A série Pinguim, da HBO, traz mudanças consideráveis na origem e no desenvolvimento do vilão Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim, adaptando-o ao universo sombrio e realista de The Batman, dirigido por Matt Reeves. Ao introduzir Colin Farrell como Oz Cobb, o proprietário do Iceberg Lounge, a série explora o submundo do crime de Gotham e coloca o personagem em uma trajetória de ascensão. A abordagem se distancia significativamente das versões clássicas dos quadrinhos, ao reimaginar o personagem de forma mais humana e menos caricatural, condizente com o tom do filme.
Nos quadrinhos, o Pinguim tem uma origem tradicionalmente vinculada à riqueza e ao poder de sua família. Oswald Chesterfield Cobblepot é frequentemente descrito como descendente de uma dinastia de socialites de Gotham, com raízes que remontam à Guerra Revolucionária. Sua família inclui figuras de destaque, como políticos e empresários, e ele foi criado em um ambiente privilegiado. No entanto, apesar desse histórico de riqueza, Oswald teve uma infância marcada por traumas. Ele era constantemente ridicularizado e intimidado por sua aparência física distinta e, além disso, enfrentava o desprezo de seu próprio pai. Esses abusos contribuíram para o desenvolvimento de sua personalidade criminosa e violenta, com o personagem eventualmente abraçando o apelido de Pinguim e se tornando uma figura poderosa no submundo de Gotham.
Na maioria das histórias em quadrinhos, o Pinguim se insere no crime organizado como um subalterno de Carmine Falcone, uma das principais figuras da máfia de Gotham. Com o tempo, ele ascende dentro da hierarquia criminosa, eventualmente desafiando e superando Falcone. Nessa versão, Oswald é motivado tanto por um profundo ressentimento pelas humilhações que sofreu quanto por sua ambição desmedida. Ele adota uma identidade marcada por sua aparência física, usando-a como um símbolo de poder e controle sobre seus inimigos.
Em contraste, The Batman e Pinguim apresentam uma versão de Oswald Cobblepot muito mais realista e pé-no-chão. A série altera significativamente sua origem, removendo o elemento de riqueza e status familiar. Em vez disso, Oz Cobb é mostrado como alguém de origem humilde, sem os recursos ou as conexões necessárias para construir um império criminoso por conta própria. Ele é retratado como alguém que teve que lutar para conquistar seu espaço, se aliando à poderosa família Falcone para começar a construir sua influência em Gotham. A série também dá destaque à relação próxima de Oswald com sua mãe, Francis, algo que não é enfatizado nas versões tradicionais do personagem.
Outra diferença importante é a forma como Pinguim aborda a aparência física de Oz. Nos quadrinhos, o Pinguim é frequentemente representado com características físicas exageradas, como um corpo atarracado, um nariz em formato de bico e uma postura curvada, o que contribui para o apelido de “Pinguim”. No entanto, na série, o foco na aparência é minimizado. Embora Colin Farrell interprete o personagem com uma leve deformidade no pé, que causa sua mancada característica, o aspecto físico não é central para sua identidade. Em vez disso, Oz é movido pela ganância e pelo desejo de poder, usando a manipulação e a astúcia para ascender no mundo do crime, em vez de adotar uma estética temática como ocorre em algumas versões dos quadrinhos.
Essa mudança na origem e nas motivações de Oz Cobb reflete o tom mais realista do universo de Matt Reeves. O Pinguim não é apresentado como um vilão excêntrico ou caricatural, mas sim como um criminoso oportunista que construiu sua reputação por meio de alianças estratégicas e traições. Na série, sua ascensão no Iceberg Lounge e no comércio de “drops” (a droga popular no submundo de Gotham) é vista como uma conquista impressionante, considerando sua origem modesta e a falta de apoio familiar ou financeiro.
Além das mudanças em sua origem, Pinguim também sugere uma dinâmica familiar diferente da apresentada nos quadrinhos. No primeiro episódio da série, Oz menciona seus irmãos em uma conversa casual, relembrando momentos felizes de sua infância, o que indica que ele teve uma relação positiva com eles. Nos quadrinhos, entretanto, a relação de Oswald com seus irmãos é muito mais sombria. Em algumas histórias, seus irmãos Jason, William e Robert o atormentavam tanto quanto seu pai, o que acabou levando Oswald a matá-los em um acesso de fúria, iniciando sua espiral criminosa. A série, ao não explorar essa história trágica, reforça o distanciamento em relação ao Pinguim dos quadrinhos.
Essas mudanças são parte de um esforço deliberado para adaptar o personagem a um universo mais realista e grounded, onde figuras como o Pinguim não se destacam por sua excentricidade, mas por suas habilidades de sobrevivência e manipulação. A trajetória de Oz Cobb em Pinguim é uma de conquista gradual de poder, com ele aproveitando as oportunidades criadas pelo vácuo de poder deixado pela morte de Carmine Falcone em The Batman. Diferente das versões clássicas, essa iteração do personagem não é movida por uma sede de vingança ou por uma obsessão com sua aparência física, mas sim por uma ambição fria e calculista.
Criada por Lauren LeFranc para a HBO, a série é um derivado de The Batman que explora a ascensão do Pinguim ao poder no submundo do crime de Gotham City. Colin Farrell reprisa o seu papel como Oswald Cobblepot / Pinguim, ao lado de nomes como Cristin Milioti, Rhenzy Feliz e Myles Humphus.
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