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Celeste – Review

Jogos de plataforma existem aos montes, e é difícil pra caramba fazer um jogo de plataforma que se diferencie num mar de jogos parecidos, seja para o bem, seja para o mal. Será que Celeste consegue esse tipo de distinção num mercado que não é exatamente o mais badalado atualmente dos jogos independentes?

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Em Celeste, você controla Madeline, numa aventura para escalar a Montanha Celeste, uma montanha conhecida por refletir o que as pessoas têm dentro de si, numa aventura não só para conquistar a montanha, mas para enfrentar os próprios demônios da jovem.

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Para isso, você conta com habilidades comuns de jogos de plataforma, como pular e agarrar-se em paredes, além de ir saltando entre elas, além de um dash no ar que é usado como uma espécie de segundo pulo, o que acaba mudando bastante a jogabilidade do game em diversos momentos.

Fora essas habilidades, Celeste ainda adiciona uma série de elementos em cada uma das fases do jogo que devem ser usados para vencer os desafios, como nuvens que fazem você saltar, plataformas que vão de um lado para o outro para você se arremessar pelo cenário, penas que fazem você voar e assim por diante.

Obviamente, além de evitar cair, você ainda tem que evitar ser atingido por projéteis, desafiar a força do vento, não cair em espetos e assim por diante. Tocou num deles? O resultado é a morte e a volta para o começo da tela onde você se encontra.

Ao todo, Celeste conta com 7 fases normais e 7 B-Sides, além de mais alguns extras, e todas as fases são muito bem pensadas e surpreendentemente extensas, com um desafio que vai aumentando gradualmente conforme você avança nessas fases.

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O grande problema que eu encontrei em Celeste, entretanto, é exatamente nessa extensão das fases. Na maioria delas, eu terminava a fase completamente esgotado e aliviado dela ter acabado, e realmente não tinha vontade de continuar jogando o jogo para ir até a próxima fase e começar tudo de novo. Com fases que podem durar até 2 horas para serem vencidas, os momentos que eu pensava “falta pouquinho agora, vamos lá que se eu largar o jogo agora, eu nunca mais volto para ele” acabam tirando um pouco do brilho do jogo, que realmente faz um excelente trabalho em variar o gameplay a cada fase e até mesmo dentro das fases.

Um grande exemplo desse problema que eu encontrei foi lá pela quarta fase, que coloca você num ambiente com nuvens que fazem você saltar mais alto e vento. É simplesmente um porre enfrentar o vento, ainda mais quando ele é combinado com as nuvens que se destroem quando você encosta nelas, e eu quase desisti do jogo nesse instante. Talvez o pessoal da Matt Makes Games devesse ter feito fases um pouquinho mais curtas, para que o jogo ficasse mais agradável no fim das contas.

Vale ressaltar que o comentário sobre o tamanho das fases não é exatamente sobre a dificuldade delas. Celeste é um jogo difícil? Sim, tem momentos em que o jogo fica bem difícil, mas essa dificuldade do jogo não é um problema em si, já que o desafio vai aumentando gradualmente e não há uma disparada de dificuldade que vai sacanear você e te deixar completamente incapaz, o problema mesmo é que chega um instante onde você cansa de enfrentar o mesmo desafio pela vigésima vez com alguma variação na dificuldade.

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Esse problema também é apresentado em algumas das boss fights do jogo mais pro final dele (mas eu não vou comentar qual para não dar spoilers), onde você pensa “ok, vamos ao sprint final” e na verdade há mais umas 10 etapas do chefe pela frente e você nem sabe. Enfim, é um detalhe a se reforçar: vai jogar Celeste? Prepare o tempo livre, pois as fases são bem longas, mais do que você espera.

Graficamente, o jogo é bem charmoso com o estilo de pixel art adotado pela companhia. Os cenários são bonitos e bem pensados também, e as ilustrações no final das fases são bem legais. A trilha sonora de Celeste é outro ponto forte do jogo, com composições que não cansam no ouvido, algo louvável, já que cada fase tem seu tema e ele pode ficar tocando até por duas horas seguidas, fora o tempo que ela fica na sua cabeça depois.

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No fim das contas, Celeste vale a pena? Sim, vale. O jogo é bem divertido e vai agradar a quem gosta do gênero de plataforma, mas a minha grande ressalva a ele é essa: o jogo realmente se prolonga demais em diversas fases, e eu realmente não acho bom o fato de você sentir alívio ao terminar uma fase, e não uma sensação de vitória.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox One X comprada pelo autor da análise.

Resumo para os preguiçosos

Celeste é um jogo bem divertido, com dificuldade na medida, desafios que vão aumentando a complexidade conforme você avança, belos gráficos e trilha sonora. O único problema do jogo é que ele tem fases longas demais, e eu realmente não acho bom o fato de você sentir alívio ao chegar no final de uma fase, ao invés daquela sensação de vitória de “completei esse desafio”. No fim das contas, teve mais de um momento em que eu quase desisti do jogo por causa disso, mas se você for persistente, você vai chegar ao final de Celeste.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Dificuldade na medida e que aumenta de maneira progressiva
  • Belos gráficos e trilha sonora
  • Boa quantidade de extras

Contras

  • Algumas fases realmente são muito mais longas do que deveriam ser, cansado cansaço no jogador conforme ele se aproxima do final dela
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.