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Atomic Heart vale a pena? Análise – Review

Quando a Mundfish anunciou Atomic Heart pela primeira vez lá em 2017, não havia muito o que esperar já que além do teaser já que a desenvolvedora só havia trabalhado em outro jogo obscuro que quase ninguém conhecia. Na verdade, já faz tanto tempo que estávamos esperando por Atomic Heart que ninguém sabia mesmo se ele iria sair de fato, ou entrar naquele limbo esquisito de desenvolvimento que alguns jogos acabam terminando.

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O fato é que Atomic Heart finalmente saiu e ele é mais parecido com Bioshock do que parece – e isso não é necessariamente ruim, afinal. O jogo conta uma história maluca tão parecida com a de Rapture, que quase passa a sensação de se passar no mesmo universo, só que na antiga União Soviética.

O jogador encarna o papel do agente P-3 – que não pode ser considerado a pessoa mais estável mentalmente, enquanto passeia por um complexo de alta tecnologia em um pedalinho. Depois de uma longuíssima cutscene inicial, P-3 é atacado por robôs e é informado por Dr. Sechenov que um traidor sabotou os robôs e fez com que todos eles passassem a atacar os civis. É ai que a história toda começa, quer dizer, mais ou menos.

As sequências iniciais de Atomic Heart são extremamente demoradas, dando aquela sensação de inquietação logo de cara. Muita conversa, pouca ação… some isso a uma sensação de que tudo poderia ser explicado de maneira mais sucinta ou rápida e tá pronta a fórmula para atiçar sua ansiedade.

Atomic Heart vale a pena? Análise - Review

De qualquer forma, esta primeira sequência já mostra como Bioshock foi de fato, o alicerce principal para Atomic Heart. O lendário jogo de Ken Levine não é a única influência mostrada aqui, mas com certeza é a mais forte e imponente. Conforme você joga, vai percebendo uma ou outra influência aqui e ali, tendo dá uma sensação de que já ter visto quase tudo em algum lugar, o tempo todo.

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Atomic Heart também conta com muitos, mas muitos puzzles a serem resolvidos ao longo do caminho. A maioria deles é criativo e prende atenção pela forma como foram construídos. São mais complexos do que a maioria e acabam prendendo a atenção por apresentarem um equilíbrio interessante de novidade e desafio. Contudo, com o passar do tempo as coisas vão ficando mais chatas e repetitivas e chega uma hora em que perde a graça.

Atomic Heart vale a pena? Análise - Review

Além disso o jogo surpreende por não ser totalmente linear, permitindo que o jogador possa explorar o cenário para obter melhorias para suas armas e equipamentos. Não existem missões secundárias propriamente ditas – aquelas onde você conversa com alguém, recebe uma tarefa e fica andando de um lado para o outro resolvendo problemas. Atomic Heart te oferece a possibilidade de explorar dungeons secundárias que vão te recompensar muito bem ao serem finalizadas. Além disso, gostei bastante de ter a oportunidade de explorar o mapa utopia região onde o jogo se passa, ainda mais porque o jogo é extramente bonito e muito bem ambientado.

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O combate também não deixa muito a desejar, já que munição é algo escasso no começo e por isso você precisa depender da pancadaria para avançar. No começo não me pareceu uma boa ideia, mas com o tempo percebi que este tipo de abordagem me desafiava mais do que simplesmente pegar munição e distribui balas para todo lado. Gostei de como a dinâmica funciona e de como o jogo acaba te fazendo morrer caso dê mole.

Atomic Heart vale a pena? Análise - Review
Reprodução: Atomic Heart

Toda vez que o combate começa, uma música específica toca para dar aquele clima de ação. Contudo, algo que me irritou bastante foi o fato da música começar a tocar em alguns momentos onde não haviam inimigos na tela, dedurando uma luta que estava prestes a começar. Foi frustrante passar por isso várias vezes, principalmente porque estava imerso no jogo e sentia que poderia ser surpreendido com um combate de maneira mais eficaz se o próprio jogo não tivesse dedurado a luta que vinha a seguir.

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Outro detalhe que me irritou foram os tutoriais, que muitas vezes só apareciam depois de eu ter executado determinada ação. A impressão que tive é que Atomic Heart tem um problema sério com timming e espero que os desenvolvedores consigam resolver isso rapidamente nas próximas atualizações.

Os gráficos no geral são bem bonitos e agradáveis. Na verdade, Atomic Heart é um jogo lindo, que pode ser desfrutado em 4K nativo nos ambientes fechados. O problema principal do jogo é quando se presta atenção aos detalhes, pois é ai que percebemos que alguns pontos deixam bastante a desejar e acabam até mesmo atrapalhando a imersão do jogador.

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Em determinados momentos, o jogador encontrará corpos espalhados pelo chão de pessoas mortas que provavelmente foram atacadas pelos robôs. Quando paramos um momento para prestar mais atenção, conseguimos perceber que é sempre o mesmo modelo! É quase como se todos os mortos fossem clones da mesma pobre pessoa, e depois de se ver isso, não dá mais para se ignorar.

Porém, ainda assim confesso que consegui me divertir bastante com Atomic Heart. Não posso dizer que foi uma experiência única e marcante, mas ainda assim, foi como revisitar uma espécie de spin-off de Bioshock.

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Parte disso acontece graças à Char-les, uma luva “inteligente” que permite à P-3 usar habilidades quase mágicas, assim como o protagonista de Bioshock. Char-les ainda permite que você hackeie câmeras, abra portas e mais alguns truques úteis para quando se está invadindo um complexo soviético tomado por robôs assassinos.

Talvez o maior sucesso de Atomic Heart seja justamente ter conseguido oferecer uma “experiência Bioshock” um tanto melhorada para os dias de hoje. É fato que os fãs mais antigos de Bioshock amargam pelo lançamento de um novo jogo – que provavelmente não acontecerá tão cedo. Por isso, Atomic Heart consegue surpreender por fechar essa lacuna e preencher esse vazio de uma forma bastante satisfatória – porém, não perfeita.

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O problema de Atomic Heart é que mesmo tentando melhorar a experiência, ele não consegue soar como algo original. Por diversas vezes tive a impressão de que estava somente jogando uma cópia de outros jogos, com poucas modificações aqui e ali. Isso não é necessariamente ruim a ponto de me fazer desgostar do jogo, mas é um problema quando o objetivo é a criação de uma nova franquia ou do estabelecimento de um jogo de sucesso.

O fato é que a Mudfish fez um trabalho surpreendente com Atomic Heart e apesar de não haver qualquer indício de sequência ou algo assim, fico ansioso para descobrir o que a Mudfish vai nos trazer da próxima vez.

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Mas e aí, Atomic Heart vale a pena?

Atomic Heart é praticamente um Bioshock na União Soviética já que o jogo replica as principais mecânicas do clássico de Ken Levine, ao mesmo tempo em que mistura outros tantos elementos de outros jogos de sucesso. Contudo, o problema de Atomic Heart é não conseguir algo original para chamar de seu, soando praticamente como um amalgama de elementos diversos.

Com gráficos lindos e uma boa jogabilidade, Atomic Heart possui alguns problemas pontuais que provavelmente serão resolvidos em atualizações futuras.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela publisher. Jogo disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series.

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Resumo para os preguiçosos

Atomic Heart é praticamente um Bioshock na União Soviética já que o jogo replica as principais mecânicas do clássico de Ken Levine, ao mesmo tempo em que mistura outros tantos elementos de outros jogos de sucesso. Contudo, o problema de Atomic Heart é não conseguir algo original para chamar de seu, soando praticamente como um amalgama de elementos diversos.

Com gráficos lindos e uma boa jogabilidade, Atomic Heart possui alguns problemas pontuais que provavelmente serão resolvidos em atualizações futuras.

Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos incríveis;
  • Jogabilidade interessante;
  • Puzzles diferentes;

Contras

  • Problemas de sons e de construção de cenário que dão a impressão de desleixo;
  • Repetitivo em alguns aspectos.
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.