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Fading Afternoon – Review

Não é de hoje que histórias sobre a Yakuza permeiam o imaginário do cinema e dos videogames. Independente do seu conhecimento sobre a famosa máfia japonesa, muito provavelmente você já ouviu falar sobre a série de jogos “Yakuza” (ou Like a Dragon), desenvolvida pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicada pela Sega desde de 2006. Mas para além da história de Kiryu, o universo da Yakuza tem bem mais para ser explorado, e se você quer fugir do mainstream, Fading Afternoon pode ser uma ótima pedida.

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Publicado pela IndieArk e desenvolvido por Yeo, que anteriormente se tornou conhecido por “The friends of Ringo Ishikawa” e “Arrest of a stone Buddha”, Fading Afternoon é um beat’em up 2D com um grande foco na narrativa e que se propõe a adicionar o seu próprio tempero às histórias de Yakuza.

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No jogo, você assume o papel de Seiji Maruyama, também chamado de “Gozuki”, um Yakuza de meia-idade que acabou de sair da prisão e agora está retomando o seu lugar na família. No entanto, mesmo que ainda tenha a confiança do seu mentor, Seiji e o mundo que ele conhecia não são mais os mesmos.

Nesse cenário, Fading Afternoon se destaca principalmente pela atmosfera que consegue criar. Com uma pixel art detalhada e uma trilha sonora de jazz que se encaixa perfeitamente no clima do jogo, explorar os diferentes locais da cidade por si só já é uma atividade prazerosa. Inclusive, você pode se divertir com os diversos minigames de cada estabelecimento, que incluem beisebol, sinuca, jogos de cassino e até pescaria caso você resolva ir para o interior.

Fading Afternoon - Review
Reprodução: Fading Afternoon

No entanto, a possibilidade de desfrutar dessas atividades é relativamente limitada por conta de uma mecânica central do jogo, que faz com que o seu personagem perca um pouco do seu limite máximo de HP a cada dia que passa e ao alcançar determinados pontos da história. Assim, com a saúde de Seiji se deteriorando, você precisa aproveitar bem os seus dias para expandir o controle da sua família. E como um bom beat’em up, Seiji faz isso descendo a porrada em outras gangues.

Sobre o combate em si, Fading Afternoon até traz certa profundidade, com combos, agarrões, parry e desarmes, mas nada que revolucione o gênero ou que necessite de muito treino para aprimorar. Se preferir, você também pode comprar uma arma, mas geralmente é melhor utilizá-la para matar alvos específicos.

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Fading Afternoon - Review
Reprodução: Fading Afternoon

Aliás, esse é o principal loop de gameplay do jogo, com você recebendo periodicamente alvos para assassinar em alguma região da cidade, enquanto ainda precisa gerenciar áreas já controladas e assumir o controle de outras. Nesse quesito, as suas primeiras runs podem ser um pouco frustrantes, já que além da perda de HP periódica, nem sempre é fácil identificar onde esses alvos estão apenas pelas imagens fornecidas.

Em sua essência, Fading Afternoon é um jogo que se vangloria de não pegar na mão do jogador e mostrar exatamente o que precisa ser feito, oferecendo a liberdade de trilhar o seu próprio caminho. No entanto, mesmo que essa decisão converse diretamente com a temática do jogo, permitindo até que Seiji tire a própria vida, algumas escolhas passam um pouco do ponto, como gatilhos da história que são ativados de maneira não tão clara ou o fato de você só conseguir manter um único save por vez.

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Reprodução: Fading Afternoon

Juntando isso com a mecânica de perda de HP, fica claro que Fading Afternoon foi feito para ser jogado mais de um vez, embora a motivação para isso seja um tanto quanto artificial.

Vale também um adendo que ao iniciar um novo jogo, você é questionado se deseja ativar “o modo fácil”. Por mais que se trate apenas de uma escolha de dificuldade, o termo “modo fácil” carrega um significado que geralmente está atrelado a discursos que tentam ridicularizar opções de acessibilidade. Uma solução mais elegante e inclusiva sem dúvida seria uma excelente adição.

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Reprodução: Fading Afternoon

Por fim, Fading Afternoon conta uma boa história de Yakuza e dentro das suas limitações consegue desenvolver de forma satisfatória a temática geracional e melancólica centrada em Senji. Nesse quesito, as lacunas deixadas pelos diálogos relativamente simples são preenchidas pela atmosfera da cidade, o cuidado com os detalhes e a excelente trilha sonora.

Resumo para os preguiçosos

Fading Afternoon é um beat’em up 2D que se destaca por sua atmosfera envolvente e narrativa centrada em um Yakuza de meia-idade chamado Seiji Maruyama. Desenvolvido por Yeo, o jogo apresenta uma pixel art detalhada e uma excelente trilha sonora de jazz que preenche cada espaço desse mundo. O seu principal desafio é administrar a saúde de Seiji, que diminui com o tempo, enquanto realiza missões para expandir o controle da sua família. O combate oferece certa profundidade, mas não inova significativamente, incentivando os jogadores a explorar diferentes locais da cidade. No entanto, algumas escolhas de design, como gatilhos da história pouco claros e limitações de salvamento, tornam a experiência um pouco frustrante. Apesar disso, mesmo com diálogos simples, Fading Afternoon conta uma boa história Yakuza e consegue desenvolver de forma satisfatória a temática geracional e melancólica centrada em Senji.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente trilha sonora
  • Pixel art detalhada
  • Variedade de estabelecimentos e atividades

Contras

  • Mecânica central de perda de HP é um pocuo frustrante
  • Limitações de salvamento
  • Gatilhos da história que são ativados de maneira não tão clara
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João Victor Albuquerque
João Victor Albuquerque
Apaixonado por joguinhos, filmes, animes e séries, mas sempre atrasado com todos eles. Escrevo principalmente sobre animes e tenho a tendência de tentar encaixar Hunter x Hunter ou One Piece em qualquer conversa.