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The Dwarves – Review

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Anões são sempre tidos como uma raça secundária em quase todos os grandes filmes e livros fantásticos que conhecemos. Dificilmente vemos um destes “pequenos” protagonizando algo de muito relevante nas histórias mais atuais, mas mesmo assim tem gente que os admira mais até do que os próprios humanos.

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Em 2003, uma série de livros escrita por Markus Heitz conseguiu emplacar uma história protagonizada por anões na lista de best-sellers da Europa. The Dwarves foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, e até hoje é tido como uma das melhores e mais profundas histórias fantásticas deste século.

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Eis então que um projeto de crowdfunding resolveu angariar fundos para conceber um jogo baseado no livro. Lançado no Kickstarter em 2015, o projeto logo conseguiu alcançar a meta e acabou tornando-se um dos lançamentos para PC mais aguardados de 2016. O game foi finalmente lançado no início de dezembro de 2016, mas infelizmente, não é tudo aquilo que se esperava.

Usualmente, não costumo começar um review dizendo o que achei do jogo logo de início. Entretanto, no caso de The Dwarves, acredito que inverter a ordem da análise me permita explicar melhor por que o game acabou não me agradando no final das contas.

O game começa contando a história de Tungdil, um anão que nunca encontrou outro de sua espécie e que só saiu da fortaleza onde morava pela primeira vez após receber uma missão urgente do mago que o criou. Obviamente, o livro trata de todos estes detalhes de forma mais explicativa e introdutória, fazendo com que o personagem seja apresentado aos poucos ao leitor a fim de criar uma espécie de laço entre os dois. Apesar de entender que essa mecânica não funcione muito bem em um jogo de vídeo game, para mim é difícil entender o porquê o pessoal da King Art Games resolveu apressar tanto as coisas no início, o que me deu a impressão de pressa exagerada e me causou certeza estranheza com o coitado do Tungdil.

Toda a primeira parte da história parece ter sido “chutada” para que o jogo pudesse explorar logo de uma vez a melhor parte da narrativa e aproveitar melhor os momentos de ação. De uma hora para outra você se vê controlando um personagem que não conhece direito, em uma aventura que não entende bem o porquê, num mundo que não é nem um pouco familiar.

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Grande parte do jogo se passa no “Mapa Principal”, uma espécie de tabuleiro onde você direciona os caminhos por onde pretende percorrer até chegar ao seu objetivo. Ao se deparar com alguma situação estranha ou de combate, o game te coloca no controle dos personagens novamente para que se possa explorar a área em questão, ou enfrentar os inimigos à espreita. Existem também situações onde os desafios são apresentados somente em texto, o que pode acabar fazendo com que o jogador passe mais tempo do que gostaria no Mapa Principal.

Um detalhe que gostei bastante é o fato do game estar totalmente traduzido para o Português. Em um game onde o diálogo e o texto são mais utilizados do que qualquer outro elemento visual para contar a história, o uso do inglês pode tornar tudo mais complicado e enfadonho de se entender.

Além disso, outro ponto positivo do jogo é a interação dos personagens com o cenário. Determinadas interações com certos itens ou locais específicos são abordados no formato de cinematic, quebrando um pouco a monotonia do texto estático habitual. A exploração dos mapas e a coleta de itens acabam sendo um dos pontos altos do jogo, principalmente pelo belo trabalho feito na construção dos cenários e ambientes. O gráfico como um todo parece muito bonito e bem feito, mas alguns personagens as vezes parecem estranho e totalmente artificiais, dando a impressão de que não forma terminados a tempo tamanha é a disparidade entre o visual deles com o resto do jogo.

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The Dwarves parece tentar agradar o jogador com ação e belos visuais, e em alguns momentos até consegue fazer isso decentemente. O problema é que um dos quesitos que deveria ser o ponto alto do game acaba deixando bastante a desejar, e aqui me refiro especificamente ao combate.

Durante o desenvolvimento do game, o combate massivo e simultâneo entre vários personagens foi apresentado como sendo um dos mais inovadores e interessantes dos últimos tempos. Apesar da quantidade de inimigos que pode ser combatida simultaneamente por vários anões diferentes, o combate é tanto quanto chato e monótono em alguns momentos. As vezes parece que é impossível causar dano sem o uso de skills, e caso você esqueça de um personagem enquanto controla outro, é muito provável que quando lembre acabe se deparando com a mesma quantidade de inimigos sendo enfrentada, só que com menos vida do que antes.

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Nem a trilha sonora produzida por uma das minhas bandas prediletas conseguiu me animar em alguns momentos. O Blind Guardian fez seu trabalho excepcionalmente bem, mas a pancadaria parecia tão artificial quanto uma daquelas pegadinhas que são apresentadas na TV aberta.

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No fim das contas, The Dwarves parece mais um daqueles jogos que não foi totalmente finalizado antes do lançamento. Nem tudo que foi prometido foi cumprido, e algumas das mecânicas parecem ter sido mascaradas para parecer que condizem com que o que foi anunciado inicialmente. O mesmo acontece com a história, que as vezes parece exigir que o jogador tenha lido os livros para que possa entender melhor o que se passa no jogo. Vale lembrar que o livro não foi lançado de maneira oficial no Brasil.

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The Dwarves tinha tudo para ser um grande jogo independente baseado em uma das melhores obras literárias deste século, mas acabou sendo entregue como uma adaptação fraca e que deixa bastante a desejar. Quem esperava por um game mais sólido e desafiador pode se decepcionar drasticamente, mas no caso do jogador procurar apenas uma distração, The Dwarves pode acabar agradando com uma história agradável sendo intercalada com pequenos momentos de exploração e resolução de desafios.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC fornecida pela desenvolvedora.

Resumo para os preguiçosos

The Dwarves prometeu, mas não cumpriu. Com grandes cortes na narrativa, falhas nos gráficos e combate monótono, o game não consegue agradar àqueles que aguardavam por algo mais sólido e condizente com os jogos de RPG que estamos acostumados. A ideia até foi boa, mas infelizmente foi muito mais executada.

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Nota final

55
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Sistema de exploração interessante
  • Trilha sonora
  • Tradução para PT-BR

Contras

  • Sistema de combate monótono
  • Cortes na narrativa comprometem o andar a história
  • Tempo excessivo no mapa princial
  • Falta de ação
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.