Minecraft Story Mode – Episódio 1 – Review

Eu não gosto de Minecraft. Eu já tentei e realmente não gosto, e acho seguro dizer que eu provavelmente nunca vou gostar do estilo de jogo. Eu já escrevi sobre isso antes, e o meu principal problema com o jogo é que eu não gosto de jogos sobre nada, eu gosto de jogar uma história, de ter um objetivo, de ter um caminho. Exatamente por isso, eu decidi tentar Minecraft: Story Mode, por ter sido uma versão de Minecraft criada pela Telltale, uma companhia conhecida pela habilidade em criar excelentes história. Seria esse o título que finalmente iria me fazer ter um pouco mais de simpatia pelo título da Mojang? É o que vamos descobrir em breve.

Em Minecraft: Story Mode, você controla Jesse, um morador qualquer do mundo de Minecraft e grande fã de acontecimentos anteriores nesse mundo, como A Ordem da Pedra, um grupo de guerreiros que venceram o lendário Ender Dragon. Você e seus amigos não são ninguém, mas aspiram ter grandes aventuras e embarcar numa história própria, criando a própria lenda. Tudo começa quando Jesse e seus amigos participam de uma competição de construção. Nem tudo sai como o esperado e Jesse acaba tendo que sair correndo atrás do próprio porco pois ele se perdeu na floresta. Aí começa realmente a aventura, e você começa a acompanhar a mudança de Jesse em perdedor medroso para algo mais aceitável.

Lembram que eu tinha dito que não gostava de Minecraft e que esse jogo seria o teste final sobre eu gostar ou não da franquia? Digamos que a história não tenha ajudado em nada para mudar a minha opinião. Minecraft Story Mode tem uma história bem fraca, que parece tão complexa quanto aquelas inventadas na noite anterior a uma sessão de RPG por um mestre que está com preguiça de pensar. É tudo bem genérico, simples e sem graça. Ok, Minecraft é um jogo para uma faixa etária mais jovem, e eu realmente não esperava discussões sobre fissão nuclear no meio do jogo, ou quem sabe algum personagem tendo uma revelação de vida, mas também eu realmente não esperava que Minecraft Story Mode tivesse uma história que podia muito bem ter sido inventada em qualquer canal do Youtube que faz aquelas intermináveis séries de Minecraft.

O pior é que o elenco por trás do jogo é composto por excelentes comediantes, como Patton Oswalt e Billy West. Eles certamente conseguiriam fazer ótimas piadas se quisessem, e até há alguma aqui e outra ali, mas a história é tão bem desenvolvida quanto a de uma redação de sexta série.

Mas além da história, o que mais encontramos em Minecraft? Basicamente o que encontramos em outros jogos da Telltale. Você continua tendo que tomar certas decisões de seguir pro lado A ou pro lado B (mas ninguém morre nessas escolhas, diferente de The Walking Dead, então eu presumo que o reflexo dessas decisões vai surgir nos próximos capítulos), você continua escolhendo as respostas que deve dar para continuar as conversas e volta e meia um Quick Time Event aparece na sua cara, exigindo que você aja logo ou morra com as mãos nos bolsos (como eu estava durante uma parte do jogo em que eu achei que ia só assistir o que acontecia na tela).

Além dessa parte de gameplay clássico da Telltale, ainda temos um pouco do crafting e das construções de Minecraft, afinal, não estaríamos falando de Minecraft sem construções e crafting, não é mesmo? Construir resume-se a você apertar o mesmo botão um milhão de vezes e assistir os personagens agindo na tela, e eu sinceramente fiquei feliz com isso, pois eu realmente não estava afim de construir uma casa na árvore. Quanto ao crafting, houve umas 2 ou 3 situações durante o primeiro capítulo em que foi necessário fazer algo, e foi satisfatório ver como isso não foi forçado goela abaixo na história, e sim introduzido de forma natural.

Graficamente, Minecraft Story Mode usa gráficos bem semelhantes a Minecraft, apesar de eu ter achado eles um pouco mais bonitos do que os do jogo original da Mojang. O jogo também rodou bem fluído e não exigiu nada de hardware para funcionar, o que é bom, afinal muita gente joga Minecraft original com PCs mais antigos e, caso queira aproveitar esse game, não será necessário um upgrade.

A trilha sonora do jogo é interessante, e, como eu falei anteriormente, a dublagem tem potencial, mas ainda não mostrou tudo o que pode. Alguns diálogos são bem mornos. O jogo não vem com opções no menu para ser jogado em português, mas é só fazer um truquinho (que está em trocentos vídeos espalhados pelo Youtube) para fazer o jogo rodar com legendas em português, então mesmo quem não domina o idioma americano vai entender numa boa o game.