa com 20 pessoas). Da construção da casa à vida acadêmica da pessoa, você decide tudo, então vamos avaliar os modos um a um.

No modo construção, por exemplo, não é mais possível editar mundos e lotes. Os lotes são de tamanho e posição fixas nos dois mundos disponíveis. Construir lotes comunitários ainda é possível da mesma maneira, porém, as opções de objetos para estes são tão limitadas que nem dá vontade. Sites de criação dos usuários, como o The Sims Resource, já estão disponibilizando alguns itens para download, porém, a coisa ainda anda precária, e a qualidade dos gráficos não bate com o restante do jogo na maioria das vezes.

Uma das coisas mais bacanas que The Sims 4 trouxe, foi a galeria. Na galeria podemos encontrar lotes e Sims criados pela comunidade The Sims e inserir diretamente no jogo (não precisa mais abrir o navegador.. fazer download, nada disso). E claro, a velocidade do jogo <3 Não faço ideia de como a EA conseguiu fazer isso, e talvez seja um pouco cedo para comemorar – afinal, sem expansão nenhuma fica ‘fácil’ né? – mas o carregamento do jogo demora segundos, não importa quantas pessoas a sua família tenha. Em comparação ao The Sims 3, a velocidade deve equivaler a um ganho de umas 3 horas no relógio canino. A otimização do jogo realmente é um dos pontos positivos dele.

A simulação ficou mais acessível, porém, alcançar objetivos tornou-se mais desafiador. Os Sims agora tem emoções, desejo duradouros que podem ser modificados conforme alcançados, e ainda, objetivos pontuais para quem quer ser promovido na carreira. Usando o tempo de vida automático dos Sims, fica quase inviável atingir dois ou mais desejos duradouros, ou seja, “zerar” o jogo (sem cheats) está quase impossível.

Ao decorrer, agora também recebemos “selos” que podem ser compartilhados no perfil da comunidade The Sims. Recordes pessoais em tempo de jogo, interações, e felicidade dos Sims encontram-se nesses selos. As festas também ficaram mais divertidas. Agora, cada evento social pode ter uma lista de objetivos, que conforme cumpridos, oferecem medalhas de bronze, prata, ou ouro, desbloqueando itens exlusivos no modo construção (como quando alcança-se um objetivo de carreira, o que já acontecia em TS3).

As interações estão mais complexas. Não tem mais aquela mamata de “amigo de longa distância”. Agora, para que o seu Sim continue tendo amigos e não se sinta triste, é preciso visita-los ou telefonar com frequência. Aliás, falando nas recompensas, lembram das poções de felicidade instantânea, e falta de sono? Elas podem ser encontradas ali! Os sims não podem mais prepara-las como em na terceira edição, mas elas podem ser compradas com pontos de recompensa – tem até o “emagrecimento instantâneo”, que seria maravilhoso na vida real.

The Sims 4 foi lançado com bugs bizarros, já resolvidos nas últimas duas atualizações. Os recém nascidos – que aliás, não viram mais bebês, e envelhecem direto para a fase de crianças, o que é muito triste – tinham proporções completamente fora de realidade e braços assustadores. Além, de claro, o maior mimimi: THE SIMS NÃO TINHA PISCINA. Agora tem, é lindo. Ainda assim, lançar o jogo faltando coisas e ir adicionando depois do lançamento é sacanagem, EA.

O jogo até o momento não recebeu expansões, mas traz algumas das queridices que as expansões de TS3 traziam. Não temos mais o NightLife, mas ainda temos casas noturnas, salões e bares. A expansão futurística deixou a brecha do lançador de foguetes, que pode ser encontrado nos objetos do modo construção, e permite que os Sims encontrem e colecionem alienígenas. Sobrenatural aparece nas poções disponíveis na compra de recompensas e nos fantasmas (disponibilizados na penúltima atualização de TS4). Faltam Pets, Vida de Universitário, Volta ao Mundo, e Estações – mesmo que o pacote de fim de ano tenha aparecido com bonecos de neve e decorações natalinas.

O humor dos Sims traz interações novas e engraçadas. Por exemplo, um oba oba de performance ruim, pode deixar o seu sim envergonhado, o que faz com que ele queira se “esconder de todos”, ou “contar piadas depreciativas”. Já se o trabalho o deixou muito tenso, ou alguma interação social deixou seu sim brabo, é possível encontrar a opção “fazer um coco furioso” .

Os gráficos, como já disse, são quase perfeitos. Quase mesmo. Se os pixels fossem medidos por centímetros, e o moveobjects não fosse cheat, o modo construção estaria perto de um Sketch Up. Os sons continuam aqueles bizarros que a gente ama, mas as músicas ficaram mais moderninhas – E agora os mais aficionados podem até fazer o download delas pela galeria.