Quando Shadow Fall foi anunciado no ano passado, eu estranhei bastante. O jogo não parecia, visualmente, um Killzone. Afinal, ele era colorido, com cores vivas e vibrantes, bem diferente do que estávamos acostumados até então. Isso me deixou contente. Às vezes uma mudança assim pode revitalizar uma franquia. Será que a Guerrilla Games conseguiu?
A história de Killzone: Shadow Fall se passa mais ou menos trinta anos após os eventos de Killzone 3. O jogador assume o comando de Lucas Kellan, um dos principais e mais respeitados membros dos Shadow Marshals. Lucas visitará diversos diferentes ao longo do jogo, sempre com o comando de Sinclair, o diretor da organização.
Vamos começar com a história. Infelizmente, ela é um tanto quanto confusa e simples, sem muita profundidade ou desenvolvimento de personagens. Logo na primeira sequencia, o jogo estabelece os motivos de Lucas Kellan no jogo, e introduz um dos outros personagens principais.
Porém, a partir daí, você é simplesmente jogado nas missões, sem muito contexto. Os vários nomes que são citados pra tudo que é lado com certeza não facilitam o entendimento do enredo. Pra não só ficar criticando a históra, mas também sem dar spoilers, posso afirmar que, no final, os escritores da Guerrilla Games tomaram uma decisão narrativa corajosa. É um ponto positivo numa história um tanto quanto básica no geral.
Visualmente, o jogo se destaca. Shadow Fall é incrivelmente detalhado e provavelmente um dos jogos mais bonitos do PS4 ainda. As belas florestas e as tomadas aéreas da cidade de Vekta são de tirar o fôlego. A nova temática colorida faz os gráficos jogo ficarem ótimos para serem vistos. Talvez esse seja o problema. Quando você precisa jogar o jogo, é muito fácil ficar desorientado com a quantidade de cores e objetos. Várias vezes eu fiquei andando pra lá e pra cá, sem conseguir identificar direito onde eu precisava ir.
Talvez isso seja também um pouco culpa do level design, que deixa o mapa um pouco confuso em vários momentos. Como citei por duas vezes, em vários momentos eu fiquei meio perdido pelo mapa. Essa “confusão” por assim dizer se deve ao level design, à enorme quantidade de cores e coisas na tela e ao enredo. Isso infelizmente tirava um pouco da vontade de jogar o jogo. Espero que vocês não passem por isso também.
Mecanicamente, a Guerrilla conseguiu fazer um shooter futurístico de qualidade, com diversas armas e outros apetrechos que facilitam na exterminação dos Helghast. A utilização de Owl, seu robô companheiro que pode ser ativado pelo touchpad do DualShock 4, dá uma camada extra de possibilidades aos jogadores.
Se movimentar e atirar pelo mapa funciona bem, e o Killzone funciona bem nesses momentos. Infelizmente, há muitos trechos do jogo que são fundamentalmente Stealth, o que é meio frustrante considerando que o jogo é um FPS. Felizmente, nem todos esses momentos são ruins, com alguns deles sendo muito bem feitos. Talvez o segredo tivesse sido apenas reduzir a quantidade de sequencias assim.
Outro ponto forte do exclusivo é a trilha sonora. Desde o início do jogo percebi o quão bem feita ela é, se adaptando aos acontecimentos do jogo e dando o tom necessário ao momento, mas sem se sobressair ou tirar a atenção do que é mais importante. A dublagem, em inglês pelo menos, é satisfatória, e era o mínimo que se poderia esperar de um jogo desse calibre e escala. Não espere uma atuação aos padrões de The Last of Us ou GTA V. Ao mesmo tempo, ela não irá afetar sua diversão.
Porém, há algo que, infelizmente, afeta a diversão do jogador, e bastante. A partir de um certo momento, um tanto quanto avançado no jogo, a forma escolhida para dificultar o caminho do jogador é a mais pobre de todas: encher o cenário de inimigos. Somente por motivos de orgulho que eu não desisti de jogar Killzone, tamanha a frustração causada pelo enxame de inimigos aparecendo na tela. Acho que se eu não tivesse que escrever esse review eu teria largado o jogo de mão.
Resumo para os preguiçosos
Killzone: Shadow Fall é um shooter satisfatório e serve pra passar o tempo, mas não espere um enredo complicado e profundo. Mesmo com os gráficos excelentes, o jogo acaba sendo meio confuso em várias partes com muita coisa acontecendo na tela, e algumas partes stealth e o excesso de inimigos em alguns trechos deixam o jogo frustrante. No entanto, é muito divertido sair metendo bala por aí, já que essa mecânica é muito bem desenvolvida pela Guerrilla Game
Prós
- Gráficos e cores
- Mecânica de tiro e arsenal disponível
Contras
- Enredo simples e, por vezes, confuso
- Trechos Stealth desnecessários
- Excesso de inimigos em algumas partes é incrivelmente frustrante e apelativo
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