A minissérie Griselda, lançada em 2024 pela Netflix, apresenta Sofía Vergara como Griselda Blanco, uma das figuras mais notórias do narcotráfico colombiano. Conhecida como “Viúva Negra”, Blanco desempenhou um papel central na violenta guerra das drogas em Miami nas décadas de 1970 e 1980. Apesar de o enredo da série retratar aspectos marcantes de sua trajetória, a verdadeira história de Griselda Blanco é ainda mais sangrenta e implacável do que a versão apresentada na produção.
A inspiração real por trás de Griselda
Griselda Blanco foi uma das traficantes de cocaína mais infames da Colômbia, tendo operado de forma decisiva no comércio internacional de drogas. A série da Netflix aborda, principalmente, o período em que Blanco se mudou para os Estados Unidos e se tornou uma figura-chave na guerra das drogas em Miami. No entanto, sua trajetória criminosa começou muito antes.
Nascida em 1943, na Colômbia, Blanco se envolveu em atividades criminosas ainda jovem, com relatos de que, aos 11 anos, teria sequestrado e assassinado uma criança. Ao atingir a idade adulta, passou a atuar no tráfico de drogas, contrabandeando entorpecentes da Colômbia para os Estados Unidos. Em Nova York, ao lado de seu segundo marido, Alberto Bravo, gerenciou uma operação de tráfico de cocaína antes de fugir para a Colômbia em 1975.
Ao contrário da versão apresentada na série, Blanco já era uma criminosa experiente quando chegou a Miami no final dos anos 1970, onde consolidou seu poder e se tornou uma das traficantes mais temidas da época.
Crimes de Griselda Blanco
A minissérie retrata a personagem como uma figura brutal, mas a verdadeira Griselda Blanco foi ainda mais implacável. Acredita-se que ela tenha sido responsável, direta ou indiretamente, por mais de 200 assassinatos, incluindo os de dois de seus próprios maridos. A morte de Alberto Bravo, mostrada no primeiro episódio da série, teria ocorrido devido a uma disputa comercial, e não como retratado na narrativa fictícia.
Durante o auge de sua carreira criminosa, Blanco comandava o tráfico de pelo menos 300 quilos de cocaína por mês, consolidando-se como uma das figuras centrais da guerra das drogas em Miami. Sua violência e métodos brutais a tornaram um nome temido tanto entre seus aliados quanto entre seus rivais.
O fim de Griselda Blanco
Em 1985, Blanco foi presa após uma operação da DEA e condenada a 15 anos de prisão, posteriormente ampliados para três sentenças de 20 anos por acusações de homicídio. No entanto, foi liberada em 2004 por motivos de saúde e extraditada para a Colômbia.
Sua morte, em 2012, foi tão dramática quanto sua vida. Blanco foi assassinada com dois tiros na cabeça por um motociclista, método que ela própria costumava empregar em execuções ordenadas durante sua trajetória no submundo do crime.
Diferenças entre a série e a história real
Embora tenha se inspirado em eventos reais, Griselda toma diversas liberdades criativas ao adaptar a história de Blanco para a tela. A série humaniza a personagem, retratando-a como uma anti-heroína com quem o público pode simpatizar, especialmente nos episódios iniciais. Essa abordagem contrasta com a verdadeira Griselda Blanco, que era uma figura fria e calculista.
Ainda assim, a série não ignora completamente os aspectos mais sombrios da personalidade de Blanco, destacando momentos de sua brutalidade e decadência. Como em muitas produções baseadas em crimes reais, Griselda mistura fatos históricos e elementos ficcionais para criar uma narrativa envolvente.
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