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Max Payne – Review

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Era promoção de férias, todo mundo tava comprando Mortal Kombat por um preço imbecilmente baixo no Nuuvem, porém eu já tinha Mortal Kombat. ~Precisava~ comprar algum outro jogo imbecilmente barato. Escolhi Worms Aerosmith e um bundle de Max Payne 1 e 2. O Tico me disse “Vai jogar isso aí quando? Vai jogar é nunca.” e eu quase concordei. Mas aí resolvi me desafiar e terminei o primeiro jogo da série.

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Esses tempos o Eric resenhou Assassins Creed e caíram de pau dizendo que não dá pra querer comparar jogo antigo com jogo atual. E realmente, é bem complicado analisar um jogo antigo. Max Payne foi lançado em 2001, e na época era um projeto ambiciosíssimo, com um milhão de empresas por trás dele. Sério, o jogo é da Remedy Games, mas tem a mão da Rockstar e até mesmo da Valve.

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Na época de lançamento do jogo, era preciso um Playstation 2 (algo raro, já que ele era um lançamento) ou um PC MUITO foda pra poder jogar (o meu não rodava nem a pau). O jogo trazia inovações gráficas surpreendentes, os rostos dos personagens eram várias fotografias de atores com reações diferentes, que iam sendo “coladas” na cara do personagem conforme a situação do jogo.

Esses gráficos podiam ser LINDOS na época. Porém é inegável que envelheceram MUITO mal. Os cenários parecem muitas vezes grandes salas vazias, os personagens falavam sem mexer a boca, e Max se cura sem puxar os analgésicos do bolso. Max Payne 2 foi feito no mesmo motor gráfico e tem uma melhora INCRÍVEL nos gráficos, mas isso fica pra um review vindouro do próximo jogo da série.

Mas as inovações gráficas não eram tudo. Max Payne tinha um roteiro adulto e excelente. As histórias eram contadas em formato de graphic novels, tipo quadrinhos, e alguns itens no jogo iam adicionando detalhes. Max Payne era um policial comum da NYPD, ou seja, prendia uns ladrõezinhos, mas ganhava bem, tinha uma bela mulher e uma filhinha recém nascida. Vivia o famoso sonho americano (esse é o nome do primeiro capítulo).

Porém um dia ele chega em casa, encontra sua filhinha morta, uma gritaria, um barulho de tiros e XABLAU, quando entra no quarto tem 3 filhos da putinha matando sua mulher apenas porque sim. Não é spoiler, meus amigos, são os primeiros 2 minutos de jogo. Sim, é a mesma história do Justiceiro, aquele cara que tá sempre tretando com o Homem Aranha. Inclusive a jaqueta do Max é parecida.

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Obviamente os filhas da putinha são mortos, mas já é tarde. Antes de sair pro trabalho a mulher de Max queria contar uma coisa pra ele, ele disse pra ela contar de noite. E de noite ela tá morta. Vocês conseguem imaginar a culpa do infeliz em não ter ouvido a mulher? E a filhinha dele? Em GTA dá pra fazer uma chacina, em Diablo a gente espalha o sangue do próprio capiroto pelo chão, em Mortal Kombat era normal rolar membros pela tela. MAS NÓS ESTAMOS FALANDO DE UM FUCKING BEBÊ MORTO COM UM TIRO EM THE MEIO OF THE FACE.

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Aquilo era brutal pra época (até hoje, na real). Pra amenizar um pouco, a Rockstar trocou o bebê com tiro na cara por um bebê embrulhado num lençol. Segue sendo triste, Max nunca mais vai ser feliz na vida.

Não, sério, daí pra frente só piora (parece impossível, né? Pois é). Tudo que pode dar errado VAI dar errado na vida dele. Max vai trabalhar no DEA, o departamento de narcóticos da polícia, pois ele descobre que as pessoas que mataram a família dele eram viciados em uma nova droga, chamada de Valkyre, ou Valquíria, pra quem teve a chance de jogar em português nativo (na Steam não tem). Max vira um policial infiltrado na máfia de Nova York e é aí que o jogo começa, inspirado na vingança de Max a todos que destruíram sua vida.

Além das inovações gráficas e de enredo, Max Payne trazia inovações na jogabilidade. No maior estilo Neo do Matrix, Max podia usar o Bullet Time, uma técnica de pular em slow motion para desviar de balas e matar vários inimigos de uma só vez. Isso na época era bem foda, e até hoje funciona muito bem. É bastante estranho a primeira vez que se joga, eu levei um baque quando apertei o botão direito do mouse pra tentar mirar e o Max pulou.

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Eu já tinha jogado o Max Payne 3 (comecei a história errado, eu sei), mas não lembrava que não existia botão de mira (só pra sniper). Outra coisa que achei engraçado foi ver como era o mundo dos tiros em terceira pessoa antes das coberturas nos murinhos. Max não consegue andar abaixado, só abaixa parado, então o jogo te incentiva a ficar atrás de paredes e pular pro lado usando o Bullet Time. Ou tacar o foda-se e rushar pra vitória matando todo mundo sem cobertura, mesmo.

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Na merda, Max vira um viciado em analgésicos, e são eles que curam a sua vida. Eles são relativamente escassos, mas Max é foda o suficiente pra matar umas 15 pessoas com 5% de vida. A vida é determinada por um corpo branco no canto da tela. Ele vai enchendo de vermelho dos pés a cabeça. Quando fica todo vermelho, Max morre. Quando chega no pescoço, Max começa a mancar, fica lento, mas o jogo vai regenerando automaticamente, mesmo sem analgésicos, até o peito, até ele voltar a andar normal.

Mais uma coisa engraçada foi perceber como era a vida antes dos auto-saves. O jogo salva automaticamente entre um capítulo e outro, além disso só em alguns momentos raros durante os capítulos. Aprendi isso da pior forma: indo bem longe, morrendo e voltando lááá atrás. Me irritei, mas aprendi: a partir daí comecei a salvar a cada wave de inimigos mortos. Ou seja, a cada 30 segundos, mais ou menos.

A trilha sonora é quase inexistente, mas aí pode ser um bug do meu jogo. Por várias vezes o som do jogo bugou e voltava a funcionar quando eu salvava. Algumas vozes se embaralhavam, e às vezes uma música começava a tocar muito alta. Essa música era bem legal, dava um clima de 007 aos tiroteios, mas abafava o som dos inimigos e das armas, o que atrapalhava um pouco. Vi a cena final do jogo sem som, por culpa desse mesmo bug, ela provavelmente tinha alguma dublagem, mas acho que perdi. Aliás a dublagem do jogo é bem boa, a voz de Max transparece toda a tristeza e frieza do personagem.

A inteligência artifical do jogo é sofrível. Quando entramos numa sala e encontramos um inimigos, ele vai nos seguir até a morte. Os inimigos não fogem de granadas e não te ouvem até tu chegar bem perto. Alguns chefões deixavam o jogo um pouco difícil por terem armas que tiram bastante vida, mas num geral o jogo é bem fácil.

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Em alguns momentos Max sonha e tem pesadelos. Esses são os piores momentos do jogo: ele tenta se passar por um jogo de plataforma. Nesses pesadelos entramos em labirintos. O segredo é seguir o choro da mulher de Max e do bebê, pra não se perder. Porém algumas partes tem um vácuo embaixo da plataforma que tu deveria pular, e Max simplesmente NÃO CABE em cima dela, e cai no vácuo. Sério, não precisava se passar por um plataforma, podia seguir sempre sendo um jogo de tiro em terceira pessoa.

O jogo termina de uma forma gratificante, com você tendo uma certeza. Max Payne é imortal, um Chuck Norris dos videogames, um fodão e um fodido ao mesmo tempo.

 

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Resumo para os preguiçosos

Apesar de bem antigo, Max Payne é um jogo MUITO válido até hoje.

 

Nota final

80
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Excelente história, com personagens bem construídos e carismáticos.
  • Boa jogabilidade, com controles precisos até para atualidade.
  • Excelente dublagem
  • Bullet Time
  • Graphic Novel (Gibi)
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Contras

  • Capítulos que se passam em formato plataforma
  • Trilha sonora bugada
  • Gráficos envelheceram mal
  • Inteligência artificial sofrível
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