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Concrete Genie – Review

Jogos de vídeo game deixaram de ser algo simples há bastante tempo. Nos últimos anos temos acompanhado do lançamento de títulos cada vez mais complexos que se dedicam a contar histórias cada vez mais profundas, através de mecânicas de jogo elaboradas.

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Em alguns casos, se deparar com jogos que se alicercem na simplicidade pode parecer, num primeiro momento, arriscado. Ainda mais quando a premissa da simplicidade é utilizada para mascarar a falta de criatividade na elaboração de algo que surpreenda do jogador.

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Concrete Genie é aquele tipo de jogo que consegue ser simples e elaborado ao mesmo tempo. Simples nas mecânicas – fazendo com que o jogador entenda o que precisa fazer rapidamente, mas complexo em enredo, profundidade e mecânicas de jogo.

Talvez o maior triunfo de Concrete Genie seja justamente sua capacidade de transformar algo complicado como a construção de obras de arte em algo simples, como se qualquer pessoa fosse capaz de pegar uma caneta na mão e dar vida aos lugares mais sombrios.

Existem três aspectos principais que o jogador precisa entender ao começar sua aventura: o personagem, o cenário e a sua motivação. Ash é um menino que teve uma infância feliz na cidade de Denska, mas conforme foi crescendo e chegando à adolescência, percebeu que a vida é mais confusa do que parece.

Ash sofria com o bullying de seus colegas e encontrou nos desenhos, uma forma de expressar seus sentimentos. Mesmo após sua família ter abandonado a decadente Desnka, o rapaz ainda vaguava pela cidade em busca de paz e inspiração.

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É ai que o jogo começa, com Ash se deparando com um grupo de adolescentes mal encarados em um dos pontos da cidade, e tendo seu caderno totalmente destruído. Logo, ele descobrirá o verdadeiro significado de sua arte e como pode utilizar sua criatividade para livrar não só a cidade, mas como seus colegas, da escuridão que os rodeia.

Concrete Genie tem a capacidade de traduzir conceitos profundos de superação através de suas mecânicas de jogo. Conhecer a história de Ash e de seus colegas – bem como os motivos que justificam suas ações, é um dos pontos altos do game, perdendo somente para a criação dos gênios.

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Sua principal atividade durante o jogo é combater a escuridão, mas pelo menos por um bom tempo, a única forma de fazer isso é espalhando “luz” pela cidade. Quando digo luz, é quase no sentido literal mesmo, pois o objetivo é pintar as paredes para que a luz afaste a escuridão e assim, a cidade volte a ter vida.

Para fazer isso você precisa coletar páginas do caderno de Ash espalhadas pela cidade, o que não é uma tarefa nada difícil. Na verdade, basta sair andando por ai e ficar atento no cenário. Aliás, a movimentação de Ash é muito bem feita, o que torna subir pelos telhados e correr pela cidade uma atividade mais divertida do que parece.

Depois de conseguir as páginas, você pode desbloquear os desenhos e sair desenhando por ai. Essa é na verdade, uma das atividades mais interessantes de se fazer durante o jogo.

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Para pintar as paredes com seu pincel mágico, basta escolher o desenho e manusear o controle da forma como desejar. O jogo interpreta seus movimentos e os traduz em formas diferentes e personalizadas, fazendo com que dificilmente um desenho fique parecido com o outro.

No que diz respeito aos controles no modo pintura, o jogador pode optar por dois modos diferentes: movimento ou controle analógico. A proposta de utilizar o sensor de movimento do PS4 para fazer os desenhos pode parecer interessante, mas não me cativou tanto quando eu achei que faria. Tentar desenhar movendo o controle parece mais complicado do que parece, e pelo menos no meu caso, os resultados quase nunca ficavam como eu esperava.

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Por isso acabei optando pelo controle através do analógico. O método esta longe de ser o mais adequado para o que o jogo se propõe, mas ainda assim me pareceu mais preciso e adequado – na verdade quero dizer que meus desenhos ficaram menos grotescos e me senti menos idiota.

Mas a parte mais interessante de todo o jogo pra mim é com certeza a criação dos gênios – personagens personalizados que te auxiliaram na jornada e lhe fazem companhia enquanto você zanzeia por ai. Criar seu próprio gênio através das inúmeras formas diferentes de personalização que o game oferece é uma tarefa ótima para exercitar a sua imaginação, já que o jogo “entende” a sua intenção e adapta o resultado final para aquilo que entender ser o mais adequado.

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Isso significa que você pode fazer gênios bípedes, quadrupedes, que flutuam… sim eu sei, parece banal mas pode acreditar em mim, é sensacional!

Assim como os desenhos, o jogador acaba encontrando páginas do diário de Ash que adicionam novas formas aos gênios, além de rabos, orelhas, chapéus e algumas partes que eu nem sei o que são, mas são legais.

Cada cor corresponde à um tipo diferente de “elemento”, o que significa que cada gênio é capaz de realizar uma ação específica que lhe ajudarão a vencer os obstáculos pelo caminho. No fim das contas, Concrete Genie é uma mistura de game de exploração com resolução de puzzles, com uma mecânica única de criação de desenhos vívidos e literalmente, vivos.

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É realmente incrível ver que aquilo que você desenha, de uma hora para outra, ganha vida e começa a interagir com Ash. Acho que seria uma sensação tão surpreendente quanto desenhar algo no papel e se dar conta que seus rabiscos ganharam vida, salvo claro, as devidas proporções.

E assim o jogo vai até determinado ponto, onde em uma virada surpreendente, são apresentadas novas mecânicas de movimentação e combate. Inicialmente, essas novidades podem parecer destoantes do resto do jogo, dando a impressão de que alguém cometeu um erro e que elas não deveriam estar ali. Mas devido a beleza dos controles de Concrete Genie, logo elas tornam-se parte do gameplay de tal forma que dão a impressão de sempre terem estado ali. Faço questão de mais uma vez mencionar o quão fácil e divertido são os controles de Concrete Genie, não só no que diz respeito a movimentação, mas a todas as atividades que o game propõe.

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A duração do jogo também é algo a parte. Apesar de curta, a campanha da a impressão de “ter sido suficiente”, e o jogo conta com um alto fator de replay. Mas é difícil superar o sentimento de quero mais, de que poderia mesmo ter mais. Ainda assim, Concrete Genie dá de fato a impressão de ter terminado no momento certo, sabendo aproveitar ao máximo tudo que se propõe.

No fim, dá pra dizer que Concrete Genie é aquele tipo de jogo que, caso tivesse sido lançado no início da geração, teria sido usado como exemplo de tudo que o PS4 é capaz de fazer. Dá pra dizer também que a experiência é tão divertida, que ele poderia ter influenciado uma série de jogos similares.

No final de tudo você sente que Concrete Genie é capaz também de traduzir o sentimento de Ash, de forma que você, ao finalizar a jornada, se sente feliz e completo por ter aceitado faze-la. Concrete Genie é um título obrigatório para qualquer pessoa que aprecie boas histórias e jogos marcantes.

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Resumo para os preguiçosos

Concrete Genie é o típico jogo que marca e se torna inesquecível. Com um começo um tanto quanto bobo e confuso, o game vai conquistando aos poucos através de mecânicas simples e propostas inovadoras, até mesmo o jogador mais exigente. Talvez seu maior triunfo seja justamente sua capacidade de fazer com que mecânicas de jogo que poderiam ser um tanto complexas, possam ser executadas com facilidade pelo jogador, de maneira que é fácil deixar a criatividade fluir e passar horas brincando de desenhas nas paredes.

É como voltar a sentir aquela magia que só a criatividade infantil pode oferecer ao desenhar numa folha branca de papel. Concrete Genie é muito mais do que um jogo, mas uma experiência obrigatória.

Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Belos gráficos e direção de arte impecável
  • Sistema de movimentação e controles gerais muito bem mapeados
  • História cativante e enredo bem estruturado
  • Divertido, leve e simples
  • Dublagem e tradução perfeitamente ambientados à PT-BR

Contras

  • Alguns problemas de desempenho podem ser percebidos no modo 4K, mesmo ao se utilizar um PS4 Pro.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.