Freedom Wars é um dos jogos mais aclamados da era do PS Vita, e o jogo finalmente está recebendo um remaster para as plataformas modernas, mas será que vale a pena? É o que vamos descobrir na análise de hoje.
Muitas pessoas (especialmente os brasileiros) não tiveram a oportunidade de ter um PS Vita por ser um portátil caro pra sua época e essa vai ser a primeira oportunidade de terem contato com Freedom Wars, por isso vale salientar que eu também não joguei o original e este review vai servir muito bem para te mostrar se vale a pena conhecer este clássico da década passada através desta remasterização.
Uma história interessante, mas confusa
Em Freedom Wars nós somos colocados em um mundo tecnológico pós apocalíptico onde os recursos naturais estão praticamente se esgotando e nações estão lutando entre si para pegar o que sobrou de comida para sobreviver.
Nosso personagem faz parte dos “Sinners”, pessoas que nasceram no pecado e recebem uma pena de 1 milhão de anos de reclusão apenas por existir e nós precisamos trabalhar para diminuir essa pena através das atividades que são feitas para o “bem maior”.
A história do jogo até que é bem interessante, mas ela começa bem devagar e sinto que tira um pouco do foco que é o combate. Freedom Wars é um Monster Hunter-like com extremo foco na gameplay, mas o jogo peca em dividir bem o tempo e teve trechos que passei mais de 2 horas sem entrar em combate e apenas fiquei para cima e para baixo entregando missões.
Gameplay e combate
Após um extensivo tutorial, somos finalmente liberados para descer a porrada em monstros. O jogo é dividido em um sistema de missões que você pode acessar através da sua cela, as missões são variadas e consistem em resgatar cidadãos, eliminar monstros ou coletar recursos no campo de batalha.
Como todo bom jogo de caça a monstro, Freedom Wars Remastered tem um grande foco no coop e você pode aceitar as missões com até 4 amigos, mas também é possível fazer todas elas sozinho e preencher os espaços do time com NPCs.
Durante o combate, o jogo flui muito bem pra um título de 10 anos atrás, as batalhas são complexas e bem dinâmicas. Existem tantas mecânicas de combate que a curva de aprendizado é grande, ma não é exaustiva e achei divertido ir aprendendo conforme fazia as missões.
Seu personagem pode equipar armas corpo a corpo leves ou pesadas, armas a distância de vários tipos, espinhos que podem funcionar como um chicote para derrubar monstros, aumentar sua defesa ou curar seus aliados, além de uma mecânica bem interessante de ir quebrando as partes dos monstros aos poucos até finalmente derrotar eles.
O foco de um jogo de caça é o combate e aqui ele realmente entrega o que promete, apesar de alguns problemas esquisitos de animação existirem devido a idade do jogo. Sinto que os devs poderiam ter caprichado mais para fazer o gameplay ficar ainda mais moderno, como por exemplo as hitbox esquisitas que vira e mexe não acertam, com o personagem travando em cima do monstro e animações ruins de corrida e movimentação.
Outro ponto negativo do combate é a extrema falta de variedade de inimigos, quase todos são sempre a mesma coisa tanto visualmente como nos ataques, fazendo com que o loop de gameplay caia na mesmice muito rapidamente.
Este é um problema que pode ser ligeiramente contornado se você estiver jogando com amigos, já que isso vai tornar as sessões mais dinâmicas e divertidas. Mas jogar Freedom Wars sozinho pode te fazer cair rapidamente no tédio pela falta de inovação da gameplay ao decorrer das 35 horas que demora para zerar.
Apresentação audiovisual
Já no quesito audiovisual, Freedom Wars entrega o que promete sendo um remaster, honestamente o jogo nem parece que é um port de um portátil da década passada. É claramente um remaster de jogo antigo, mas ainda assim é bem feito, com texturas em alta resolução e mantendo a essência do jogo original de 2014.
As únicas ressalvas ficam com as animações esquisitas que atrapalham no combate e as animações do movimento labial dos personagens que são bem ruins e poderiam ter melhorado nesse remaster.
Outra coisa que incomoda é que o jogo não parece fazer um bom uso do SSD do PS5, mesmo sendo originalmente de 2014 ele tem loadings extremamente longos a todo momento, e o mínimo que se espera de um remaster desse nível é loadings instantâneos em plataformas atuais.
Já no quesito trilha sonora, honestamente ela é totalmente esquecível e sem graça, o que contribui bastante para o loop de gameplay repetitivo que temos. Pelo menos o jogo veio com legendas em português brasileiro, coisa que não tínhamos no lançamento original do PS Vita.
Mas e aí, Freedom Wars Remastered vale a pena?
Freedom Wars Remastered cumpre bem o que ele se propõe a fazer: a repaginação visual é muito boa e é a versão definitiva do jogo, com diversas melhorias gráficas e de gameplay. Infelizmente um simples remaster não consegue corrigir todos os problemas do jogo, como as animações esquisitas e o combate extremamente repetitivo. Mas para quem gosta de jogos do tipo Monster Hunter, o jogo pode divertir, principalmente se você tiver amigos para encarar a jornada juntos.
Resumo para os preguiçosos
Freedom Wars Remastered traz de volta o aclamado jogo do PS Vita com uma repaginação gráfica bem-feita e melhorias pontuais, mas sem corrigir problemas antigos. A história, ambientada em um mundo pós-apocalíptico onde “Sinners” precisam pagar sua pena de 1 milhão de anos realizando tarefas, é interessante, mas começa devagar e acaba desviando o foco do que realmente importa: o combate.
O jogo, no estilo Monster Hunter-like, oferece batalhas dinâmicas e divertidas, com mecânicas robustas e variadas, mas sofre com a repetitividade dos inimigos e alguns problemas de animação e hitboxes desatualizadas. A falta de fluidez em alguns momentos e a ausência de inovação no loop de gameplay podem desanimar quem joga sozinho, mas quem gosta do gênero ainda pode se divertir bastante com esse relançamento.
Prós
- Boa remasterização
- Combate
- Diversidade de armas
Contras
- Animações ruins
- Gameplay repetitivo
- História bem confusa no inicio
- Não balanceou bem momentos de combate e de história