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Como o YouTube ajudou os gamers e a indústria de vídeo-games

Imagine que você está em 1989 e o game do momento é Super Mario Bros 3. Agora, juntos, pensemos em dois cenários.

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No primeiro, você é realmente muito bom nesse jogo e quer mostrar para todo mundo o quão bom você é nos mais diversos mundos daquele jogo. Como você faria isso? Bom, naquela época você não tinha muita escolha: ou teria que gravar a tela da TV com pesadas e caras câmeras japonesas ou tentaria uma gambiarra de gravação com o videocassete. Em ambos os casos a parte da logística de distribuição desse material, mostrando o quão ninja você é com a roupinha de raposa, seria um problema e tanto.

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Agora em outro problema: como saber se um jogo é bom ou não sem gastar dinheiro nisso? Naquela época havia basicamente uma solução: ir à locadora de games e gastar lá seus trocados para alugar um jogo. Mas esse problema, resolvido de forma gratuita, não seria possível de solucionar.

Hoje ambos os casos estão longe de ser problema: pelo contrário, se transformaram em forma de renda para muitas pessoas. Graças ao YouTube qualquer um pode ver centenas de vídeos de forma gratuita – e caso eles sejam realmente bons, a pessoa pode ganhar uma bela grana com anúncios (claro, são poucos ainda, mas é notório). Além disso, a plataforma se tornou uma bela de uma propaganda gratuita para a indústria de games. Os jogos hoje definitivamente são uma indústria de entretenimento reconhecida e admirada pela sociedade.  O Twitch.tv (que é um spin off do Justin.tv, uma das primeiras plataformas para transmissões ao vivo de partidas nos posteriormente nomeados esports) é um belo exemplo disso: recentemente ele foi comprado por quase um bilhão de dólares pela Amazon, gigante do varejo americano.

Nesse sentido, as plataformas virtuais ajudaram bastante as pessoas aprenderem novos jogos e até mesmo novas formas de jogar coisas que anteriormente não tinham um suporte virtual. Um case bastante conhecido, aliás, é do poker online. Ao ver novas técnicas para se apurar, muitos jogadores se interessaram pelas regras do jogo. A didática em texto é, queira ou não, inferior àquela que é ilustrada por situações reais de jogo por meio do vídeo. Há diversas figuras importantes nesse meio, notoriamente Jason Somerville – que antes de se tornar famoso por tutoriais e transmissões de seus campeonatos online, já estava no YouTube e no Twitch como gamer.

Coincidentemente, outra plataforma bastante importante para esse rápido desenvolvimento dos games como esports, o YouTube, faz 10 anos agora em 2015. E, para comemorar essa efeméride, nada melhor do que apontar brevemente alguns youtubers brasileiros que tiveram contribuição-chave para que a indústria de entretenimento ganhasse cada vez mais adeptos no Brasil – se a Sony recentemente decidiu produzir o PlayStation 4 no Brasil, essas pessoas tem muito de “culpa’ nisso.

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E é bem difícil ranquear o papel que esses gamers tiveram nesse desenvolvimento. Todos têm um trabalho fantástico – mas é difícil deixar alguns de fora. Um deles é o Zangado – talvez o mais respeitado de todos os youtubers de games em nosso país. Ele tem mais de 2 milhões de subscribers que o seguem de forma religiosa. Dois pontos interessantes sobre ele; Zangado não dá notas para suas análises, ele deixa que o espectador decida se vale a pena ou não jogar o game. O outro é um truque bastante interessante: ele não mostra o rosto nos vídeos (como você pode ver pela foto acima). Assim, isso atiçou a curiosidade do público a seu respeito. Outro gamer bastante seguido é o GuilhermeGamer, com mais de um milhão de subscribers. O grande trunfo de Guilherme, além do fato de ser jornalista, é  desenvolver seus vídeos com um humor leve e que cativa.

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Cada um tem seu diferencial, mas há vários por aí com qualidades únicas. Seria difícil listar especificamente todos, mas como outros exemplos temos EngLeo (um dos primeiros a criar conteúdo em português sobre gamesno YouTube), Marcos Castro (que faz paródias musicais com os games) e o sempre engraçado Funky Black Cat.

A indústria de vídeo-games é cada vez maior em todo mundo e já podemos apontar que ela rivaliza com as outras gigantes do entretenimento, como o cinema, a tv e a música. E isso não seria possível, definitivamente, se não fossem as plataformas de distribuição de conteúdo  – caso contrário ainda estaríamos em 1989. Longa vida ao YouTube!

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.