Furi é um daqueles jogos que conseguem mesclar com perfeição trilha sonora e jogabilidade, entregando qualidade em ambos os quesitos. Graças à sua música o game foi indicado a premiações, e mesmo não tendo levado troféus, continua possuindo qualidade indiscutível. Recentemente Furi chegou ao Nintendo Switch, e será que ele é tão bom no híbrido quanto é em consoles e PCs?
Bom, a resposta é sim e não, pois alguns fatores tornam a experiência oferecida por Furi melhor no modo portátil, enquanto outras não. Jogar na tela menor do Switch é muito melhor do que jogar em telas grandes, talvez devido à precisão que o game requisita em certos embates – é muito mais fácil acertar golpes vendo o que acontece de perto, numa tela menor. Outras tarefas são piores de se fazer no modo portátil do Switch, como o tiro carregado que exige do jogador mirar com o analógico direito e atirar com o segundo botão de ombro esquerdo, tudo isso enquanto o chefe se move.
No mais, Furi mantém-se o mesmo. Você controla um prisioneiro que é solto por outro ex-prisioneiro misterioso que usa uma máscara de coelho. Ele lhe diz que o carcereiro é a chave para ser livre e a sua tarefa é apenas matá-lo. Após cumprir a primeira missão, você descobre que está numa prisão fora da Terra, com diversas camadas, cada um delas guardada por um carcereiro que você deverá eliminar para avançar.
A história do jogo é simples assim, e mesmo que o “homem-coelho” conte a você coisas sobre a prisão ou como você foi parar lá, o intervalo entre as lutas é um tanto monótono. Como é possível deixar o personagem andando no automático (numa velocidade torturante), é melhor fazer outra coisa enquanto ele vai de uma prisão a outra.
Um dos destaques de Furi é sua jogabilidade frenética que exige raciocínio e reação rápida do jogador. Cada adversário conta com um set de ataques que se repetem aleatoriamente durante o duelo, e o jogo apresenta avisos sonoros e visuais (bem coloridos) antes de cada golpe, para que o jogador possa reagir a tempo. O tempo reação é, em muitos casos, de apenas um segundo, mas sempre há a possibilidade de tentar novamente caso não consiga contra-atacar.
A vida do jogador, assim como a do carcereiro, é exibida em uma barra grande (a vida atual) e diversas barras pequenas (as vidas restantes até o game over/final da fase). Sempre que o jogador finaliza uma das vidas do inimigo uma sua é completada, e o adversário passa então a realizar ataques mais velozes e diversificados. Quando o inimigo zera uma das vidas do nosso heróis, o mesmo acontece, uma vida dele é regenerada. Graças a essa dificuldade progressiva baseada na velocidade do adversário no decorrer da luta, Furi não fica repetitivo.
Cada personagem é completamente diferente dos demais, seja no visual ou em seu estilo de luta, e esse é mais um dos destaques do jogo. O visual empregado em Furi, apesar de não ser um primor em qualidade gráfica, chama a atenção pela paleta de cores utilizadas – apenas cores fortes, contrastantes e chamativas – tanto nos cenários quanto nos personagens.
Cada inimigo tem aparência única e memorável o bastante para fazer parte do elenco de um jogo de luta, algo que torna Furi um jogo ainda maior, daquele tipo que fica em nossas mentes por muito tempo graças aos personagens.
Furi é um jogo muito, mas muito bom de se jogar. Ele exige velocidade e tem dificuldade justa. O tempo de resposta para os ataques é bem calculado, o que nos dá aquele prazer de ter acertado um comando nos milésimos de segundo que tinham. É um jogo desafiador, que funciona bem jogando uma luta inteira de uma vez ou pedaços dela on the go no decorrer do dia.
E se a jogabilidade e visual não te conquistarem de vez, certamente a trilha sonora de Furi o fará. O game conta com artistas renomados na produção das faixas que embalam os combates e nos fazem entrar no clima de um duelo frenético contra inimigos mortais. As músicas eletrônicas casam muito bem com cada combate e com o visual do jogo.
Outro destaque inusitado está nas legendas em português na versão do Switch. Apesar das demais versões para outras plataformas também contarem com legendas em PT-BR, Furi é o primeiro jogo do novo console da Nintendo a apresentar legendas em nosso idioma.
Furi é um daqueles jogos grandes demais para não serem conhecidos, mas que nunca conquistarão o reconhecimento que merecem. Possui jogabilidade, visual e trilha sonora únicos e excelentes, além de personagens que mesmo não sendo importantes para a história, são memoráveis. É uma boa pedida para fãs de jogos rápidos e desafiadores, e também para quem gosta de música eletrônica.
Review elaborado com uma cópia do jogo para Nintendo Switch fornecida pela publisher.
Resumo para os preguiçosos
Furi é um daqueles jogos grandes demais para não serem conhecidos, mas que nunca conquistarão o reconhecimento que merecem. Ele conta com jogabilidade, visual e trilha sonora únicos e excelentes, além de personagens memoráveis. É uma boa pedida para fãs de jogos rápidos e desafiadores, e também para quem gosta de música eletrônica.
Prós
- Trilha sonora espetacular
- Jogabilidade frenética
- Desafiador porém justo
- Visual colorido e bem feito
Contras
- Alguns comandos podem ser difíceis de dominar no modo portátil
- Quedas de frames em momentos chave