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A Lenda do Herói – Review

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A lenda do Herói é o ambicioso projeto dos Irmãos Castro de transformar um vídeo do YouTube em um jogo completo, totalmente baseado no próprio vídeo. Nele, um herói, chamado de Herói (que coisa, não?) canta toda a sua aventura para resgatar uma princesa, fazendo um excelente uso de rimas e quebras de quarta parede, enquanto ainda brinca com os clichés dos jogos plataformas. Essa combinação rendeu ao vídeo mais de três milhões de acessos e inúmeros pedidos de transformá-lo em um jogo real.

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Então, após uma campanha de financiamento coletivo de sucesso, eis que surge A Lenda do Herói – o jogo, um plataformer feito em Pixel Art 100% cantado. O herói cantará uma canção sobre tudo o que acontece durante a fase, chegando a mudar a canção se algo diferente do comum acontecer – como ficar muito tempo parado, por exemplo – e este é de longe, o ponto forte do jogo.

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Cado ato (são 21 no total, divididos em sete fases) contém uma canção única, com o ritmo e o estilo musical variando em cada ato e encaixando perfeitamente com o local em que estamos. A parte musical do jogo é muito feita, com rimas sobre os inimigos que enfrentamos, sobre o ambiente em que estamos, ou piadas sobre o que está acontecendo, o que te faz querer continuar jogando só para ouvir um trechinho a mais das músicas.

Outro ponto forte do jogo são as fases, que são extremamente diferentes umas das outras, seja na forma como devemos passá-las ou no ambiente que elas se passam, que variam de planícies à vulcões à desertos, entre várias outras fases. Os gráficos do jogo são bastante bonitos, por mais simples que sejam, o que combina bastante com o ambiente criado pelo jogo, tanto a parte jogável da fase quanto o fundo dela foram bem caprichados, dando destaque as fases noturnas, onde a iluminação do jogo deixa ele duas vezes mais bonito.

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Mas e sobre o gameplay do jogo? Bem, mesmo com o diferencial que a música traz ao jogo, ele ainda é um plataformer comum. O jogo te diz para ir para direita (que inclusive é satirizado pelo jogo em algumas músicas), derrotar os inimigos, resolver os puzzles e encontrarmos baús escondidos, estes que podem conter moedas ou itens que aumentam nossos corações ou nossa mana.

E é no gameplay que está o maior defeito do jogo: sua velocidade. O ritmo do jogo é lento, tanto o seu personagem quanto as plataformas que voam são assim, o que chega a frustrar bastante em certas partes, caso você erre um pulo e perca uma plataforma, você terá que esperá-la voltar, podendo ficar até cinco segundos parado no mesmo lugar enquanto espera. Isso quando não você não morre por errar o pulo e tem que voltar metade do ato (ou o ato todo, se você ainda não alcançou o checkpoint), alguns atos chegam a durar mais de dez minutos, e se morrermos na saída dele, temos que voltar do checkpoint, que fica na metade do ato, nos obrigando a re-jogar os últimos cinco minutos de jogo que acabaram de ser jogados. Para corrigir isso, a Dumativa adicionou um segundo checkpoint a alguns fases, felizmente. Porém o jogo não poderia ter sido feito de outra forma, porque se ele fosse mais rápido, não haveria como a música acompanhar o que acontece no jogo, o que torna o motivo dele ser lento bem plausível. Ou seja, o principal diferencial do jogo, a música, acaba sendo uma bola de ferro no jogo, que o impede de ser melhor do que poderia ser.

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O jogo trabalha com um sistema de vidas, temos X vidas para terminar uma fase (cada fase possui três atos e um chefe), e podemos conseguir mais vidas coletando itens pelo cenário, porém, se você perder sua última vida durante o Boss da fase, você terá que jogá-la do início novamente, o que torna todo o esforço que você fez durante os últimos 40 minutos em uma perda de tempo, o que é extremamente frustante, chegando até mesmo a te desanimar a continuar, como aconteceu comigo mais de uma vez.

Entretanto, o ritmo do jogo muda conforme avançamos pelas fases e coletamos upgrades para o Herói, como o Dash e o pulo duplo, tornando o jogo mais dinâmico e divertido perto das últimas fases, além de mais rápido, o que é ótimo. E não para por aí, as próprias músicas ficam mais complexas conforme as fases avançam, combinando muito bem com o ritmo progressivo do jogo, o que mostra como o esforço para com a trilha sonora do jogo foi enorme, e bem sucedido.

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A Lenda do Herói é um jogo que traz um formato nunca antes visto dentro de um dos gêneros mais conhecidos da história. E mesmo com os seus problemas, ainda é um prato cheio para os fãs de jogos plataformas e de boas músicas.

Review elaborado com uma cópia do jogo para PC comprada pelo Critical Hits.

Resumo para os preguiçosos

A Lenda do Herói é um jogo que tem como ponto forte a música, que torna o jogo duas vezes mais interessante e divertido, e por mais que tenha alguns problemas que possam frustrar e desanimar o jogador, ele cumpre tudo o que promete, e te deixa com uma vontade de ouvir um pouco mais de cada canção, além de te fazer cantarolá-las enquanto você não está jogando.

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Nota final

75
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Gráficos bonitos e bem trabalhados, especialmente nas fases noturnas
  • Todas as músicas são bem feitas e encaixam perfeitamente com o ambiente em que estamos
  • As músicas contém bastante humor e quebras de quarta parede

Contras

  • O jogo é muito lento inicialmente, podendo frustar em algumas partes
  • Alguns checkpoints são muito distantes uns dos outros
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