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Critical Hit: eu não gosto de jogos que me dão liberdade demais

Fala, galera, tudo bom com vocês?

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A Warner e a LEGO lançaram nessa semana LEGO Worlds, que é basicamente um Minecraft ambientado no mundo de LEGO. A exemplo de todos os outros clones de Minecraft, o jogo também não tem muito conteúdo, e tudo o que você faz é basicamente andar por um mapa construindo coisas ou explorando cenários gerados de maneira aleatória.

Basicamente igual a brincar de LEGO, só que na frente do computador, não é?

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Bom, eu detesto isso. Sério, eu realmente não gosto de jogos assim.

Eu acabei de recriar a sua mãe no LEGO com essa broca
Eu acabei de recriar a sua mãe no LEGO com essa broca, mas isso não é bem um objetivo, certo?

Por que? Eu não sei, vai ver porque eu sou de uma época em que os jogos tinham um propósito. Salve o mundo do feiticeiro malvado, soque todo mundo que passa pela rua e coma frango encontrado do lixo, seja o campeão da briga de rua, evite que toda a sua base seja pertencida por nós, etc. Por mais banal que o jogo fosse, você saía de algum lugar e ia até outro.

Talvez seja porque esse tipo de jogo não existia quando eu era mais novo e não tinha nenhuma preocupação, mas hoje em dia, a vida parece completamente sem sentido sem nenhum objetivo. Quando se é uma criança, ou um adolescente, a sua única grande preocupação é passar de ano, e olhe lá, já que isso anda bem mais fácil do que era antigamente.

Agora, com meus 28 anos, eu tenho bem mais preocupações e objetivos do que eu tinha há 15~20 anos, e quando eu começo a jogar um jogo, eu jogo basicamente para isso, para cumprir objetivos, para que o jogo me conte uma história. Eu criar a minha própria história sem absolutamente nenhuma delimitação é algo totalmente anti-natural, até porque isso vai me gastar bem mais tempo do que eu estou disposto a jogar.

O resultado disso é quase o mesmo do que tirar férias: no fim das contas, você acaba procurando um trabalho, um objetivo, ou algo do tipo, porque a vida sem objetivos parece algo completamente sem sentido.

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Um mundo inteiro para explorar, mas pra que mesmo?
Um mundo inteiro para explorar, mas pra que mesmo?

Aliás, esse é um problema que eu tenho com RPGs ocidentais também, o jogo te dá tanta liberdade que eu me sinto completamente perdido sobre o que fazer, já que o mundo meio que precisa ser salvo, mas tem tanta gente precisando de favores que eu acabo quase enlouquecendo em ver tantas exclamações nas cabeças das pessoas das cidades.

Não que eu ache que esses jogos não devam existir, longe disso. Eles só não são pra mim. Eu cresci jogando jogos como Final Fantasy, que têm basicamente uma grande quest e meia dúzia de extras que geralmente são concluídos antes do chefe final. Já em The Witcher 3, por exemplo, apenas uma quest tem mais história que The Order 1886 inteiro, e dura mais tempo também, o que parece até um absurdo, já que são ambos jogos que custaram 60 dólares no lançamento.

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Não que isso seja ruim, claro. The Witcher 3 é um jogo com uma narrativa absurdamente profunda, e eu pretendo joga-lo o máximo que eu puder, mas eu realmente não sei por quanto tempo eu vou conseguir joga-lo e quanto dele eu vou conseguir completar exatamente pela super povoação de quests e de conteúdo. Parece meio maluco da minha parte “reclamar” que um jogo tem conteúdo demais, não é? Bom, não é exatamente isso, mas quando se há tempo limitado para se jogar, há de se estabelecer prioridades nas quests, primeiro salva-se o mundo, depois, faz-se o que der para ser feito.

Mas sempre com um objetivo em mente, é claro.

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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.