O Critical Hits teve a oportunidade de entrevistar Tatsuke Shinichi, produtor de Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven.
Ao longo de meia hora, pergumtamos a ele sobre a possibilidade de uma localização do jogo em português, como foi o desafio de refazer e modernizar um clássico e mais.
Abaixo, vocês conferem nossas perguntas e as respostas dele.
Entrevista com Tatsuke Shinichi sobre Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
Critical Hits: Romancing SaGa 2 é o tipo de jogo que os fãs de RPG hardcore adoram e sempre quiseram ver modernizado. Quão desafiador foi transformar um jogo tão ambicioso de 1993 para os padrões de hoje? Você escondeu alguma surpresa no jogo ou ele é 100% fiel ao original?
Tatsuke Shinichi: O jogo original lançado em 1993 tinha muitos elementos inovadores para a época. Algumas pessoas podem achar que esses elementos estão desatualizados hoje, especialmente em relação ao sistema de batalha e outros aspectos que podem ser considerados mais difíceis de aceitar nos dias atuais.
Fizemos ajustes para tornar o jogo mais atraente, atualizando gráficos e outros elementos. Muitos fãs vão reconhecer características que eram únicas na época, como o sistema de herança, que ainda não vemos com frequência hoje. Mantivemos essas partes, mas também implementamos melhorias para tornar a experiência mais acessível para os jogadores de hoje.
CH: Foi uma decisão difícil manter o sistema de combate por turnos? Em outros remakes da Square Enix, a empresa mudou a abordagem, como em Final Fantasy, mas fiquei agradavelmente surpreso com o combate por turnos na demo — parecia rápido e envolvente. Você pode falar um pouco sobre como equilibraram esse mix clássico-moderno?
T.S.: Os RPGs recentes têm focado bastante em jogos de ação, mas para a série SaGa, nunca consideramos mudar para algo fora dos turnos. O combate em turnos é uma característica central da franquia, especialmente com o sistema de formação de cinco personagens e as táticas envolvidas. Decidimos manter essa abordagem para nos diferenciar de outros remakes da Square Enix.
Não achamos que jogos por turnos são necessariamente melhores ou piores, mas eles oferecem uma experiência estratégica única, como em Pokémon. Um dos desafios de jogos por turno é o ritmo mais lento, então, implementamos um sistema de linha do tempo para os jogadores verem a ordem dos eventos e agilizamos o fluxo das batalhas.
CH: A série tinha uma ideia bastante inovadora para a época, onde as próximas gerações herdavam atributos das anteriores. Vocês fizeram algum ajuste nesse conceito ou ele permanece intacto no remake?
T.S.: Fizemos alguns ajustes no sistema de herança. Funciona da seguinte forma: você escolhe o próximo imperador quando o atual morre ou há progresso na história. No novo jogo, adicionamos a possibilidade de o imperador abdicar, permitindo ao jogador escolher o momento de passar para a próxima geração. Quando isso acontece, há opções de personagens disponíveis para escolher como novos imperadores, trazendo mais flexibilidade ao jogo.
CH: Quão desafiador foi manter os jogadores investidos nos personagens, sabendo que o elenco não seria permanente? Foi difícil criar tantas histórias e personalidades de personagens para o jogo?
T.S.: Deixar os personagens e seguir para a próxima geração pode ser uma experiência agridoce para os jogadores, mas essa era a proposta do jogo original. Tentamos garantir que cada personagem tivesse uma história envolvente e carisma suficiente para tornar essa transição mais suave para os jogadores.
Um dos aspectos interessantes é que isso permite que os jogadores usem diferentes estratégias ao longo da história, já que cada imperador pode ter habilidades e estilos de jogo distintos. Por exemplo, um imperador pode ser focado em ataques físicos, enquanto o próximo pode ser mais habilidoso com magia, trazendo mais variação ao gameplay.
CH: Durante a demo, notei que não havia localização em português. Existe a chance de que isso seja adicionado em uma atualização futura? Isso é importante para o sucesso do jogo e sua recepção no Brasil.
T.S.: Até agora, o jogo tinha apenas opções em inglês e japonês, mas para este lançamento adicionamos também francês, alemão, coreano e chinês. Nosso foco no momento é observar como essas regiões específicas vão reagir ao jogo e, a partir daí, avaliar em quais áreas podemos investir para futuras localizações, incluindo o português.
Romancing SaGa: Revenge of the Seven será lançado para PC, PS4, PS5 e Nintendo Switch em 24/10/24. Uma demonstração do primeiro capítulo do jogo já está disponível para as plataformas citadas e que carrega o progresso dela para o jogo principal.