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The Wolf Among Us: Season 1 – Review

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A Telltale anda bem ocupada nos últimos meses. Depois do sucesso de The Walking Dead em 2012, a empresa se lançou de vez no mercado trazendo jogos baseados em grandes franquias no melhor estilo “adventure games” dos anos 90. Impressionantemente, o franquia escolhida para ser tema do segundo jogo é baseada na sensacional -e minha preferida- série de HQ’s, Fábulas. Portanto, o texto de hoje é uma análise com o mínimo de spoilers possíveis de Wolf Among Us.

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Antes de mais nada, é bom você saber que eu já analisei o primeiro capítulo da série logo quando ele saiu, e você pode conferir quais foram as minhas primeiras impressões clicando aqui. Mas como era de se esperar, o jogo melhorou muito conforme os capítulos foram passando, de forma que tudo terminou com um sentimento de quero mais muito forte.

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Antes de mais nada, vamos situar o universo onde o jogo se passa. Ao ler a primeira HQ de Fables, ou Fábulas se você preferir, você já começa descobrindo que tudo gira em torno das fábulas que nos acompanham desde que somos pequenos, ou seja, os personagens são ninguém menos do que a Branca de Neve, Bela Adormecida, Príncipe Encantado, Pinóquio, algumas fábulas estrangeiras que não são muito conhecidas no Brasil e é claro, o sensacional Lobo Mal, conhecido aqui apenas como Bigby, the Wolf.

Bigby sempre fez o papel de Lobo Mal muito bem. Aterrorizou os três porquinho, perseguiu a chapeuzinho vermelho e fez os diabos durante muito tempo, só que quando uma entidade desconhecida expulsou todas as fábulas de sua terra natal e as obrigaram a montar uma espécie de colônia dentro de um pequeno bairro de Manhattan, o lobão decidiu que estava na hora de abandonar a vida de malzão e assumir um cargo na proteção da nova Cidade das Fábulas. E foi assim que nosso querido protagonista virou xerife, simples assim.

O plot do jogo acontece muito antes dos eventos mostrados nas HQ’s., por isso, muitas coisas podem parecer um pouco fora de lugar pra quem esta habituado a ler os quadrinhos simples e puramente por que não aconteceram ainda. Mas, não pense que jogar Wolf Among Us vai de alguma forma servir como um prólogo para as revistas, pois o jogo e a história principal da saga das fábulas não possuem nenhuma ligação direta a não ser a aparição de alguns personagens e o universo inerente ao enredo.

Engana-se entanto, quem acredita que isso torna o game menos interessante de alguma forma, não mesmo. Ele acaba funcionando como um arco a parte dos tantos que acontecem durante os anos de atividade da revista, e realmente poderia ter tornado-se um grande compilado de revistas devido a história espetacular que nos é apresentada através dele. Acho que já deu pra perceber que minhas impressões sobre o enredo do jogo são as melhores possíveis e que na minha concepção, ela não deve e nem fere em nada o cânon principal. Acho importante registrar isso aqui pra qualquer leitor que por acaso pense em não terminar o jogo por medo de spoilers.

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Quanto a parte gráfica, mais um ponto pra Telltale. O desenho está realmente surpreendente por mais que fuja do traço habitual visto na revista. Eu até confesso que o Bigby do jogo está de certa forma, mais legal do que nas HQ’s devido ao carisma que foi imbuído ao personagem. O cuidado em misturar bons desenhos com a iluminação e o estilo Noir, fizeram com que o game parece em alguns momentos como se fosse algo parecido com uma revista em quadrinhos interativa. Realmente deu pra sentir como se aquilo fosse uma extensão do que já foi visto, tornando o ambiente muito mais familiar para quem já era fanzão de Fables.

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Quanto ao áudio, a qualidade é inegável. A dublagem foi feita de tal maneira que você realmente acredita que aquela é a voz dos personagens na revista, ou seja, nenhum deles possui um voz que não condiz com a personalidade que já é conhecida pelos fãs. Além disso, as músicas, as trilhas colocadas nos momentos de tensão, durante algumas pelejas em que nos deparamos durante o jogo e até mesmo a música de fundo do elevador parecem ser feitas sob encomenda para o game, por alguem que realmente gostava e conhecida o universo de Fables. Este foi mais um ponto que me fez sentir muito familiarizado com o ambiente visto no jogo.

A jogabilidade mais uma vez surpreendeu em Wolf Among Us. Tanto no teclado quanto no controle, ela é muito simples e intuitiva, e por mais que você não precise fazer muitos movimentos complicados durante o gameplay, os controles facilitam a movimentação o tempo todo e respondem imensamente bem em qualquer parte do jogo.

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A capacidade imersiva que se vê aqui também é algo muito interessante. Em alguns momentos do jogo a tensão era tanta que não tinha como não sentir-se parte dos acontecimentos, e nas horas que a pancadaria rolava solta eu me sentia como se fosse eu a deferir socos e pontapés por ai. Sorte que não era eu, pois duvido que eu aguentasse tanto.

Eu sempre defendi a ideia de que a Telltale preferiu trabalhar com uma série em spin-off’s em The Walking Dead por que fica muito mais fácil de ser construir uma história e um enredo que dê liberdade ao jogador sem comprometer o que já foi colocado em outras mídias como HQ’s, livros e série para TV, mas ao invés de fazer o mesmo em Wolf Among Us, eles decidiram explorar outro lado bem interessante da trama: A dupla personalidade de Bigby!

Lá no inicio do post eu comentei que o lobo mal sempre foi…mal, certo? Mas depois de assumir o cargo de xerife, ele acaba se policiando mais -sem trocadilhos- afinal de contas é uma figura importante dentro da sociedade das fábulas e tem como objetivo protege-los a todo custo. Mas, em troca do que vem essa proteção? Você decide! Quer conseguir tudo na ameaça e na porrada, fique a vontade! Prefere tentar ser mais cordial e tentar usar um pouco a astúcia de Bigby? Bom, você pode conseguir surpresas interessantes indo por esse caminho.

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Além de tudo isso que já foi falado, você tem a oportunidade de conhecer um pouco do universo fora dos limites da Cidade das Fábulas, o que me agradou bastante pois a HQ fica muito presa a esse local sem sair muito para Manhattan durante toda a saga.

Enfim, se você gostou de The Walking Dead e pretende buscar algo novo nesse mesmo estilo, Wolf Among Us foi feito pra você, mesmo que nunca tenha sequer sabido que existia uma HQ que deu origem a tudo isso. Eu gostei muito do game e sinceramente espero que você se divirta tanto quanto eu nos cinco episódios surpreendentes que o compõem. E por favor, prestem atenção ao final, pois ele é simplesmente incrível se você entendê-lo da forma correta!

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Resumo para os preguiçosos

The Wolf Among Us é um jogo ousado, imersivo e feito de forma bastante ponderada para agradar tanto aos fãs mais assíduos quanto quem não conhece patavinas do universo de Fábulas. Segue bastante o estilo de jogo já apresentado em The Walking Dead, com algumas melhorias e ações novas que ao que parecem, foram feitas sobre medida para o novo protagonista. A história é bastante concisa, cheia de reviravoltas e repleta de bons motivos para fazer com que você queira cada vez mais saber o que esta acontecendo e quem esta por trás da trama noir, ainda mais por em todos os momentos respeitar o material que já foi mostrado nas revistas. Os gráficos são belíssimos e misturam tanto o visual cartunesco visto nas HQ’s quanto a beleza de um visual limpo, bem trabalhado e com bastante atenção a iluminação e as características dos personagens.

Nota final

95
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Bons Gráficos
  • História imersiva e muito bem escrita
  • Personagens fiéis a HQ

Contras

  • Sem data prevista para uma sequência
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João Víctor Sartor
João Víctor Sartorhttp://criticalhits.com.br
João Víctor Sartor é colaborador e sex-symbol do Critical Hits. Admirador das boas histórias, almeja de verdade escrever um livro algum dia. Divide seu tempo entre à leitura, jogatina, trabalho, engenharia e quando sobra tempo, vive.