Há décadas, a indústria do mangá tem enfrentado um adversário formidável, mas não estamos falando dos piratas que habitam o universo de “One Piece”. Em uma escala global, proliferam-se centenas de sites dedicados à pirataria de mangás. No Japão, esse fenômeno tem sido combatido com vigor nos últimos anos, pois os titãs da indústria mangá decidiram proteger seus ativos com unhas e dentes. Uma matéria recente da NHK revelou que as editoras têm a intenção de expandir essa batalha contra a pirataria para o cenário mundial.
De acordo com um relatório divulgado esta semana, com dados fornecidos pela ABJ — uma organização japonesa formada por editoras de mangá —, em fevereiro de 2024 foram identificados 1.207 sites de pirataria. Dentre estes, 913 são voltados não para o público japonês, mas sim para leitores de outras nações.
Esses sites ilegais oferecem traduções em inglês ou vietnamita. A ABJ observou que mais de 70% dos mais de 1.200 sites localizados têm como alvo leitores internacionais. Naturalmente, isso acendeu a motivação da organização para implementar medidas antipirataria também fora do Japão.
Essas iniciativas no Japão já mostraram sucesso, conforme informado pela ABJ. A frequência de visitas aos sites piratas japoneses caiu cerca de 25% após a aplicação de medidas restritivas. Contudo, essa tendência positiva não se repete em outros mercados. Em locais como o Vietnã, o uso de sites de pirataria cresceu cinco vezes em comparação ao ano anterior. Assim, a guerra contra a pirataria assemelha-se à luta contra uma hidra: ao eliminar uma cabeça, outras três surgem em seu lugar.
Em conversa com a NHK, o advogado Hiroyuki Nakajima esclareceu a complexidade da pirataria de mangá fora do Japão. “Sites de pirataria em inglês atraem mais de 200 milhões de visitas por mês, e há até sites que bloqueiam acessos do Japão para evitar detecção. Os aplicativos de pirataria também são um problema, pois, se distribuídos por plataformas regulares, algumas pessoas podem baixá-los acreditando ser aplicativos oficiais,” explicou.
“Animes e mangás são apreciados mundialmente, e é um problema significativo que os lucros, que deveriam beneficiar os detentores dos direitos em um comércio regular, sejam perdidos devido à pirataria. Não basta apenas fechar os sites e aplicativos; é crucial adotar medidas visando a captura e penalização criminal dos operadores,” enfatizou Nakajima. Esta iniciativa global das editoras de mangá contra a pirataria marca um novo capítulo na eterna batalha entre a proteção dos direitos autorais e o acesso não autorizado à cultura pop japonesa.
One Piece conta a história de Monkey D. Luffy, um jovem com poderes de borracha cujo sonho é tornar-se o Rei dos Piratas, e da tripulação deles, os Piratas do Chapéu de Palha.
Ao todo, o anime conta com mais de 1000 capítulos, e ainda é exibido no Japão, sendo uma das séries mais populares de todos os tempos.
De longe, uma das melhores características deste anime são as Sagas de One Piece, que constantemente puxam elementos introduzidos centenas de capítulos para trás e mostram como essa é uma história ambiciosa e bem pensada.
Atualmente, o anime está partindo para o arco de Egghead, após a conclusão de Wano e Luffy finalmente tornar-se um dos quatro Yonkou após vencer Kaidou em um combate épico.
A história de Luffy e seus amigos pode ser acompanhada na íntegra no Crunchyroll, em japonês com legendas em português ou na Netflix com as primeiras grandes sagas dubladas.