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World of Warcraft: The War Within – Análise – Vale a Pena – Review

World of Warcraft, lançado originalmente em 2004, tem sido alimentado pela Blizzard ao longo de todos esses anos com incontáveis expansões que, aos poucos, adicionam mais conteúdo e aprofundam o lore da história de Azeroth. The War Within, além de ser a décima expansão, marca também os 20 anos do lançamento do jogo e inicia a nova trilogia de conteúdo conhecida como Worldsoul Saga.

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Mas o que faz de The War Within especial e por que ela pode ser considerada como a expansão mais importante para o futuro de World of Warcraft? Essa é uma pergunta difícil de responder, mas que reflete imensamente na qualidade de The War Within e na forma como ela foi pensada e apresentada.

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Entender o estado de Azeroth em The War Within não é, necessariamente, uma tarefa fácil. Também pudera, são 20 anos de história e expansões, e não podemos dizer que World of Warcraft é o jogo mais amigável do mundo para novos jogadores. Na verdade, o jogo sempre costumou ser difícil até mesmo para quem está retornando.

The War Within não chega a resolver esse problema por completo, mas apresenta uma boa introdução de boa parte dos eventos que aconteceram anteriormente e suas relações com o início da expansão. Sinceramente, já está mais do que na hora de a Blizzard organizar os eventos de World of Warcraft de maneira cronológica, mas, infelizmente, não foi dessa vez.

Reprodução: The War Within

De qualquer forma, The War Within já começa com um imenso peso nas costas no que diz respeito ao legado de World of Warcraft. Embora a última expansão tenha conseguido um bom desempenho financeiro, a verdade é que Shadowlands e Dragonflight tiveram uma recepção mista por parte da comunidade, já que falharam em trazer novidades e, ao mesmo tempo, não conseguiram agradar quem buscava uma experiência mais tradicional.

A promessa de The War Within era ouvir a comunidade e tentar criar algo que atendesse às expectativas dos jogadores mais antigos, além de oferecer algo interessante o suficiente para trazer novos jogadores aos servidores de World of Warcraft. Não podemos dizer que a Blizzard conseguiu de fato recuperar a confiança dos jogadores, mas é fato que fez um bom trabalho com The War Within, entregando uma expansão sólida, com novidades marcantes e momentos inesquecíveis.

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Reprodução: The War Within

A primeira grande melhoria que pode ser percebida nos primeiros minutos de The War Within é que a sensação de algo novo está de volta. Já fazia algum tempo que as expansões de World of Warcraft pareciam vazias e sem sal. Novos mapas soavam apenas como espaços vazios para novas missões insossas e novidades praticamente irrelevantes. Some isso ao fato de que World of Warcraft possui, basicamente, a mesma mecânica de 20 anos atrás, e o resultado era algo que já soava datado no dia do lançamento.

Pessoalmente, a impressão que tive nas últimas expansões era de que não estava mais jogando World of Warcraft, mas somente acompanhando uma grande novela, com momentos apelativos e enredo previsível. Praticamente continuava jogando mais pela história, mas até mesmo isso já não era mais suficiente.

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Reprodução: The War Within

The War Within se apresenta como algo diferente, ao mesmo tempo em que traz uma experiência familiar e revigorante, como nos bons tempos de antigamente. A história parece fazer mais sentido e se apresenta de maneira mais coesa, com um bom desenvolvimento de personagens e uma narrativa espetacular, forjada à base de quests muito bem escritas, que culminam em capítulos definidos através do mapa do jogo.

Talvez uma das principais diferenças de The War Within para as demais expansões seja algumas melhorias nas mecânicas de jogo que efetivamente melhoram a qualidade de vida do jogador, mas que não soam tanto como uma facilitação descarada da dificuldade do jogo. Agora, por exemplo, os jogadores têm a oportunidade de compartilhar itens com seus personagens de maneira mais fácil e eficiente, já que seus personagens fazem parte do seu “bando de guerra”. Assim, os equipamentos lendários que você encontrar por aí podem ser facilmente equipados por algum dos seus personagens alternativos, sem correr o risco de serem descartados por não terem utilidade.

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Reprodução: The War Within

Além disso, algumas mecânicas de progressão agora são compartilhadas pela conta e não ficam restritas apenas ao seu personagem. Ainda que isso soe muito como uma diminuição da dificuldade do jogo, essa nova mecânica de compartilhamento favorece a criação de mais personagens por conta e permite que o jogador possa ter a experiência de jogar como quiser, quando quiser.

Outra novidade interessantíssima, lançada ainda no patch pré-expansão, dá a possibilidade às guildas de inserirem personagens de qualquer facção, acabando com a divisão entre Horda e Aliança como conhecemos. É fato que a divisão e a guerra entre as facções sempre foi um dos pontos altos de World of Warcraft, mas já fazem mais de dez anos que vemos Horda e Aliança juntando forças para lutar contra inimigos mais poderosos, e nada mais justo do que finalmente permitir que todo mundo possa experienciar toda a história pelos dois lados.

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Reprodução: The War Within

 

O sistema de Dragonriding também foi atualizado e agora se chama Skyriding. Sendo assim, você pode aproveitar as habilidades de voo que adquiriu em Dragonflight em The War Within, sem restrições. Esqueça a necessidade de usar apenas montarias terrestres até chegar ao nível máximo e aproveite a facilidade de locomoção desde o primeiro dia de jogo!

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A possibilidade de voo desde o início da expansão talvez seja a mudança mais radical e importante, já que altera severamente a forma como o jogador se locomove e interage com o mapa. Embora seja um tanto frustrante ver que algumas das suas montarias terrestres não têm lá tanta relevância, o fato de poder voar por aí na nova mecânica de voo compensa muito, uma vez que, além de funcional, é extremamente divertido.

Reprodução: The War Within

Algo que já é tradicional de todas as expansões de World of Warcraft são os mapas e novas raças ou classes. Geralmente, as expansões adicionam ou um ou outro. No caso de The War Within, tivemos a inclusão de uma nova região chamada Khaz Algar e de uma nova raça chamada Earthen (Terranos), que são basicamente uma civilização forjada pelos próprios Titãs, e que, pela aparência, podemos presumir que são Anões de Pedra.

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Assim como os Pandaren, os Terranos estão disponíveis tanto para Horda quanto para Aliança. Porém, a nova raça só fica disponível após a conclusão de algumas quests, assim como as demais raças extras de cada facção.

Já o mapa de Khaz Algar também se diferencia um bocado dos demais, já que a região apresenta uma pequena ilha na superfície, dominada pelos Terranos, e um amplo espaço subterrâneo que é aos poucos explorado pelo jogador.

Reprodução: The War Within
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O fato de Khaz Algar ter a maior parte do seu território escondido debaixo da crosta de Azeroth acaba sendo muito interessante do ponto de vista estético, principalmente pela forma como o mapa foi construído a partir dessa decisão. A nova região é, com certeza, uma das mais interessantes dos últimos tempos, tanto em visual como na sua divisão por regiões e distribuição das quests.

Cada classe agora também tem novos talentos específicos, aparentemente ligados à nova região e aos Titãs. Ainda é cedo pra dizer se esses novos talentos vão permanecer daqui pra frente – talvez sendo trocados a cada nova expansão, ou se vão acabar se tornando mais um artefato inútil a ser perdido pelo caminho.

The War Within também conta com duas novidades interessantes, sendo uma delas exclusiva da expansão e outra que já havia sido adicionada anteriormente. Contudo, ambas dão um gostinho diferente ao jogo, aproximando-o mais de outros MMOs consagrados como Final Fantasy XIV.

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Reprodução: The War Within

A primeira delas é a possibilidade de se jogar via gamepad, que ainda precisa de algumas melhorias, mas já funciona muito bem, principalmente no PVE. Já a segunda novidade, essa sim exclusiva de The War Within, é a mais interessante, pois permite que os jogadores façam dungeons totalmente sozinhos, sem depender de grupos externos. Essa novidade é ótima para quem pretende jogar de maneira mais casual, ou para aqueles que precisam praticar mais antes de ocupar papéis de maior relevância dentro dos grupos, como os de tanque ou healer. Também vale mencionar que as Raids ainda não podem ser completadas sozinhas, e vão exigir que você encontre grupos disponíveis.

Outro ponto importante apresentado em The War Within são as Delves, ou Cavernas, que funcionam de maneira parecida com as Dungeons, só que numa escala um pouco menor. Nessas atividades, o jogador enfrenta um pequeno desafio acompanhado apenas de um NPC, com possibilidade de ganhar recompensas exclusivas ao final do desafio. Cada Caverna pode ser jogada mais de uma vez, em até 10 níveis de dificuldades diferentes, cada uma contando com mecânicas e detalhes exclusivos.

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Reprodução: The War Within

O fato é que The War Within traz muitas novidades e tenta compensar a morosidade das expansões passadas, apostando em uma excelente narrativa e em uma atenção imensa em detalhes e melhoria de qualidade de vida.

Apesar de algumas dessas mudanças não serem muito bem vistas por fãs mais radicais da série, o fato é que World of Warcraft precisa evoluir e se adaptar aos novos jogadores, ao mesmo tempo em que agrada jogadores antigos e os atrai a novas aventuras, seguindo a sequência de eventos que se iniciou em 2004.

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O que mais empolga em The War Within é a sensação de que algumas coisas voltaram a ser feitas da forma correta, ou pelo menos, da forma como a comunidade gostaria que fosse. As novas adições dão uma nova vitalidade ao jogo, além de mostrar que a Blizzard não perdeu a coragem de alterar alguns dos pilares de World of Warcraft, só que dessa vez de uma forma positiva e funcional.

As quests também merecem atenção especial. Jogo World of Warcraft desde 2007, e a última vez que me senti imerso no enredo do jogo foi em 2010, quando Cataclysm foi lançado. Desde então, tive a impressão de que as novas aventuras das novas expansões estavam ali apenas com o objetivo de me dar a experiência necessária para chegar ao nível máximo, mas que não tinham importância nem relevância.

Reprodução: The War Within
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Em The War Within, foi a primeira vez em muito tempo que me peguei fazendo as quests com calma, tentando entender a história por trás de cada situação e o desenvolvimento de cada personagem. Confesso que não me arrependi, ainda mais pela possibilidade de poder finalizar cada pequeno arco imediatamente, ao fazer as dungeons sozinho e sem a necessidade de esperar um grupo para realizá-las.

Ainda que possamos nos contentar com o que foi apresentado até aqui em The War Within, talvez seja prudente manter um pé atrás pelo que vem por aí. É preciso lembrar que, em 2020, Shadowlands também começou muito bem, mas foi amargando com as atualizações seguintes e acabou apresentando um fechamento pífio, com praticamente nenhum grande impacto ou revelação como gostaríamos.

Ainda assim, é muito reconfortante ver que The War Within consegue aproveitar alguns ganchos de Shadowlands para desenvolver parte do seu panteão de personagens, ao mesmo tempo em que fecha ciclos e inicia novos, sem medo de errar.

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Reprodução: The War Within

Ok, mas afinal, por que The War Within pode ser a expansão mais importante de Worlf of Warcraft? Bem, apesar do conteúdo da expansão ser de muita relevância para a estória de Azeroth, existe algo mais importante que a Blizzard precisa recuperar: a confiança dos jogadores.

Não é novidade que a Blizzard pisou na bola nos últimos anos. A desenvolvedora que antes era conhecida como um sinônimo de qualidade, decepcionou não só pela decisões controversas que tomou em relação aos seus próprios produtos, mas também pela forma como lidou com sua comunidade – além de todos os problemas relacionados à assedio e abuso dentro do ambiente da empresa.

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Reprodução: The War Within

Obviamente que isso afetou a forma como os fãs olham para a Blizzard, mas para além disso, também afetou a expectativa e a confiança que os jogadores tinham na capacidade da Blizzard lançar bons produtos. The War Within é um bom recomeço e uma tentativa sincera de animar os fãs de World of Warcraft, com novos conteúdos e renovações interessantes.

The War Within é, com certeza, uma das expansões mais ricas em história, mas com certeza a com melhor desenvolvimento de enredo até aqui. Mesmo com um pé atrás, já dá pra começar a ficar empolgado com tudo que vem por aí e com os novos capítulos da Worldsoul Saga. Vida longa a Azeroth!

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Resumo para os preguiçosos

The War Within é a décima expansão de World of Warcraft, lançada para celebrar os 20 anos do jogo. Ela inaugura a nova trilogia Worldsoul Saga e traz várias melhorias significativas na jogabilidade e na narrativa, com uma nova região, nova raça, e atualizações em mecânicas de jogo, como o sistema de voo e a progressão de personagens. Apesar de não resolver todos os problemas do jogo, The War Within representa um esforço da Blizzard para reconquistar a confiança dos jogadores e oferecer uma experiência revitalizada.

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Experiência de jogo revigorada, com sensação de novidade.
  • Melhorias na qualidade de vida dos jogadores, como o compartilhamento de itens entre personagens.
  • Nova região, Khaz Algar, e nova raça jogável, os Terranos.
  • Possibilidade de voo desde o início da expansão com o sistema atualizado Skyriding.
  • Narração mais coesa e quests bem desenvolvidas, proporcionando uma imersão maior.

Contras

  • Ainda é complicado para novos jogadores ou para aqueles que estão retornando após um longo tempo.
  • Não resolve completamente a necessidade de uma organização cronológica dos eventos do jogo.
  • Algumas mudanças podem não ser bem recebidas por fãs mais tradicionais.
  • Há um histórico recente de expansões que começaram bem, mas decepcionaram nas atualizações subsequentes, o que gera incerteza quanto à longevidade do conteúdo.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.