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Lords of the Fallen – Review

O mundo dos jogos foi tomado de assalto em 2011 por um jogo japonês que não tinha a intenção de causar a discussão que causou. Combinando uma excelente jogabilidade com uma brutalidade no desafio, Dark Souls mudou a indústria, e demorou, mas os “clones” do game começaram a chegar, sendo um dos primeiros deles Lords of the Fallen. O jogo pega a jogabilidade do game da From Software emprestado e tenta criar um mundo próprio e propiciar uma aventura memorável ao jogador. Será que ele consegue? É o que vamos descobrir.

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Em Lords of the Fallen, você assume a pele de Harkyn, um ex-condenado que tem o rosto marcado por todos os pecados que ele cometeu. Para cada pecado, uma runa, e Harkyn não parece ter sido uma pessoa muito legal no passado, já que ele tem várias dessas na cara. Você começa o game encontrando uma arma, largando um raio num monstro gigante e chegando num monastério que foi totalmente arrasado. Aqui, começa um tutorial que vai fazer quem já jogou 5 ou 6 horas de Dark Souls se sentir em casa, pois o esquema de controles e a jogabilidade são bem semelhantes.

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As semelhanças não param por aí, mas veteranos da franquia Souls já vão notar algo que há de bem diferente entre os dois games: Lords of the Fallen é não é fácil, é bem fácil. O game oferece uma série de inimigos que não chegam a botar medo em você, pois, salvo um ou dois, ninguém realmente é páreo para Harkyn, a menos que você encontre uns grandalhões pelo mapa que estão lá para mostrar que esse não é o lugar onde você deveria estar e que é para você dar meia volta.

Bom, voltando ao sistema de combate, o jogo te dá a opção de escolher entre três classes na hora de criar seu personagem, mago, guerreiro e uma espécie de ranger/ladino. Dependendo da classe, você tem um enfoque, magia, força ou velocidade, respectivamente. Após escolher sua classe, você tem que escolher suas magias de classe. Aqui, é onde o jogo realmente torna-se fácil. As magias dão uma vantagem absurda a Harkyn durante as lutas, já que você pode atordoar seus inimigos, ignorar sua stamina, criar um clone seu que tira o mesmo dano que você, etc. Qualquer dificuldade que Lords of the Fallen possa ter morre assim que você maximizar uma de suas magias, tornando o game muito mais próximo da jogabilidade arcade do que a brutalidade que Dark Souls oferece.

Os chefes também não chegam a ser um bicho de sete cabeças. Há alguns que vão dar trabalho e fazer você suar para vence-los, principalmente os dois últimos, mas caso você tenha masterizado suas magias, as coisas ficam bem mais fáceis. Além disso, muitos deles nem precisam de uma estratégia de verdade, pois eles não chegam a ser ameaçadores, quem mais prejudica nas lutas mesmo é Harkyn, o personagem é lento pra caramba e há momentos em que isso realmente incomoda, ainda mais quando você quer sair de uma sequência de golpes e ele parece estar usando dois blocos de cimento nos pés.

Mas isso faz o jogo perder a graça? Não, longe disso, Lords of the Fallen é divertido. O game tem uma campanha principal que dura algo em torno de 15 horas, e oferece uma história até que interessante, mas que se propõe a ser muito mais grandiosa do que ela realmente é. O mundo está sendo atacado por um Deus caído e cabe a você acabar com essa ameaça. Você nunca descobre o que diabos Harkyn fez para merecer as tatuagens na cara, os motivos do Deus são bem bestas e poucas coisas que acontecem na história realmente importam a não ser que seja para uma ou duas falas a mais do narrador antes dos créditos do jogo.

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O game se alterna entre o mundo dos humanos e o mundo dos monstros, e costuma oferecer bons cenários, apesar de muito, mas muito confusos. Eu levei 14 horas para terminar o jogo e mais ou menos umas 4 ou 5 delas foram me perdendo pelos cenários do game. Se ele tivesse um layout um pouco menos confuso, imagino que teria durado algo como 11 horas para acabar, por mais perdido que eu seja. Além disso, há pouca variação nos dois cenários, você fica andando por masmorras a maior parte do tempo, e conhece pouco sobre a paisagem de ambos os mundos fora ambientes com pedras e neve. Depois de terminado, o jogo dá a opção de você jogar no new game plus, onde você pode escolher outra classe de magia e jogar o game novamente.

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Outro ponto semelhante ao sistema de Dark Souls é a forma como a vida e a experiência funcionam. No jogo, há cristais que servem para recuperar sua vida e suas poções. Diferente de Dark Souls, entretanto, esses cristais recuperam uma quantidade limitada de poções por uso e demoram um tempo para recarregar essa quantidade, ou seja, não dá pra ficar perdendo muito tempo numa região senão você vai empacotar. Isso poderia tornar o jogo mais desfiador, não fosse o fato de você recuperar todas as poções que tem quando morre. Outro ponto importante é o da morte. Caso você morra, seu fantasma de experiência fica onde você morreu, e a quantidade total de experiência recuperada por você diminui conforme o tempo passa, obrigando você  a ser rápido para o acerto de contas com quem te matou.

Algo que Lords of the Fallen faz e que ficou bem legal de diferente é o sistema de equipamentos, que lembra mais Diablo. Os itens são diferenciados por cor e classe e há um sistema de runas que você pode colocar nas suas armas e armaduras para torna-los mais poderosos ainda, transformando Harkyn num semi deus em meio aos inimigos.

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Graficamente, Lords of the Fallen é bonito. Os movimentos dos personagens são bem animados, o combate não apresenta slowdowns e as texturas são muito bonitas. Um problema que eu encontrei, porém, foi nas animações faciais dos personagens. Para um projeto de alto orçamento, elas deixam bastante a desejar e não é uma nem duas vezes em que você vê as bocas se mexendo num tempo e as vozes saindo em outro.

A trilha sonora do jogo é ok, mas nada muito além disso. A dublagem poderia ser bem melhor em inglês, e ela é inexistente em português, mas felizmente o game vem legendado. As composições podiam variar conforme o chefe que você enfrenta, ao invés de repetirem a mesma música 10~15x durante o jogo. Fora isso, efeitos sonoros e afins dão conta do recado, mas a trilha sonora está longe de ser um dos pontos altos do game.

Resumo para os preguiçosos

Lords of the Fallen é um jogo que tem cara de Dark Souls, mas está longe de ser Dark Souls. Apesar de sistemas de combate semelhantes, o jogo da CI Games vai mais pelo lado arcade e apresenta um personagem bem mais poderoso que os inimigos dele combinado a uma história que se propõe a muito mais do que entrega e uma aventura de cerca de 15 horas. No geral, é um bom jogo, mas poderia ser muito mais do que é.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bom sistema de combate
  • Vários momentos divertidos
  • Belos gráficos

Contras

  • Mapa confuso
  • História fraca
  • Personagem principal sem carisma
  • Potencial não atingido
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.