Insatisfeito com os jogos de investigação já lançados, o diretor/escritor Sam Barlow (Silent Hills: Shattered Memories) resolveu desenvolver de forma independente um jogo – o qual está mais para filme interativo – que desse a sensação de se estar realmente investigando um crime. O tal jogo se chama Her Story (A História Dela) e é sobre ele que falarei agora.
Pouco deve ser falado sobre o enredo de Her Story, porque a graça está justamente em tentar descobrir do que ele se trata. Primeiramente, o jogo se passa por completo em frente a uma tela de um computador. Espalhados pela Área de Trabalho desse computador estão alguns documentos que servem como uma espécie de tutorial, há também alguns outros arquivos para dar um ar de realidade e até um joguinho de tabuleiro na Lixeira para você poder matar um tempo.
Então, como o jogo funciona? Nesse computador haverá uma janela aberta onde você tem um espaço para fazer pesquisas. Ao fazer uma pesquisa, partes de uma entrevista feita em 1994 com uma mulher que possuam a palavra pela qual você pesquisou serão mostradas. Não entendeu? Por exemplo, a janela já está aberta com a palavra “murder” no campo de pesquisa, daí, abaixo estão quatro vídeos onde a mulher fala “murder” em seu depoimento. Porém, você só tem acesso a cinco vídeos por vez, ou seja, se você digitar uma palavra muito comum, apenas os cinco primeiros vídeos que contém essa palavra poderão ser acessados por você. Isso leva o jogador a tentar descobrir “palavras-chave” e, até mesmo, buscar por palavras aleatórias só para ver se encontra algum trecho novo de depoimento.
Assim, o papel do jogador é o de tentar ter acesso a maior quantidade possível de trechos das entrevistas, para poder entender o porquê de a mulher estar dando os depoimentos. Ainda é possível adicionar alguns vídeos a uma lista pessoal onde você pode colocar os trechos que achar mais importantes lá, tags pessoais também podem ser adicionadas aos trechos das entrevistas para facilitar encontra-las mais tarde. Pode ter soado um pouco confuso, mas é bem fácil de pegar o jeito.
Nos vídeos, pode-se ver data e hora, isso ajuda a montar uma linha do tempo e ver qual trecho dá continuidade a qual. Outro ponto importante sobre o jogo é a atuação da atriz principal, ela é a única personagem que você vê e ouve durante todo o jogo, ou seja, ela precisa sustentar o jogo completamente sozinha e, meus amigos, ela faz isso perfeitamente. Nota-se diferenças na maneira como ela age dependendo do dia em que a entrevista foi feita e isso faz você se perguntar o que está acontecendo.
Não há como avaliar Her Story nos quesitos de sempre, levando em consideração jogabilidade e gráficos, por exemplo. O jogo te prende através de um roteiro muito bem construído onde a graça está justamente em conseguir montar e interpretá-lo. E ainda sobra espaço para uma surpresa quando você “termina” o jogo. É bom citar que o jogo possui uma trilha sonora boa até, mas que não se faz muito presente. Ah! Na Área de Trabalho também tem um arquivo que permite acompanhar quantos trechos das entrevistas já foram encontrados, o que é bom para você ter uma ideia do quanto você já conseguiu revelar.
Por fim, se você é fã de séries e filmes investigativos, digo que Her Story foi feito para você. E sim, o jogo está completamente em inglês e nem sei se uma tradução seria viável visto que o jogo é baseado justamente nas palavras. Mas, mesmo que você não ache que possua um inglês tão bom assim, vale a pena a tentativa e pode ser até que você aprenda algumas palavras novas.
Resumo para os preguiçosos
Você é um fã de L.A. Noire e séries investigativas? Então você deveria conferir Her Story, o jogo – que parece mais um filme – proporciona uma experiência diferente de tudo que já tenha sido feito e ainda faz isso com qualidade, oferecendo um enredo intrigante uma jogabilidade que faz você sentir que está investigando um crime de verdade.
Prós
- Originalidade
- Enredo
- Atuação
- Design
Contras
- Não possui áudio nem legenda em português.
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