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Sea of Thieves – Review

A Rare Soft é uma companhia que povoou o imaginário de muita gente que cresceu na época do Super Nintendo e do Nintendo 64, mas depois da compra dela pela Microsoft, uma parcela de fãs achou que ela ficou devendo alguma coisa em relação aos tempos áureos da companhia. Com o anúncio e agora lançamento de Sea of Thieves, a Rare tem como objetivo resgatar esses dias, e fazer todo mundo entrar num divertido mundo de piratas. Será que eles conseguem?

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Em Sea of Thieves, você é um pirata que deve explorar ilhas, coletar tesouros, enfrentar outros piratas e criaturas do mar e… basicamente repetir isso até o ponto em que você aguentar. A ideia do jogo é juntar um grupo de marujos e navegar pelos mares, cumprindo missões de uma das três guildas do jogo para conseguir dinheiro e reputação, comprar equipamentos melhores e cosméticos diferentes e repetir essa experiência à exaustão.

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Se a ideia do jogo não te passa profundidade, é porque ele realmente não entrega isso. O que você vai ver na suas duas primeiras horas de jogo é basicamente o que o jogo tem a oferecer para sempre. Você começa num bar de uma ilha, recebe um micro tutorial de como comer uma banana, o jogo te manda ir atrás de uma missão ou mais com as guildas e basicamente é isso, você não tem mais o que aprender, o resto vai ser na marra.

A primeira coisa que você aprende na marra em Sea of Theives é que o jogo é simplesmente impossível de se jogar sozinho. Ou melhor, até tem como, é claro, mas ele fica extremamente chato dessa forma. Pilotar um barco pirata não é uma tarefa para apenas uma pessoa no mundo real, e isso também acaba sendo verdade no jogo. Para pilar, você precisa pelo menos de uma pessoa comandando a direção do barco e outra consultando o mapa constantemente para você não se perder. Tentar jogar sozinho essa parte significa que você tem que ficar largando a direção do barco a todo momento e indo na sala do capitão para conferir o mapa, tornando essa tarefa numa missão extremamente chata.

Esse problema se remedia jogando com outras pessoas, é claro, a menos que você acabe sozinho no barco por alguma casualidade da missão e tenha que trazê-lo para perto dos seus amigos. Aí, meu jovem, você se ferrou e vai ter que comandar a nau na marra, o que acaba sendo algo bem chato de se fazer.

Com outras pessoas, a principal dificuldade do jogo é a comunicação, já que muita gente não joga de headset, e esse é um jogo onde o chat por voz acaba transformando a experiência, afinal de contas, você consegue coordenar-se com os desconhecidos para cada um desempenhar uma função e finalmente chegar nas missões.

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Chegando nas missões, você logo descobre que o jogo basicamente tem um template de missão para cada uma das facções e que elas basicamente se repetem à exaustão. Você vai coletar chaves, abrir baús, pegar dinheiro, matar inimigos, levar itens de uma ilha à outra e… basicamente isso até você cansar de jogar Sea of Thieves. A ideia é fazer missões para ganhar dinheiro e reputação, para comprar itens melhores e fazer mais missões iguais às anteriores para ir assim cada vez mais fazendo missões e mais missões e assim completar mais missões.

No final das contas, o jogo parece ser uma grande demo técnica onde você brinca de ser um pirata e repete as três mesmas tarefas à exaustão. É verdade que dá para encontrar outros piratas e lutar no mar com eles, além de uma atividade a mais aqui e outra acolá, mas o que acontece é que Sea of Thieves tem tão pouco conteúdo novo que você vê tudo o que o jogo tem a oferecer com pouquíssimas horas de jogo.

Como o jogo não tem uma história para você seguir, a ideia é apenas ser um pirata porque sim, volta e meia você se pergunta “é só isso mesmo que o jogo tem a oferecer?”, e a resposta é, sim, é só isso o que o jogo tem a oferecer mesmo. Com amigos, ou desconhecidos, o conteúdo do jogo acaba ficando melhor, mas, sinceramente? Não vale o investimento, ainda mais se você é uma pessoa que gosta de jogos com histórias, campanhas e afins. Não é tão difícil assim criar uma campanha para um jogo basicamente multiplayer, Borderlands, Destiny e outros jogos já fizeram isso, e a impressão que dá é que Sea of Thieves veio incompleto. Além disso, o gameplay de espada e de tiro do jogo também não são lá essas coisas, sendo muito simples em ambos os casos.

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Felizmente, é possível ter acesso ao jogo completo assinando o Xbox Game Pass, ou seja, você não precisa gastar os 200 e poucos reais que o jogo iria exigir se não houvesse o serviço de assinatura, o que dá aos jogadores a possibilidade de jogar o quanto eles quiserem do jogo e não se arrependerem da “compra”, até porque você acaba ganhando acesso a outros jogos bem melhores com o serviço.

Graficamente, Sea of Thieves tem um dos mares mais bonitos e bem feitos que eu já vi num jogo de videogame. Além disso, o jogo é bem animado, colorido e muito vivo. A trilha sonora do jogo também é boa e felizmente o jogo conta com menus, diálogos e afins em português, facilitando a vida do jogador.

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No fim das contas, Sea of Thieves vale a pena? Eu diria que não, a menos que você tenha um grupo de amigos que gostem de jogar online juntos e que não se importam com a repetição. A ideia de ser um pirata é interessante, mas realmente parece que a Rare esqueceu de entregar metade do jogo na hora do produto final.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One X fornecida pela Microsoft do Brasil.

Resumo para os preguiçosos

Sea of Thieves tem uma experiência multiplayer interessante, mas o jogo parece muito mais estar em acesso antecipado do que ser um produto final. As missões são extremamente repetitivas, as mecânicas de combate não são nada profundas e o modo single player é praticamente impossível de ser jogado.

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Nota final

60
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • A ideia de ser um pirata e realmente executar as tarefas necessárias num barco pirata é bem interessante

Contras

  • Jogo extremamente repetitivo
  • Praticamente impossível de se jogar sozinho
  • O tutorial é tão incompleto quanto o jogo
  • Pouco conteúdo novo, com cerca de duas horas de jogo, você já viu tudo o que ele tem a oferecer
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.