Unicorn Overlord é um RPG que pegou todo mundo de surpresa nesse começo de ano. Tido como uma espécie de filho entre Ogre Battle e Fire Emblem, será que o jogo consegue se destacar e furar a bolha do gênero?
Em Unicorn Overlord, você controla Alain, um jovem príncipe que teve que fugir do próprio reino dez anos atrás após ele ser conquistado por Valmore, um general rebelde em um golpe de estado. Nesse golpe, a mãe de Alain se sacrifica para que ele e Josef, cavaleiro que treina Alain, fujam e sobrevivam.
Dez anos após esse acontecimento, você agora deve liderar o exército de libertação de Cornia e recuperar sua coroa, enquanto liberta região por região e aumenta o seu exército com novos recrutas, sejam eles personagens únicos, sejam eles personagens genéricos.
Se tivéssemos que classificar Unicorn Overlord rapidamente, eu resumiria ele numa fusão entre Fire Emblem e Ogre Battle (e não Tactics Ogre, o Ogre Battle original ou o do Nintendo 64), ou seja, um jogo com diversos personagens carismáticos e puxados pro anime, além de atividades paralelas como jantares, conversas e relacionamentos, mas com um sistema de batalha semelhante ao jogo da finada Quest.
Aqui, você controla diversas unidades ao mesmo tempo ao longo de um terreno enquanto movimenta elas e enfrenta unidades inimigas, tentando conquistar territórios para avançar na sua campanha de libertação do continente das garras de Valmore.
Como dá pra se imaginar, Unicorn Overlord tem uma tarefa gigantesca diante de si ao inspirar-se nesses dois jogos, mas é realmente impressionante como a Vanillaware conseguiu não só criar um jogo competente, mas um jogo que você simplesmente não vê o tempo passando enquanto joga ele.
Na minha primeira jogada de Unicorn Overlord, eu fiquei cerca de 4 horas seguidas em cima do jogo e mal vi o tempo passar, sempre jogando mais uma conquista aqui, uma batalha ali e assim por diante.
Apesar de o jogo pegar emprestado o sistema de combate de Ogre Battle, Unicorn Overlord tem uma história muito mais puxada pro Fire Emblem do que para a franquia concebida por Yasumi Matsuno, mesmo estando em uma guerra, o jogo é bem mais leve e puxado para um público mais jovem, sem grandes maquinações políticas ou temas muito pesados.
Ainda assim, de vez em quando Unicorn Overlord vai te atirar umas bolas curvas no enredo e te pegar de surpresa, mas no geral, a história do jogo é bem o que esperaríamos de um jogo inspirado na franquia da Nintendo.
O combate de Unicorn Overlord, como eu comentei brevemente mais pra cima, é inspirado em Ogre Battle. Você tem diversos esquadrões que podem ser compostos de diferentes unidades, sendo cada unidade pertencente a uma classe. Guerreiros causam mais dano e possuem um escudo para se defender, Cavalariços são mais ágeis, lutadores atacam duas vezes, arqueiros acertam com precisão, ladinos esquivam de quase todos os golpes e assim por diante.
Cada unidade é forte contra certos inimigos e fraca contra outros, e cabe a você ter um grupo diverso o suficiente para enfrentar as unidades que os seus adversários irão colocar diante de você.
É importante ressaltar aqui que apesar do jogo começar fácil, conforme você avança na campanha de Unicorn Overlord, ele vai ficando mais complexo e exigindo que você relamente aprenda a usar as unidades e os esquadrões para o seu benefício. Inicialmente cada esquadrão pode ter apenas 2 unidades, mas conforme você avança no jogo, você pode desbloquear além de novos esquadrões, mais unidades para os que você já tem, podendo criar unidades cada vez mais poderosas. Aqui ainda é importante ressaltar que a curva de dificuldade do jogo não costuma ser muito íngreme, mas às vezes ele fica muito difícil do nada, o que pode colocar você em algumas saias justas, principalmente por causa do limite de tempo que cada combate do jogo possui.
Além disso, outro ponto muito forte de Unicorn Overlord é o recrutamento de personagens e a quantidade de classes que o jogo possui. Eu se for chutar o número de classes vou acabar errado, mas praticamente a cada batalha o jogo vai apresentando pelo menos uma classe nova, que possui seus pontos fracos e fortes, além de novos personagens que você vai recrutar para o seu exército de libertação.
Aqui vale ressaltar um detalhe, em diversos momentos do jogo, você vai poder tomar decisões, como poupar ou não um personagem, prendê-lo ou soltá-lo e assim por diante. Às vezes, os personagens possuem mais de uma batalha em seu arco até juntarem-se ao seu grupo, e você com certeza vai querer acompanhar essas histórias.
Além da campanha principal, Unicorn Overlord é cheio de conteúdo extra. Como a sua missão é liberar um continente inteiro, além das lutas principais, você terá diversas batalhas extras a enfrentar pelo mapa, além de missões opcionais que também vão surgindo conforme você progride pela campanha, como rezar em cemitérios, consertar cidades, pontes e assim por diante.
Graficamente, Unicorn Overlord tem um estilo de arte muito agradável puxado para o anime, e eu gostei bastante tanto do estilo nas cutscenes e batalhas do jogo (que são muito bem animadas por sinal) como do estilo dos personagens navegando pelo mapa.
Por fim, temos a trilha sonora, que é boa, mas não possui músicas tão marcantes assim, e a dublagem, que também ficou boa. O único ponto negativo a citar por aqui mesmo é o fato de que o jogo não tem legendas em português, o que acaba tornando a compreensão dele difícil para quem não domina o inglês.
Mas e aí, Unicorn Overlord vale a pena?
Unicorn Overlord é um jogasso que vale demais a pena se você é fã de RPGs japoneses, principalmente os de estratégia como Fire Emblem, Ogre Battle e Final Fantasy Tactics. O jogo combina muito bem elementos dos dois primeiros e tem tudo para se tornar uma franquia de muito sucesso nos próximos anos. O único ponto negativo do jogo é não ter legendas em português, no mais, é o tipo de jogo que você nem vê as horas passando.
Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox Series fornecida pela publisher. Jogo disponível para PS4, PS5, Xbox Series e Switch.
Resumo para os preguiçosos
Unicorn Overlord é um dos jogos mais interessantes que eu joguei nesse começo de 2024. O jogo consegue combinar como poucos o gerenciamento de personagens únicos e mais puxados pro anime de Fire Emblem com um sistema de combate que vai abrir um sorriso no rosto de quem ama a franquia Ogre Battle. Se você é fã de JRPG, você precisa jogar esse jogo pra ontem, já que a Vanillaware fez um trabalho incrível nele.
Prós
- Ótimo sistema de combate
- Personagens carismáticos
- Boa história com diversas escolhas durante a narrativa
- Belo estilo de arte
- Bastante conteúdo
Contras
- Algumas vezes a curva de dificuldade do jogo é praticamente uma reta pra cima