Quando a continuação de um jogo é anunciada, junto vem uma certa carga de responsabilidade: Se o jogo não era planejado como uma franquia, temos o risco de prejudicar uma marca com continuações desnecessárias (Essa máxima vale para filmes também, Matrix e Efeito Borboleta são exemplos clássicos disso).
Também existe risco do jogo simplesmente não parecer parte da mesma franquia por uma mudança muito radical, ou de simplesmente não conseguir suprir as expectativas diante de um capítulo anterior muito bom. No artigo de hoje, listaremos 5 jogos que não chegaram nem perto de serem superados pelas suas respectivas continuações. Vamos lá:
The Godfather
Esse é um daqueles jogos que você sempre vai lembrar com carinho. O primeiro jogo de mundo aberto a realmente me cativar e me fazer buscar o 100% (Cheguei a 98,7% e esse também é o save corrompido mais triste da minha vida), com duelos de famílias muito bem trabalhados, cenas clássicas do filme reproduzidas e uma forma de progressão viciante. The Godfather está no meu top 5 da geração do PS2 com bastante facilidade, e deveria constar na cartilha de “Como fazer bons jogos baseados em filmes”. O mesmo não pode ser dito de The Godfather 2, que tinha jogabilidade esquisita, visuais esquisitos, progressão esquisita… Foi um jogo bem esquisito e que não fez jus ao seu antecessor, e muito menos à trilogia de filmes.
Batman: Arkham City
Com o grande sucesso de Arkham Asylum, veio o anúncio da continuação, Batman: Arkham City. O segundo jogo foi tão bem ou até melhor do que o primeiro, com história envolvente e muito boa, ambiente maior e tudo que deu certo em Arkham Asylum sendo muitíssimo bem aproveitado. Quando Arkham Origins foi anunciado, muitos já estavam ansiosos, mas algo infeliz aconteceu: Uma série de bugs – inclusive alguns não resolvidos até hoje – e alguns furos de roteiro acabaram fazendo que Origins decepcionasse bastante.
Não que seja um jogo ruim, mas vimos o jogo passando de um “Arkham Asylum melhorado” para um “Arkham City piorado”. A frustração com Origins foi tanta que a Rocksteady até optou por, de certa forma, ignorar o jogo durante a promoção de Arkham Knight, intitulado como o “último capítulo da trilogia Arkham”.
The Walking Dead: A Telltale Game Series
Eu não sei nem se é preciso falar o quanto o primeiro jogo da série feito pela Telltale é especial. O jogo é simplesmente o principal responsável pelo tamanho que a Telltale tem hoje. É, em minha opinião, o melhor conteúdo isolado produzido no universo de The Walking Dead, sendo a minha porta de entrada para o universo da série de TV e HQ’s. Poucas histórias te envolvem tanto naquele ambiente e te apegam tanto aos personagens quanto essa. O jogo é excelente do começo ao fim, sem nenhuma exceção.
Quando a segunda temporada foi anunciada, muitos fãs já compraram o jogo na pré-venda. E a frustração foi gigantesca. Os únicos momentos de certo apego aos personagens se referiam ao que sobrou da primeira temporada, e as únicas lágrimas derramadas eram de “Como eu queria estar jogando algo tão bom quanto o primeiro jogo”. De resto, se estivéssemos fazendo essa lista com qualquer ranking, esse seria o número 1.
Bioshock
Bioshock foi o motivador da minha transição de geração. Eu admito que estava bem tranquilo lá no PS2, mas ao ver o estilo de “shooter inteligente” proposto por aquele jogo sub-aquático em uma revista de jogos (Sim, eu lia/leio revistas de jogos em pleno século XXI), foi um momento definitivo para mim, por ser o jogo que me fez olhar com mais carinho para a nova geração, e também por ser o jogo que me fez pensar em deixar o comum sonho do PS3 de lado por um tempo. Em resumo, Bioshock me fez caixista.
Quando joguei, o jogo conseguiu cumprir tudo o que propunha: O clima de suspense do jogo é cativante, a dificuldade é satisfatória, a cidade de Rapture é simplesmente sensacional. Tirando um detalhe ou outro, Bioshock é impecável. Então vocês imaginam como fiquei animado naquele famoso teaser de Bioshock 2. Uma pena o jogo ter ficado bem abaixo de seu antecessor. Não estou dizendo que ficou ruim, muito pelo contrário, é um bom jogo, mas é o mais fraco dos três, sem dúvidas.
Saints Row: The Third
Essa é a parte que alguns (inclusive meu chefe) vão discordar de mim. Muitos consideram Saints Row IV o melhor jogo da série, e até um dos melhores jogos do ano de 2013, mas essa história dos super-poderes simplesmente não funcionou comigo.
Saints Row: The Third foi um jogo decisivo para a franquia. Foi nesse episódio que o jogo deixou de ser um concorrente barato de GTA e passou a ter uma identidade própria, muito mais escrachada e bem-humorada do que o blockbuster da Rockstar. Em The Third, você tinha, além de um jogo engraçado, um jogo com ótima mecânica e personagens carismáticos. Pra completar, ainda era possível deixar o seu personagem com voz de zumbi, proporcionando provavelmente os melhores diálogos da história dos jogos.
Aí chegou Saints Row IV. Apesar de vários momentos simplesmente hilários, o único ponto em que esse jogo tem vantagem em relação ao seu antecessor é na existência da maravilhosa Dubstep Gun. De resto, Saints Row IV é aquele aluno que consegue passar de ano no sufoco, enquanto The Third é aquele aluno que quase não vai pra aula no último bimestre por já ter passado em quase tudo com facilidade.
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Que outros jogos vocês acham que poderiam entrar pra lista? Deixem seus comentários!
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