Em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, a introdução das Cousas-tumulares (Barrow-wights) trouxe de volta uma das ameaças mais enigmáticas da Terra-média. Essas criaturas, mencionadas por J.R.R. Tolkien em O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, foram cortadas da adaptação cinematográfica de Peter Jackson, mas sua inclusão na série da Amazon Prime Video oferece uma oportunidade de explorar mais profundamente suas origens e significados, embora com algumas adaptações em relação ao material original.
Origem das Cousas-tumulares
Na obra de Tolkien, as Cousas-tumulares são espíritos malignos que habitam as colinas conhecidas como Túmulos dos Reis, um antigo cemitério localizado em Eriador. Esses espíritos reanimam cadáveres, criando seres conhecidos como wights, que são apresentados como ameaças fantasmagóricas para os personagens que se aventuram nessas áreas. A série Os Anéis de Poder adapta esse conceito, sugerindo que as Cousas-tumulares são os restos reanimados de antigos reis dos Homens, enterrados nos Túmulos dos Reis desde a Primeira Era.
As Cousas-tumulares em Os Anéis de Poder
Na segunda temporada de Os Anéis de Poder, episódio 4, Galadriel, Elrond e um grupo de elfos encontram os Túmulos dos Reis. Ao chegarem, descobrem que o mensageiro enviado por Gil-galad a Celebrimbor foi morto nas proximidades, sinalizando que o local é mais perigoso do que aparenta. Em seguida, os túmulos se revelam como o lar de cadáveres reanimados, que emergem ao som de uma canção fantasmagórica com versos como “Cold be hand and heart and bone”, um momento que remete diretamente aos leitores dos livros de Tolkien.
Embora Tolkien descreva as Cousas-tumulares como espíritos que ocupam corpos mortos, Os Anéis de Poder vai além, sugerindo que Sauron, em sua jornada para Eregion, utilizou sua magia para reanimar os cadáveres dos antigos reis enterrados ali. Galadriel especula que Sauron passou pelos Túmulos dos Reis e, com sua influência maligna, transformou os corpos em armas contra os vivos. A série, portanto, apresenta as Cousas-tumulares como uma manifestação direta do poder sombrio de Sauron, ligando-as mais fortemente à narrativa central da criação dos Anéis de Poder.
Diferenças na representação das Cousas-tumulares
Uma das principais diferenças entre a representação das Cousas-tumulares na série e nos livros de Tolkien está na maneira como elas são derrotadas. Em O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, quando Frodo e seus amigos são capturados por uma Cosa-tumular, é Tom Bombadil quem os salva, usando seu canto para dissipar a presença maligna. Já em Os Anéis de Poder, Elrond descobre que as armas convencionais dos elfos são ineficazes contra esses inimigos. Ele então recorre às armas encontradas dentro dos túmulos, que têm a capacidade de ferir e derrotar as Cousas-tumulares.
Essa mudança pode ser interpretada como uma adaptação do conceito dos Barrow-blades de Tolkien, as espadas encontradas pelos hobbits nos túmulos e que, mais tarde, provaram ser eficazes contra os Espectros do Anel. A série, portanto, amplia a ideia de que os túmulos dos reis antigos escondem artefatos capazes de combater as forças do mal, uma adição que, embora não seja canônica, contribui para a narrativa da série.
A magia de Sauron e as Cousas-tumulares
Outra adaptação significativa está na própria natureza das Cousas-tumulares. Em vez de serem espíritos que habitam os corpos dos mortos, Os Anéis de Poder sugere que Sauron utilizou magia para reanimar os corpos dos reis antigos como parte de seu plano de dominação. Essa interpretação adiciona um elemento de terror à série, transformando os túmulos dos reis em uma armadilha mortal para aqueles que se aproximam. A ideia de Sauron usar os corpos dos antigos reis contra os vivos reforça sua malícia e poder, tornando-o uma presença ainda mais ameaçadora na Terra-média.
Se passando milhares de anos antes dos eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, a série ocorre durante o período conhecido como a Segunda Era da Terra Média, mostrando a ascensão de Sauron ao poder e a criação dos Anéis do Poder. A produção foi criada por J. D. Payne e Patrick McKay com base na obra de J. R. R. Tolkien.
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