Drunken Robot Pornography – Review

Deboojan games é uma pequena empresa, que desde 1999 se concentram em jogos Indies bem elaborados, com bons gráficos, muitas cores, desafios insanos e títulos bem – como eu posso dizer? – apelativos. Se fomos trocar a Debojaan por um ser humano ele seria provavelmente um hipster colorido e descolado que cola cartazes “Amor Infinito” pelas ruas da cidade.

Sua última aposta foi o game Drunken Robot Pornography, que traz uma futurística Boston que está sendo atacada por robôs, e você com sua arma e seu JatPack podem salvar a cidade enfrentando as estranhas criaturas em arenas, mas a coisa fica por aí. Consecutivas mortes, gameplay confuso, repetição de cenas, e isso é só o começo…

Quando peguei esse título na mão para review, eu li seu título e a primeira coisa que me veio em mente foi, “o que eu devo esperar de um jogo com esse nome?”. Bom, devo admitir que a surpresa inicial foi bacana.

Após um demorado “loading”, o jogador se depara com um belo e fluído menu colorido, com imagens simples de robôs em formato de icones e varios desdobramentos. Em muitos momentos, olhando com atenção a beleza gráfica do menu, minha mente foi remetida aos traços finos apresentados no filme “O Guia do Mochileiro das Galaxias”. Não me surpreenderia de descobrir que esse foi a real intenção do desenvolvedor. Foi uma bela surpresa.

Como um “Quake 3” algumas gerações depois, o título coloca você em uma imensa arena bem construída com um JetPack e dezenas de “power ups” posicionados pela arena, que o auxiliam na conclusão de suas missões, que se resume em sobreviver até o Titan (nome dado aos robôs garçons do jogo, em defesa ao título), e então desmembra-lo de fora pra dentro, até derrotalo – isso tudo acompanhado de uma trilha sonora eletrônica arrasadora e intensa.

O jogo leva o gênero FPS à um novo rumo, o da insanidade. Cada nível é construído com a noção de que você sempre estará a um segundo da sua morte. O posicionamento de cada elemento do campo transpõe a idéia de que você precisa se mecher para sobreviver, e é isso que você fará, pois ficar parado por um segundo sequer significa morte, o suficiente para fazer você martelar seu mouse até ele virar suco.

Mas as coisas ficam por aí. O jogo conta com poucos modo de jogo – uma simples “campanha” que é apenas enfrentar robos um atrás do outro através de arenas, e um modo de coleção de “bebidas”, além de um desafio semanal da empresa desenvolvedora – e a insana dificuldade torna o jogo obsoleto em menos de 10h de jogo. Não digo que jogos insanamente difíceis são ruins, muito pelo contrário, afinal, somos gamers… hardcore gamers, e queremos desafios, porém Drunken Robot Pornography torna a coisa toda do desafio muito chato. O tempo todo você é perseguido por inimigos pequenos que vem de TODOS os lados (todos os lados mesmo, acima, abaixo e 360º), tornando qualquer estratégia fora de questão.

A única coisa que lhe resta fazer é pular para todos os lados e torcer para não dar de cara com um batalhão de robôs voadores que explodem na sua cara. A combinação de inimigos na tela irá fazer você morrer uma vez atrás da outra, e uma vez que é necessário acabar com todos os inimigos antes de prosseguir, simplesmente o deixará parado na mesma tela um bom tempo. Tudo ao mesmo tempo, se parece apenas como uma grande punição ao gênero FPS, como se o desenvolvedor quisesse se vingar do mundo.

Apesar dos poucos modos de jogo, o título ainda conta com um editor de mapas e Titans para se brincar a vontade e disponibilizar sua arte através da Steam. Também é possível baixar conteúdo adicional feito pelos fãs através do jogo, o que traz alguma sobrevida para o game.

No final das contas, o desafio do jogo pela parte dos desenvolvedores é apenas uma frustrante tentativa de redesenhar o estilo FPS, levando o desafio a um novo patamar dos jogos. Para dominar tal tipo de arte não digo que seja impossível, você apenas vai precisar de algumas dezenas de horas para dominar o estilo, porém a questão é, quem vai gastar essas centenas de horas?

Eu não vou…